Estudo do livro Atos dos Apóstolos - 3

Módulo 3

10. Muitos prodígios e curas são obtidos pelos discípulos - Os discípulos que tinham sido dispersados iam de lugar em lugar anunciando o Evangelho. Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria, onde anunciou o Cristo e fez muitos prodígios que o povo considerava milagres: Espíritos impuros saíam de muitos possessos, paralíticos voltavam a andar, coxos ficavam curados. (Em nota posta por Edições Loyola em sua edição do Novo Testamento, diz-se que esse Filipe não era um dos doze apóstolos, mas sim um dos sete auxiliares escolhidos pelos discípulos, mencionado logo depois de Estêvão na lista constante do capítulo 6, versículo 5, do livro de Atos.) (Atos, 8:4 a 8:7.)

11. Simão, o feiticeiro, oferece dinheiro em troca do dom revelado por Pedro e João - Havia em Samaria um feiticeiro profissional, chamado Simão, que, vendo as curas promovidas por Filipe, ficou maravilhado e chegou até a ser batizado. Quando Pedro e João impuseram as mãos sobre alguns samaritanos e estes receberam o Espírito Santo, o feiticeiro ofereceu dinheiro aos apóstolos, dizendo: “Dai-me esse poder a mim também, para que recebam o Espírito Santo as pessoas sobre quem eu impuser as mãos”. Pedro lhe respondeu: “Que sejas condenado tu com o teu dinheiro, porque achaste que podias comprar o dom de Deus com dinheiro! De modo algum terás parte nesse poder, porque teu coração não está bem intencionado diante de Deus. Muda de ideia sobre esta tua maldade e pede perdão ao Senhor. Talvez Ele perdoe esse pensamento que alimentaste dentro de ti. Vejo que estás cheio de inveja 8 amarga como o fel, e preso nos laços da maldade”. Simão, arrependido com o que dissera, suplicou-lhe: “Pedi por mim ao Senhor, para que não me aconteça nada do que acabais de dizer”. (Dessa oferta indecorosa de Simão originou-se a palavra simonia.) (Atos, 8:9 a 8:13; 8:17 a 8:25.)

12. Filipe batiza um funcionário etíope - Obedecendo à ordem de um anjo do Senhor, que lhe recomendou ir rumo ao Sul, pela estrada que ia de Jerusalém a Gaza, Filipe partiu imediatamente. No caminho, ele encontrou um alto funcionário etíope, da corte de Candace, rainha da Etiópia, que lhe havia entregue a guarda de todos os seus tesouros. Tendo ido a Jerusalém para orar no templo, o homem voltava lendo o profeta Isaías, sentado em sua carruagem. Um Espírito disse a Filipe para aproximar-se da carruagem. Percebendo que o funcionário lia o profeta Isaías, Filipe perguntou-lhe: “Por acaso compreendes o que lês?” O homem respondeu: “Como posso compreender sem que alguém me explique?” O trecho da Escritura que ele lia era este: Como uma ovelha foi levado para ser morto, e como um cordeiro mudo diante do tosquiador, ele não abre sua boca. Foi humilhado porque lhe negaram a justiça. Quem poderá enumerar sua descendência? Porque sua vida está para ser tirada da terra. O eunuco perguntou a Filipe: “Por favor, a quem se refere o profeta nesta passagem? A si mesmo ou a um outro?” Filipe explicou-lhe a lição e, partindo desse texto da Escritura, anunciou-lhe a boa nova a respeito de Jesus. Mais à frente, encontrando água no caminho, o eunuco pediu que fosse batizado e Filipe atendeu-o. Logo que saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe, que não mais foi visto pelo funcionário etíope. Filipe chegou à cidade de Azoto e de lá prosseguiu até Cesareia, anunciando por onde passava a boa nova. (Atos, 8:26 a 8:40.)

13. Saulo é aconselhado a seguir para Tarso, sua cidade natal - Após os fatos ocorridos em Damasco, em que recuperou a visão com a ajuda de Ananias, Saulo chegou a Jerusalém e procurou juntar-se aos discípulos do Senhor. Todos, porém, tinham medo dele e não acreditavam que ele também fosse discípulo. Então Barnabé o acolheu e o apresentou aos apóstolos, contando lhes como, durante a viagem, Saulo tinha visto e ouvido o Senhor e as pregações por ele feitas em Damasco, onde falara abertamente em nome de Jesus. Desde então, Saulo ficou com eles em Jerusalém e andava livremente por toda parte, pregando abertamente o nome do Senhor. Como os judeus houvessem tramado contra a vida dele, seus irmãos o levaram até Cesareia e de lá o fizeram seguir para Tarso, sua cidade natal. Nessa época a Igreja vivia em paz, na Judeia, na Galileia e em Samaria, e crescia graças ao apoio do Espírito Santo. (Atos, 9:26 a 9:31.)

Questões propostas

1. Quem foi Gamaliel e que disse ele a favor dos apóstolos?

Gamaliel era fariseu e doutor da lei, venerado por todo o povo. Eis suas palavras: Homens israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens, porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus. (Atos, 5:33 a 5:39.)

2. Soltos por intercessão de Gamaliel, e obrigados a não mais falarem no nome de Jesus, que conduta tiveram os apóstolos?

Primeiro, eles retiraram-se da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. Depois, todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo, ou seja, não obedeceram às ordens do Sinédrio. (Atos, 5:40 a 5:42.)

3. Como o trabalho crescera muito, os apóstolos decidiram designar sete varões de boa reputação para auxiliá-los. Quem foram os sete companheiros eleitos pelos discípulos?

Os companheiros escolhidos foram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. (Atos, 6:2 a 6:6.)

4. Por que Estêvão foi aprisionado e levado a conselho presidido pelo sumo sacerdote?

Crescia a palavra de Deus e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos. Quanto a Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Por inveja e despeito, alguns homens foram, então, subornados para que dissessem ter ouvido Estêvão proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. Levado ao conselho, apresentaram-se falsas testemunhas que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu. (Atos, 6:7 a 6:15.)

5. Acusado perante o conselho, Estêvão se defendeu?

Sim. Primeiro, ele relatou a história do povo hebreu desde Abraão até Salomão, bem como as perseguições que sofreram os diferentes profetas ao longo dos anos. Depois, ele disse de modo incisivo: Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. Ouvindo isto, seus inquisidores enfureceram-se em seus corações, mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus. Nesse ponto, seus adversários gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele e, expulsando-o da cidade, o apedrejaram. (Atos, 7:1 a 7:59.)