Teologia é o estudo crítico da natureza do divino, seus
atributos e sua relação com os homens. Em sentido estrito, limita-se ao
Cristianismo, mas em sentido amplo, aplica-se a qualquer religião. É ensinada
como uma disciplina acadêmica, tipicamente em universidades, seminários e
escolas de teologia.
A origem do termo nos remete à Hélade - a Grécia Antiga.
O termo "teologia" aparece em Platão, mas o conceito já existia nos
pré-socráticos. Platão o aplica aos mitos interpretando-os à luz crítica da
filosofia considerando seu valor para a educação política. Nessa passagem do
mito ao logos, trata-se de descobrir a verdade oculta nos mitos. Aristóteles,
por sua vez, chama de "teólogos" os criadores dos mitos (Hesíodo,
Homero, poetas que narraram os feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas
virtudes e também seus vícios e erros), e de "teologia" o estudo
metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia
primeira", a mais elevada de todas as ciências).
O termo pode também referir-se a um estudo de uma
doutrina ou sistema particular de crenças religiosas - tal como a teologia
judaica, a teologia cristã, a teologia islâmica. Existem, portanto, a teologia
hindu, a teologia judaica, a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia
cristã (incluindo a teologia católica-romana, a teologia protestante, a
teologia mórmon e outras), a teologia umbandista e outras.
ETIMOLOGIA
A palavra provém do grego θεóς [theos]: precisamente
divindade, mas no sentido de verdade ou essência da verdade, fé ou caminho da verdade
da ou dessa ou ainda desta divindade; λóγος [logos]: palavra, no sentido
preciso de estudo sistemático da palavra, por extensão, estudo, análise,
consideração, discurso sobre alguma coisa ou algo que tem existência)
Evolução do termo
No cristianismo, isso se dá a partir da Bíblia. O teólogo
cristão protestante suíço Karl Barth definiu a Teologia como um "falar a
partir de Deus". O termo "teologia" foi usado pela primeira vez
por Platão, no diálogo "A República", para referir-se à compreensão
da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária
própria da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde,
Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
Teologia como o ramo fundamental da filosofia, também
chamada "filosofia primeira" ou "ciência dos primeiros
princípios", mais tarde chamada de metafísica por seus seguidores; Teologia
como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à filosofia,
com uma conotação pejorativa e, sobretudo, utilizada para referir-se aos
pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
Santo Agostinho tomou o conceito de teologia natural da
obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de Marco Terêncio Varrão, como
a única teologia verdadeira, dentre as três apresentadas por Varrão - a mítica,
a política e a natural. Acima desta, situou a teologia sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos
dados da revelação e, a teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da
filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como
uma serva (ancilla theologiae) que
ajudaria a primeira na compreensão de Deus.
Outra vertente da teologia, denominada "Via
Remotionis" (ou teologia negativa), defende a incognocibilidade de Deus
por meio da linguagem racional. O caminho dessa teologia é apresentar
predicados opostos (tais como claro e escuro, bom e mau) e falar que Deus não é
nem um lado nem o outro. Começa-se por predicados mais concretos, da realidade
terrena, e prossegue-se por predicados cada vez mais abstratos. Com a sucessão
dessas sentenças, procura-se passar a ideia de que Deus não está no campo do
dizível (campo da linguagem), mas em uma esfera superior a essa, acessível pela
experiência mística.