Crucificação de Jesus - parte 2

Ano da crucificação
Embora não haja consenso sobre a data exata da crucificação, os estudiosos geralmente concordam que ela ocorreu numa sexta-feira de ou próxima da Páscoa judaica (15 de Nisan), durante o governo de Pôncio Pilatos (c. 26-36). Como o calendário hebreu era utilizado no tempo de Jesus e ele incluía a determinação dada de uma nova fase da lua e do amadurecimento da colheita da cevada, o dia - e mesmo o mês - exato da Páscoa judaica num determinado ano é tema de muita especulação. Várias abordagens já foram utilizadas para estimar o ano da crucificação, inclusive o uso dos evangelhos canônicos, a cronologia da vida de Paulo de Tarso, assim como diferentes modelos astronômicos. Estas estimativas para o ano da crucificação resultaram numa faixa entre 30 e 36 d.C. Uma data frequentemente sugerida é sexta-feira, 3 de abril de 33.
 
Crucificação vista a partir da cruz.
1886-1894. Por James Tissot, atualmente no Brooklyn Museum, em Nova Iorque.

Dia da semana e hora
O consenso entre os estudiosos modernos é de que os relatos do Novo Testamento representam a crucificação ocorrendo numa sexta-feira, mas datas de quinta ou quarta já foram propostas. Alguns deles propuseram a data de quinta baseadas num "duplo sabbath" causado por um sabbath de Páscoa adicional caindo entre o pôr do sol de uma quinta e a tarde de uma sexta à frente do sabbath semanal de costume. Outros argumentaram que Jesus foi crucificado numa quarta e não numa sexta, com base na menção de "três dias e três noites" em Mateus 12:40 antes de sua ressurreição, celebrada no domingo, ao que foram contestados por acadêmicos explicando que esta tese ignora o idioma judaico, no qual um "dia e noite" pode se referir a qualquer parte de um período de 24 horas, que a expressão em Mateus é idiomática e não uma afirmação de que Jesus teria passado 72 horas no túmulo e que muitas referências à ressurreição no terceiro dia não requerem literalmente três noites.

Em Marcos 15:25, afirma-se que a crucificação ocorreu na hora terceira (9 da manhã) e que a morte de Jesus ocorreu na hora nona (3 da tarde). Porém, em João 19:14, Jesus ainda está perante Pilatos na hora sexta. Os acadêmicos já apresentaram diversos argumentos para tratar desta aparente contradição, alguns sugerindo uma reconciliação, por exemplo, baseando-se na tese da utilização do sistema horário romano em João, mas não em Marcos, argumento rejeitado por outros. Diversos estudiosos notáveis argumentaram que a precisão moderna na marcação dos horários durante o dia não deve ser projetada nos relatos evangélicos, escritos numa época quando não havia a padronização dos mecanismos de contagem de tempo e nem um registro exato das horas e minutos estava disponível. Geralmente o horário era aproximado para a o período de três horas mais próximo.

Crucificação de Jesus - parte 1

A crucificação de Jesus foi um evento que ocorreu no ano 33 d.C. Jesus, que os cristãos acreditam ser o filho de Deus e também o Messias, foi preso, julgado pelo Sinédrio e condenado por Pôncio Pilatos a ser flagelado e finalmente executado na cruz. Coletivamente chamados de Paixão, o sofrimento e morte de Jesus representam aspectos centrais da teologia cristã, incluindo as doutrinas da salvação e da expiação.

Jesus na cruz entre os dois ladrões.
1619-1620. Por Rubens, atualmente no Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica.

A crucificação de Jesus está descrita nos quatro evangelhos canônicos, foi atestada por outras fontes antigas e está firmemente estabelecida como um evento histórico confirmado por fontes não cristãs. Os cristãos acreditam que o sofrimento de Jesus foi previsto na Bíblia hebraica, como no salmo 22 e nos cânticos de Isaías sobre o servo sofredor. De acordo com uma harmonia evangélica, Jesus foi preso no Getsêmani após a Última Ceia com os doze apóstolos e foi julgado pelo Sinédrio, por Pilatos e por Herodes Antipas antes de ser entregue para execução. Após ter sido chicoteado, Jesus recebeu dos soldados romanos, como zombaria, o título de "Rei dos Judeus", foi vestido com um manto púrpura (a cor imperial), uma coroa de espinhos, foi surrado e cuspido. Finalmente, Jesus carregou a cruz em direção ao local de sua execução.

Uma vez no Gólgota, Jesus recebeu vinho misturado com bile para beber. Os evangelhos de Mateus e Marcos relatam que ele se recusou a beber. Ele então foi pregado à cruz, que foi erguida entre a de dois ladrões condenados. De acordo com Marcos 15:25, ele resistiu ao tormento por aproximadamente seis horas, da hora terça (aproximadamente 9 da manhã) até a sua morte (Marcos 15:34-37), na hora nona (três da tarde). Os soldados afixaram uma tabuleta acima de sua cabeça que dizia "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus" em três línguas ("INRI" em latim), dividiram entre si as suas roupas e tiraram a sorte para ver quem ficaria com o manto. Eles não quebraram as pernas de Jesus como fizeram com os outros dois crucificados (o ato acelerava a morte), pois Jesus já estava morto. Cada evangelho tem o seu próprio relato sobre as últimas palavras de Jesus (sete frases ao todo). Nos evangelhos sinóticos, vários eventos sobrenaturais acompanharam toda a crucificação, incluindo uma escuridão, um terremoto e, em Mateus, a ressurreição de santos. Após a morte de Jesus, seu corpo foi retirado da cruz por José de Arimateia com a ajuda de Nicodemos e enterrado num túmulo escavado na rocha. De acordo com os evangelhos, Jesus então voltou da morte dois dias depois (o "terceiro dia").

Os cristãos tradicionalmente entendem a morte de Jesus na cruz como sendo um sacrifício proposital e consciente (dado que Jesus não tentou se defender em seus julgamentos), realizado por ele na figura de "agente de Deus" para redimir os pecados da humanidade e tornar a salvação possível. A maior parte dos cristãos proclamam este sacrifício através do pão e do vinho na Eucaristia, uma lembrança da Última Ceia, e muitos também comemoram o evento na Sexta-Feira Santa anualmente.

RELATOS SOBRE A CRUCIFICAÇÃO

Os estudiosos modernos consideram o batismo de Jesus e a sua crucificação como sendo dois fatos historicamente certos sobre ele.

James Dunn afirma que estes "dois fatos na vida de Jesus detém hoje uma concordância quase universal" e "figuram bem alto na escala do 'quase impossível duvidar ou negar' dos fatos históricos" que eles são geralmente os pontos de partida para o estudo do Jesus histórico.

Bart Ehrman afirma que a crucificação por ordem de Pôncio Pilatos é o elemento mais certo que sabemos sobre ele.

John Dominic Crossan afirma que a crucificação de Jesus é tão certa quanto um fato histórico pode ser.

Eddy e Boyd afirmam que está atualmente "firmemente estabelecido" que existe confirmação por fontes não cristãs sobre a crucificação de Jesus.

Craig Blomberg afirma que a maioria dos acadêmicos na terceira busca pelo Jesus histórico consideram a crucificação indisputável. Ainda que os estudiosos concordem na historicidade da crucificação, eles discordam sobre as razões e sobre o contexto em que ela se insere, por exemplo E. P. Sanders e Paula Fredriksen defendem a historicidade da crucificação, mas argumentam que ele não a teria previsto e que a sua profecia sobre sua morte é uma história cristã.

Christopher M. Tuckett afirma que, embora as razões exatas para a morte de Jesus sejam difíceis de determinar, um dos fatos inquestionáveis sobre ele é que ele foi crucificado.

Geza Vermes também entende que a crucificação é um evento histórico, mas apresenta sua própria explicação e contexto para ela.

John P. Meier enxerga a crucificação de Jesus como um fato histórico e afirma, baseado no "critério do embaraço", que os cristãos não teriam inventado uma morte sofrida do seu líder.

Meier afirma ainda que diversos outros critérios, como da "múltipla atestação" (a confirmação por mais de uma fonte), o "critério da coerência" (o evento se encaixa corretamente em outros eventos históricos) e o "critério da rejeição" (o evento não foi contestado por fontes antigas) ajudam a estabelecer a crucificação de Jesus como um evento histórico.

Embora quase todas as fontes antigas sobre a crucificação sejam literárias, a descoberta arqueológica de 1968, a nordeste de Jerusalém, do corpo de um homem crucificado no século I nos deu boas evidências confirmatórias sobre os relatos evangélicos da crucificação. O homem foi identificado como sendo Yohan Ben Ha'galgol e morreu por volta de 70 d.C., por volta da época da revolta judaica contra Roma. As análises na "Hadassah Medical School" estimaram que ele morreu com quase trinta anos. Estes estudos também mostraram que ele foi crucificado de uma forma muito similar à relatada nos evangelhos. Outra descoberta arqueológica relevante, que também data do século I, é um osso do calcanhar de uma pessoa não identificada perfurado por prego descoberto numa cova em Jerusalém, preservado pela autoridade Israelense para Antiguidades e em exposição no Museu de Israel.

O poder do perdão

Perdoar é uma atitude e uma decisão que pode ser das mais difíceis, para milhões de pessoas. Quando alguém pede perdão a outro está dizendo que reconhece o seu erro e a sua culpa, e que, por isso, põe-se na presença de quem foi atingido, por sentimentos, palavras e/ou atos que feriram a sua dignidade, propriedade ou sensibilidade. Pedir perdão é, também, uma forma de humilhar-se. Perdoar, por sua vez, é responder que reconhece a sinceridade no arrependimento daquele que vai ao seu encontro com a disposição de mudar de atitude.


Algo muito estranho aconteceu e vem acontecendo em nossos dias. As pessoas perderam a vergonha e o receio de pedir desculpas. Antigamente, nossos avós sentiam-se constrangidos em colocar-se diante do outro e expor-se, humilhar-se, reconhecer os próprios erros. E, à primeira vista, essa mudança de atitude pode parecer boa. Seria motivo de alegria que as pessoas tivessem se tornado menos orgulhosas e mais abertas ao próximo, mais predispostas a pedir perdão e reconhecer as próprias faltas, falhas e desvios.

Todavia não é bem assim. O problema é que agora as pessoas pronunciam as palavras desculpa e perdão com muita facilidade, mas, muitas vezes, sem pensar no que aquelas palavras implicam, no que significa realmente aquele gesto e aquela atitude. É muito fácil para qualquer pessoa extrovertida dizer: desculpe, ou, como se diz hoje: foi mal aí.... Mas a questão é que essas palavras vem sendo ditas sem reflexão, sem um real sentido de arrependimento, sem a firme e sincera disposição interior para se mudar de atitude – e não voltar a repetir o erro – a partir dali, a partir daquela decisão, assumida naquele momento. O que vem ocorrendo –, desgraçadamente –, é a banalização do gesto sagrado de se pedir perdão.

Cremação na visão do candomblé

O Culto a Babaegun está relacionado aos nossos ancestrais. Acredita-se dentro dessa cultura, que não existiria o futuro sem a presença do passado e do presente em nossas vidas. Na África existem mais de 3 milhões de pessoas, seguidoras desse culto.

É necessária a passagem do líder espiritual ou praticante do Candomblé, que passou por todos os seus rituais, inclusive o ritual de Axexê, e voltou à vida, através do culto a Babaegun.

O Babaegun é um dos Orixás tão importantes, como os Orixás que cultua no Brasil. É um dos principais Orixás dos cultos africanos.

Eguns, são todos os que desencarnaram, tiveram vida humana, em contraposição aos Orixás que são forças da natureza. Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças e Exus, são Eguns. (No Candomblé, Exu é considerado como Orixá, sendo reverenciado e cultuado desta forma).

Apesar da imensa influência da cultura e religião Yorubá no Brasil, esse culto quase não foi preservado ou difundido pelas religiões de matriz africana. Somente na Ilha de Itaparica (BA) é que se pode encontrar um terreiro onde esse ritual é preservado, seus cultos, raízes e a forte influência na cultura brasileira.

Eguns nada mais são do que os espíritos que já desencarnaram, muitas vezes confundido com os obsessores ditado pela linha espírita Kardecista, mas em linha geral deve-se creditar em apenas aquele ser que teve vida enquanto permaneceu na Terra, hoje pertence ao mundo dos espíritos.

O Homem viveu, fez passagem e volta ao mundo, através do culto a Babaegun.

Ritual de Axexê

Axexê é a cerimônia realizada após o ritual fúnebre (enterro) de uma pessoa iniciada no candomblé.Tudo começa com a morte do iniciado, chamado de última obrigação, este ritual é especial, particular e complexo, pois possibilita a desfazer o que tinha sido feito na feitura de santo, é bem semelhante com o processo iniciático chamado de sacralização, só que agora este procedimento é uma inversão chamada de dessacralização, no sentido de liberação do Orixá protetor do corpo da pessoa.

O Ritual de Axexê é um assunto bastante conhecido, mas pouco comentado e muito importante para os praticantes do candomblé e demais cultos africanos.

O ritual consiste na preparação do praticante do Candomblé na terra, quando ele faz passagem, ele passa por todo o preparo, para ir para outra vida, outra dimensão.

Segundo pesquisas, um líder espiritual que fez passagem, não pode ser cremado. Pois a cremação impede o seu retorno a terra, que é feita através dessa reencarnação e volta a terra.

Esse preparo também representa a preparação para sua volta a terra, através do culto aos babaeguns. Naturalmente volta em alguém de sua familia, para que haja realmente a reencarnação.


Fonte: www.imperiodacultura.com.br/blog/culto-aos-babaeguns-e-o-ritual-de-axexe
Acesso 12/07/17


Cremação na visão católica

Houve um tempo que, de fato, a Igreja proibiu a cremação dos corpos. Isso ocorreu logo após a Revolução Francesa quando as pessoas, descrentes da vida eterna e da ressurreição dos mortos, incineravam os cadáveres para “provar” que não haveria jeito de Deus ressuscitar ninguém.


Contudo, com o passar dos séculos, o perigo de irreligiosidade desapareceu em parte e o clima de protesto, usando a cremação como morte também. Por isso a proibição cessou. O Papa Paulo VI, em 1963, publicou a Instrução do Santo Ofício “Piam et constantem”, versando sobre o assunto. É um importante documento que esclarece muito bem o tema e que vale a pena transcrever:

A Igreja sempre quis encorajar o piedoso e constante costume cristão de sepultar os corpos dos fiéis, quer confortando-o de ritos apropriados a evidenciar o sentido simbólico e religioso da inumação, quer ameaçando com penas canônicas os que se insurgiam contra esta prática; e a Igreja fez isso sobretudo quando a oposição era inspirada pela animosidade, hostil aos costumes cristãos e à tradição eclesiástica, daqueles que, cheios de espírito sectário, procuravam substituir a inumação pela cremação em sinal de negação violenta dos dogmas cristãos, especialmente o da ressurreição dos mortos e da imortalidade da alma humana.

Esse propósito, evidentemente, era um fato subjetivo, inerente ao espírito dos que propugnavam a cremação, mas não estava ligada ao fato objetivo da cremação em si; como a incineração do corpo não atinge a alma e não impede a onipotência de Deus de restituir o corpo, ela não contém em si uma negação objetiva destes dogmas.

Não se trata, pois, de algo intrinsecamente mau ou contrário em si à religião cristã; foi o que a Igreja sempre pensou, pois de fato, em certas circunstâncias - estando seguro que a cremação dos corpos é feita com a intenção honesta e por motivos sérios, especialmente de ordem pública - ela não se opôs, como não se opõe, à incineração.

O melhoramento do estado do espírito e a repetição sempre mais frequente e manifesta, ultimamente, de circunstâncias que se opõem à inumação, explicam que numerosos pedidos foram dirigidos à Santa Sé para que fosse flexibilizada a disciplina eclesiástica relativa à cremação dos corpos, a qual hoje é solicitada, não por ódio à Igreja ou aos costumes cristãos, mas tão-somente por razões de higiene, de economia ou outros, de ordem pública ou privada.

A Santa Mãe Igreja - preocupada imediatamente com o bem espiritual dos fiéis, mas também atenta a outras necessidades - julga dever acolher essas solicitações, favoravelmente decidindo o que se segue:

1. É preciso velar cuidadosamente por manter fielmente o costume de inumar os corpos dos fiéis defuntos; por isso, os Ordinários, por instruções e advertências oportunas, cuidarão de que o povo cristão não pratique a incineração e não abandone o uso da inumação, salvo quando constrangido pela necessidade…

2. Todavia, para não aumentar mais do que o necessário as dificuldades que surgem das circunstâncias atuais e para não multiplicar os casos de dispensa das leis vigentes na matéria, pareceu-nos oportuno introduzir alguns abrandamentos nas prescrições do direito canônico relativo à incineração, de sorte que doravante as prescrições dos cânones 1203 § 2 (interdição de executar uma ordem de incineração) e 1240, § 1, 5º (recusa de sepultura eclesiástica aos que pediram que seus corpos fossem cremados) não são mais urgidas em todos os casos, mas somente quando consta que a cremação foi escolhida por negarem-se os dogmas cristãos ou no espírito sectário ou por ódio à religião católica e à Igreja.

3. Segue-se disso igualmente que os sacramentos e as orações públicas não devem ser recusados, por este fato, aos que tiverem escolhido a cremação do corpo, a não ser que seja evidente que tal escolha foi feita pelas razões acima indicadas, contrárias à vida cristã.

4. Para não enfraquecer a adesão dos fiéis à tradição eclesiástica, e para que apareça claramente que o espírito da Igreja é alheio à cremação, os ritos da sepultura eclesiástica e dos sufrágios subsequentes não poderão jamais ser celebrados no próprio lugar da cremação, nem mesmo ao acompanhar simplesmente o translado do corpo.

Cremação na visão evangélica

As Escrituras não apresentam nenhuma objeção à prática da cremação.

Vários relatos bíblicos falam de corpos ou ossos humanos serem queimados (Josué 7:25; 2 Crônicas  34:4,5), isso talvez indique que essas pessoas não foram dignas de um enterro decente. Mas a cremação de um corpo nem sempre tinha esse significado.

Podemos ver isso no relato da morte do rei Saul e seus três filhos. Os quatro morreram numa batalha contra os filisteus. Um dos filhos era Jonatã, o leal amigo e apoiador de Davi.

Quando os valentes israelitas de Jabes-Gileade souberam dessas mortes, eles recuperaram os corpos, os queimaram e daí enterraram os ossos. Davi mais tarde elogiou esses israelitas pelo que fizeram (1 Samuel  31:2,8-13; 2 Samuel 2:4-6).

A esperança bíblica para os mortos é a ressurreição; Deus vai restaurar a pessoa à vida. Quer o corpo seja cremado, quer não, Jeová tem uma capacidade ilimitada de trazer a pessoa de volta à vida com um novo corpo. Os três fiéis hebreus que enfrentaram a morte numa fornalha, sob a ordem do rei Nabucodonosor, não precisavam temer que Deus não fosse capaz de ressuscitá-los (Daniel 3:16-18). Foi assim também no caso dos fiéis servos de Jeová que foram mortos e cremados nos campos de concentração nazistas. Além disso, vários servos leais de Deus morreram em explosões ou de outras maneiras que não deixaram nenhum vestígio de seus corpos. Mas mesmo assim sua ressurreição está garantida.

Jeová não precisa reconstituir o antigo corpo de uma pessoa para ressuscitá-la. Isso fica evidente na ressurreição de cristãos ungidos para a vida celestial. Assim como Jesus, que foi “vivificado no espírito”, o cristão ungido ressuscitado continua sendo a mesma pessoa, mas com um corpo espiritual. Nenhuma parte de seu corpo físico o acompanha ao céu (1 Pedro 3:18; 1 Coríntios 15:42-53; 1 João 3:2).

A esperança na ressurreição não se baseia no que acontece ao corpo físico, mas na certeza de que Deus tem a capacidade e o desejo de cumprir suas promessas (Atos 24:15).

Seria sensato que os cristãos levassem em conta os costumes locais, os sentimentos dos envolvidos e os requisitos legais ao decidir sobre a disposição final do corpo (2 Coríntios 6:3, 4). Assim, cremar ou não o corpo de uma pessoa é uma decisão pessoal ou familiar.


Cremação na visão budista

O processo de cremação pode ser bastante variado em cada cultura e hábito local. Como o budismo, que possui peculiaridades únicas em seu ritual tradicional.

No centro dos rituais fúnebres budistas, está a crença de que: enquanto o corpo estiver presente, ainda é possível lhe enviar méritos que o beneficiem, o ajudando a chegar ao Nirvana.


Por essa razão, entre a morte e a cremação há uma série de rituais, como a recitação de textos sagrados e a doação de esmolas aos monges que vêm presidir as cerimônias, que são indispensáveis.

Algumas famílias mais ricas adiam a cremação durante longos períodos para maximizar os méritos alcançados. Quando é chegada a hora, o corpo é colocado sob uma pira de cimento.

Os familiares e amigos colocam a lenha, mas também incenso e velas. As cinzas poderão depois ser recolhidas e colocadas numa urna.

Como no hinduísmo, as cremações budistas são cerimônias públicas. A grande variedade entre as diferentes correntes budistas reflete-se nos rituais fúnebres também.

Fonte: SNP Cultura


Cremação na visão espírita

O medo de ser enterrado vivo induz muita gente a desejar ser cremado. Queima-se o cadáver evitando o problema. Mas há uma dúvida que inspira a pergunta mais frequente: se no ato crematório o Espírito ainda estiver preso ao corpo, o que acontecerá?

Tudo aquilo que doamos temos, é da lei. Tudo que temos, devemos.
O corpo é uma veste e um instrumento muito valioso e útil para o espírito, enquanto encarnado. Depois de morto, nenhuma utilidade mais tem para o espírito que o animou. Poderá vir a ser cremado sem que nada disso traga qualquer prejuízo real para o espírito desencarnado.



Pensam alguns que se o seu corpo for queimado ou lesado haverá prejuízo para o seu ressurgimento no mundo espiritual. Entretanto, não é o corpo material que continua a viver além-túmulo nem é ele que irá ressurgir, reaparecer, mas sim o espírito com o seu corpo fluídico (perispírito), que nada tem a ver com o corpo que ficou na Terra.

É necessário observar que, se o Espírito estiver ligado ao corpo não sofrerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao Espírito, mas obviamente experimentará impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente de um desligamento violento e extemporâneo. Mas pense bem, enterrar o corpo é também algo horrível se o espírito permanecer preso a ele; a autópsia; a putrefação do corpo, os vermes devorando a carne putrefata, é também angustiante para o espírito. Entretanto devemos lembrar que o perispírito está em outra faixa vibratória, e que em circunstâncias normais não deve ser afetado, quer pela decomposição, quer pela cremação.

Entretanto, acreditamos que um espírito cujo corpo vai ser cremado, é desligado, talvez de forma violenta, mas não será queimado, mesmo que fique preso.

Sofrem mais os espíritos muito apegados à matéria, os sensuais, os que se agarram aos prazeres da vida. Mas respondendo objetivamente, acreditamos que não são sensações físicas, e sim emocionais, morais.

Para que o Espírito não se encontre ligado ao corpo físico, é recomendável um intervalo razoável após a morte (Emmanuel diz 72 horas), a fim de se ter maior segurança de que o desligamento perispiritual já tenha completado.

Nos fornos crematórios de São Paulo espera-se o prazo legal de vinte e quatro horas. Não obstante, o regulamento permite que o cadáver permaneça em câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar. Espíritas costumam pedir três dias. Há quem peça sete dias.

Importante reconhecer, todavia, que muito mais importante que semelhantes cuidados seria cultivarmos uma existência equilibrada, marcada pelo esforço da autorrenovação e da prática do bem, a fim de que, em qualquer circunstância de nossa morte, libertemo-nos prontamente, sem traumas, sem preocupação com o destino de nosso corpo.


Fonte: Rudymara
grupoallankardec.blogspot.com.br