Prefácio
e introdução
1. O contato com o Espírito de Raymond, seu
filho desencarnado em 1915 nos campos de guerra da França, robusteceu a
convicção de Sir Oliver Joseph Lodge, mas não foi esse fato que o levou aos
fenômenos espíritas, a que ele já se dedicava desde 1883. (PP. VII e VIII)
2. Nascido a 12 de junho de 1851 em Penkhull,
Sttafordshire, Inglaterra, Lodge desencarnou a 22 de agosto de 1940, aos 89
anos de idade, em Amesbury, Wiltshire, em seu país natal. (P. VIII)
3. Sua vida pode ser dividida em duas partes
distintas. Até aos 56 anos de idade, granjeou fama mundial como professor e
inventor, notadamente no campo da radiotelegrafia. Educado na Grammar School,
de Newport, e no University College, de Londres, especializou-se em Física.
Professor emérito, foi feito cavalheiro pelo rei Eduardo VII, em 1902, e
recebeu grau de doutor em Ciências por sete Universidades. (PP. VIII e IX)
4. Lodge foi o inventor do “coherer”, o
primeiro detector de ondas a ser usado, de relevante papel na telegrafia sem
fio. Aliás, foi ele o primeiro cientista a enviar mensagens pelo telégrafo sem
fio, em 1894, antes de Marconi ter-se ocupado do assunto. E uma de suas maiores
glórias foi a descoberta das ondas hertzianas e o modo de detectá-las,
descoberta que foi efetuada por Hertz quase que simultaneamente, razão pela
qual elas ficaram associadas ao nome de Hertz. (PP. IX e X)
5. De 1901 a 1903, já estudioso dos fenômenos espíritas, presidiu a Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, havendo realizado numerosas experimentações com os médiuns Verall e Leonora Piper e assistido, em 1894, com Charles Richet, a algumas das célebres sessões de efeitos físicos de Eusápia Paladino. (P. IX)
6. As provas que Lodge obteve da
sobrevivência e comunicação de seu filho Raymond foram das mais robustas, e tão
evidentes, que deram origem ao livro Raymond, traduzido para o português pelo
escritor Monteiro Lobato. (P. IX)
7. Richet, que não acreditava na
sobrevivência da alma, era um homem de ciência, como Oliver Lodge, que também
negou, na sua mocidade, os fenômenos espiritistas. Mais tarde, Lodge
reconheceria que os homens de ciência não têm senão um “conhecimento parcial e
imperfeito dos fatos”, do que se deriva sua descrença. (PP. XV e XVI)
8. Segundo João Teixeira de Paula, Lodge não
foi espírita. “Não sabemos - diz Teixeira de Paula - se Lodge conhecia ou não
as obras de Kardec, conquanto lhe aceitasse os princípios básicos; mas
provavelmente as conheceria e as teria lido, estudioso insofreável.” O certo,
porém, é que em nenhuma vez Lodge cita, em suas obras, o Codificador. (P. XVII)
9. Psiquista convicto e erudito, Oliver
Lodge, como tantos outros cultores do Psiquismo Transcendental, admitia a
existência da alma, a sua preexistência ou sobrevivência, e a fenomenologia
espírita. (P. XVII)
10. A Verdade - ensina o autor de Raymond -
“apresenta diversas faces: quando pensamos nos inumeráveis mundos e na sua
diferente distribuição no Universo, somos obrigados a crer num impulso que leva
a humanidade a cogitar de realidades mais importantes, a perceber que a transitória
vida terrena não pode ser tudo senão um prelúdio que a levará a um grande fim”.
(P. XVIII)
11. Segundo ele, Deus obra sempre de modo
ameno, opera de forma indireta, sem exercer coerção, que, “se fosse exercida, o
mundo hominal seria mais perfeito, como se pode dizer do mundo inorgânico ou
mecânico, porém ele seria apenas uma máquina e não uma entidade espiritual”.
Nós, contudo, não somos máquinas; possuímos “uma vontade livre e a faculdade de
escolher, privilégio esse a que podemos atribuir as nossas dificuldades e os
nossos fracassos”. (P. XVIII)
12. Atestando sua convicção na imortalidade
em diversas obras, como A Sobrevivência Humana, A Formação do Homem e Raymond,
Lodge declarou, com toda a clareza, na última referida: “Jamais ocultei minha
crença de que a personalidade não só persiste, como ainda continua mais
entrosada ao nosso viver diário do que geralmente o supomos; de que não há
nenhuma solução de continuidade entre os vivos e os mortos”. (P. XXI)
13. Logo na introdução à obra em estudo,
Oliver Lodge afirma: “Conheço o peso da palavra ‘fato’ na Ciência e digo, sem
hesitação, que a continuidade individual e pessoal é para mim um fato
demonstrado”. (P. 1)
14. Tudo o que possuímos como prova,
acrescenta ele, “diz respeito à persistência individual após a separação de
nosso invólucro terrestre”. “Seria, pois, presunção pretender saber o que nos
reservará um futuro algo obscuro e remoto. É, na verdade, um amanhã sobre o
qual não temos necessidade de pensar agora.” (P. 2)
15. “Que nos baste saber, no momento -
conclui Lodge -, que esta vida não é o fim de nossa individualidade e que, se
soubermos utilizá-la com retidão, constituirá ela a primeira etapa , por muito
tempo adiada, de uma tarefa sempre mais efetiva, tarefa em harmonia com a nossa
natureza íntima, equivalente, por consequência, à liberdade completa.” (P. 2)
Visão cósmica da vida e do Espírito
16. Afirma Lodge que foi apenas alguns
séculos depois de Copérnico que a ideia da Terra como um corpo celeste entre
uma multidão de outros penetrou na inteligência popular. Esta grande revolução
no pensamento é hoje um fato mais ou menos aceite e admite-se a existência de
uma porção de outros mundos, ao menos no tocante à constituição material e aos
seus movimentos no espaço. (P. 3)
17. Citando o Padre Tyrell, Oliver Lodge
lembra que a essência da religião repousa na crença em um outro mundo, em uma
outra ordem de existência e em nossas tentativas para entrar em relação com
ele. (P. 5)
18. A base de todas as religiões - diz Lodge
- é a crença na existência de um mundo espiritual, isto é, na existência de
inteligências ou seres mais elevados do que o homem. Quando se admite a
existência dessas inteligências, sente-se que elas podem influenciar e
auxiliar-nos. Quando se entrevê a possibilidade de entrar em relação com elas e
obter seu auxílio, torna-se essa crença mais do que intelectual e desabrocha em
forma de religiões mais ou menos perfeitas. (P. 5)
19. Os sábios, no entanto, reagiram contra
essa tendência para o supranormal e alguns vão até ao desprezo e à condenação
dessas experiências, sob a alegação de que estas se encontram fora da
verdadeira ciência, enquanto outros as aceitam, humildemente, sem buscar
pesquisar e compreender. (P. 5)
20. A maioria, porém, considerando de forma
respeitosa e mesmo compassiva a conduta das pessoas religiosas, é de opinião
que essas coisas nada têm a ver com as suas ocupações profissionais e
intelectuais e, sem negá-las, por elas não se interessam. (P. 5)
21. As negações de ordem especulativa
deveriam ser confirmadas por conhecimentos mais extensos e o apoio da Ciência,
mas, no decurso destes últimos anos, vários daqueles que haviam consagrado suas
vidas aos estudos científicos fixaram a sua atenção sobre certos fenômenos
bizarros e pouco comuns, fenômenos que muitas pessoas consideram como a
demonstração da existência de um mundo invisível e supranormal, e provavelmente
espiritual. (P. 7)
22. Após detido estudo desses fenômenos,
alguns chegaram à conclusão de que a explicação mais fácil a respeito deles se
encontra na hipótese de que nossa existência não é limitada apenas à Terra e às
coisas terrestres, como supomos, e que estamos em relação e em contato com uma
outra espécie de vida. (P. 7)
23. Uma segunda revolução de Copérnico está
assim em curso: a Terra não é mais a morada única da inteligência.
A inteligência penetra e domina o Espaço. Ela
é ativa em toda parte, não está ausente em parte alguma. (P. 7)
24. Parece também que a vida encarnada, tal
como a conhecemos, tem necessidade da substância complexa a que chamamos protoplasma,
à guisa de morada. Essa aglomeração molecular complexa não se pode formar senão
em uma temperatura bastante baixa. O mesmo se dá com certos átomos de que ela
se compõe. (P. 7)
25. A vida na Terra se acha distinta e
evidentemente associada à matéria, em toda a parte que isso seja possível. Além
disso, é possível imaginar uma outra estrutura composta de éter, tão sólida e
substancial quanto a matéria ordinária, com a diferença de que ela ultrapassa o
limite dos nossos sentidos corporais e que não está sujeita à intervenção
muscular direta. (P. 8)
26. O corpo material, que vemos e tocamos,
não é nunca o corpo inteiro. Ele deve possuir uma contraparte para manter sua
entidade. “Em minha opinião - diz Lodge -, a vida e o Espírito não estão nunca
diretamente associados à matéria e não podem agir senão indiretamente por suas
conexões com um veículo etérico que é o seu real instrumento, um corpo etérico,
que, por sua inter-reação, é capaz de influenciar a matéria.” (P. 9)
27. Possuímos um corpo etérico independente
de todo o acidente que possa acontecer ao conjunto da matéria associada, e
continuamos a possuir sempre esse corpo etérico depois do desaparecimento do
corpo material. A única objeção a esta realidade reside no fato de que nada
existe, de natureza etérica, suscetível de impressionar os nossos sentidos.
Tudo o que pertence ao éter deve ser conhecido por deduções. (P. 9)
Postulados
ou conclusões tirados da experiência
28. Para Lodge, toda teoria deve ser apoiada
por fatos resultantes da observação e da experiência. “Deve-se, pois, dar-lhe
uma oportunidade de vida e só quando ela mostrar-se falsa e errada é que deverá
ser eliminada sem piedade”, acrescenta o autor desta obra. (P. 10)
29. Dito isto, Oliver Lodge apresenta as
seguintes proposições (PP. 10 e 11):
I - A atividade mental não é limitada às suas
manifestações corporais, embora, em certo meio material, isso seja necessário
para demonstrar-nos sua atividade neste plano.
II - O mecanismo cérebro neuromuscular, assim
como o restante do corpo, forma um instrumento construído, dirigido e utilizado
pela vida e pelo Espírito.
III - Nem a vida nem o Espírito deixam de
existir quando separados do seu invólucro ou órgão material.
IV - O que chamamos indivíduo é uma encarnação
definida ou uma associação com a matéria de algum elemento vital ou espiritual
que possui em si mesma uma existência contínua.
V - O valor da encarnação se acha na
oportunidade assim oferecida para a individualização de uma parte da
mentalidade específica gradualmente mais vasta, isolada do seu meio primitivo
cósmico, a fim de permitir-lhe desenvolver uma personalidade que será a
característica desse organismo particular.
VI - Há lugar para crer-se que essa
individualidade persista como toda outra realidade e que, em consequência, pode
sobreviver à sua separação do organismo material que a ajudava outrora a
isolar-se, para tornarem-se possíveis os traços característicos individuais do
seu caráter, caráter esse que persiste verdadeiramente como indivíduo,
conservando a sua memória, as suas experiências e as suas afeições, segundo
oportunidades e privilégios associados ao corpo material durante a vida
terrena.
VII - A evidência, já acessível, basta para
provar que o caráter individual e a memória persistem, que as personalidades
que deixaram esta vida continuam a existir com os seus conhecimentos e as
experiências adquiridas neste plano, e que, em certas condições parcialmente
conhecidas, os nossos amigos invisíveis podem provar-nos a sua sobrevivência real,
individual e pessoal.
30. No momento em que esta obra foi escrita -
1929 - todas as conclusões ou deduções acima expostas, provenientes de um longo
inquérito, eram - de acordo com Oliver Lodge - consideradas duvidosas pela
Ciência ortodoxa, que até então se limitara às manifestações terrestres, sem
buscar o que quer que seja no plano espiritual. “Qualquer insistência sobre
tais proposições - afirma o pesquisador inglês - topa com a zombaria que as
encara como pura especulação ou mesmo como superstição. Estas conclusões, por
outro lado, não parecem essenciais à religião, em sua aceitação geral, e são,
na maioria, desaprovadas como ensino religioso.” (PP. 11 e 12)
As
sete proposições
31. Apreciando as sete proposições
anteriormente expostas, Oliver Lodge diz que, no tocante à primeira proposição
- o Espírito pode agir independentemente dos órgãos corporais -, ele ficou
certo disso desde 1883, em razão dos casos de telepatia experimental que Sir
William Barrett assinalara em relatório dirigido à British Association em 1876.
(P. 13)
32. Na sequência, Lodge reporta-se às
experiências contidas no livro Fantasmas dos Vivos, editado em 1886, por Myers
e Gurney, com a colaboração de Podmore. E afirma: “A aparição ou o fantasma,
visto pelo percipiente sensitivo e que, até aqui, tinha naturalmente sido
considerado como efeito de uma presença real e misteriosa, podia ser assim
atribuído a uma impressão viva produzida, telepaticamente e sem seu
conhecimento, por uma pessoa afastada, em angústia, perigo e mesmo prestes a falecer”.
(P. 14)
33. Depois de eliminar todos os casos
duvidosos, a conclusão dos investigadores foi resumida, nos Proceedings of the
Society for Psychical Research, da seguinte maneira: “Existe, entre os casos de
morte e as aparições de moribundos, uma relação que não é consequência só do
acaso. Consideramo-la como um fato certo. A discussão de tudo o que ela implica
não pode ser feita só nesta obra e, provavelmente, não será mesmo esgotada em
nossa época”. (PP. 14 e 15)
34. É interessante lembrar que o filósofo
Kant ocupou-se também, em certa época, dos estudos psíquicos e examinou dois ou
três casos notáveis, referentes a Swedenborg. Em seu ensaio sobre Kant, William
Wallace diz que é possível considerar as aparições sob um ponto de vista
subjetivo e transcreve citação de Kant em que este admite a comunicação entre
os Espíritos e os encarnados. (P. 15)
35. A segunda proposição - o corpo é um
instrumento utilizado pelo Espírito - resulta, de certa forma, da primeira e
serve de refutação ao argumento apresentado por anatomistas e fisiologistas de
que cérebro e Espírito são a mesma coisa, de modo que uma lesão no cérebro
imprime, ipso facto, uma lesão correspondente no Espírito e que a destruição de
um equivale à destruição de outro. (P. 16)
36. Oliver Lodge discorda dessa ideia e
afirma que o cérebro, em si mesmo, não pode mais que a vista e que ambos não
constituem senão um instrumento único graças ao qual a visão se torna uma
possibilidade, tal como se dá com o ouvido, que é apenas um instrumento físico
que nos permite ouvir. Mas, a verdade é que é o Espírito quem vê e ouve, é ele
quem interpreta a significação da visão e da audição, quem extrai uma impressão
mental ou uma emoção das imagens, dos poemas e das músicas - resposta psíquica
inteiramente estranha aos atributos da matéria. (PP. 16 e 17)
37. Em seu livro intitulado O Mundo dos
Espíritos, publicado na Inglaterra em 1924, o filósofo polonês Vincenty
Lutolawski assevera: “Para compreender a relação que existe entre o pensamento
e o cérebro, basta admitir que o cérebro é o órgão através do qual recebemos
todas as nossas impressões exteriores e graças ao qual produzimos todos os
movimentos, particularmente a palavra”. “É por uma falsa analogia de linguagem
- conclui Vincenty - que dizemos ‘minha alma’, como dizemos ‘meu cérebro’, ‘meu
corpo’ e assim por diante. Com efeito, sois uma alma e não deveis falar de
possuir uma alma como se a alma diferisse de vós mesmos.” (PP. 17 e 18)
38. Muitos fenômenos conhecidos permitem
ilustrar a terceira proposição, que estabelece que as coisas desaparecidas não
perdem a sua existência. Embora seja um fato que salta aos olhos, a
indestrutibilidade da matéria precisa ser provada cientificamente. (P. 18)
39. Acredita-se geralmente que uma coisa
queimada está destruída, que o leite derramado está perdido, que a nuvem se
evaporou devido ao calor solar etc. Todo o mundo sabe, porém, que - qualquer
que seja a dispersão da matéria -as suas partículas são indestrutíveis. (P. 18)
40. Ora, o poder dirigente pode continuar a
funcionar muito tempo depois do abandono do mecanismo subordinado, contudo não
o poderá fazer sem instrumento. O espiritual e o material parecem continuamente
em relação. A Divindade age por meio de seus agentes. O homem é um instrumento
das forças superiores e ele próprio tem necessidade de instrumentos para o
exercício e a manifestação de suas faculdades. (PP. 18 e 19)
41. A quarta proposição - um indivíduo é uma
encarnação temporária de algo imortal - trata do problema da identidade
pessoal. “Parece-me hoje provável - entende Lodge - que a individualidade se
formou durante o isolamento da matéria, do que podemos chamar substância
psíquica bruta, não experimentada. O corpo é gradualmente saturado pela psique
ou alma não identificada, segundo as suas capacidades de recepção, porção
infinitesimal no começo do processo, aumentando pouco a pouco numa medida certa
em razão dos esforços e das oportunidades do ser.” (P. 19)
42. A alma, agora identificada, conserva suas
capacidades, suas aptidões, seus gostos, a memória e a experiência adquiridas
durante a vida terrena, adicionando esse acréscimo de valor ao Todo que ela
junta, apropriado à sua natureza. (P. 20)
43. A quinta proposição implica a ideia de
que a encarnação terrena tem um fim e que podemos compreender-lhe parcialmente
a razão. “O corpo - assevera Lodge - é um belo instrumento de educação.” (P.
20)
44. Todo conhecimento, reconhece Lodge, é
difícil de adquirir e exige certo esforço: sem instrução e sem esforços os
nossos conhecimentos seriam bem limitados. “As dificuldades assim encontradas
fazem parte da educação da alma; o valor do caráter individual depende do bom
êxito de seus esforços, da utilização de condições especiais, enfim, da
sabedoria dos meios de seu emprego. O
episódio, que é a vida terrena, é, pois, de grande transcendência para
desenvolver o caráter, ampliar os conhecimentos, cultivar novas amizades e
aumentar, de um modo geral, a riqueza da vida.” (P. 21)
45. A sexta proposição afirma que as
realidades são permanentes e não dependem dos veículos materiais que
manifestam, ajudam e tornam possíveis as nossas compensações. (P. 21)
46. É preciso reconhecer, diz Lodge, que os
nossos sentidos nos ensinam muito pouco, ou mesmo nada, diretamente do Universo
em seu conjunto. “Eles nos limitam à percepção da matéria. Não percebemos
mesmo, na realidade, senão vibrações, senão os corpos sonoros, luminosos ou
iluminados, de onde eles provêm.” É por isso que a matéria desempenha papel tão
vasto em nosso pensamento e certas pessoas são levadas a crer somente nela. (P.
22)
47. Tornar possível à alma a encarnação é a
mais alta função da matéria, é a sua apoteose. Essa é sua glória principal e
sua razão de ser, porque a alma é a fôrma e o modelo do corpo, que é feito para
encaixar e auxiliar a alma. (P. 23)
48. A sétima proposição comporta a prova da
sobrevivência humana, uma questão de importância capital. Eis a pedra de toque
do problema e, para tanto, devemos recorrer à experiência, guiar-nos por fatos
resultantes da observação e estabelecer a sobrevivência da alma individual, não
por meio da lógica, mas por meio de fatos. (PP. 24 e 25)
49. O meio mais direto de fazê-lo seria
seguramente o de permanecermos em comunicação com os mortos, para sabermos se
eles sempre existem e se conservam, sem modificação, o caráter e a memória. (P.
26)
50. A mediunidade nos possibilitou essa
comunicação, porque encontramos seres cuja faculdade receptiva ou telepática é
particularmente desenvolvida: são os chamados médiuns, e é por eles, e com o
auxílio deles, que nos é possível obter o privilégio da comunicação indireta
com os desencarnados. (P. 27)
51. Essa faculdade parece independer de raça,
sexo, educação e mesmo da inteligência. Encontra-se nos homens, nas mulheres e
nas crianças. Uns são instruídos, outros ignorantes, mas a maior parte deles
são criaturas comuns e simples que não seriam jamais consideradas pessoas
excepcionais. (P. 27)
52. A maneira de exercer os dons varia
segundo os casos. A faculdade receptiva não é nunca contínua. Uma certa
serenidade é bem necessária. O organismo corpóreo é posto em ação por uma
inteligência que não é a sua. Em certos casos, o operador espiritual age
diretamente sobre o organismo, por intermédio do aparelho cérebro
neuromuscular. Em outros casos, a transmissão parece de natureza telepática.
(P. 27)
53. As mensagens mediúnicas são muitas vezes
recebidas por pessoas que perderam algum familiar. É assim que elas chegam a
pôr-se em relação com os seus caros mortos e a descobrir que a memória, a
afeição e o caráter deles persistem sempre. (P. 27)
54. A prova da identidade do comunicante é
dada por este e às vezes é tão forte que o ceticismo da pessoa aflita
desaparece e o consolo e a esperança lhe voltam ao coração. (P. 28)
55. “Para mim - diz Oliver Lodge - a
evidência é virtualmente completa e não tenho mais dúvida alguma sobre a
existência e a sobrevivência da personalidade, do mesmo modo que não a tenho
sobre a dedução de uma experiência qualquer, comum e normal.” (P. 28)
56. Lodge acrescenta que os comunicantes se
apresentam mais ou menos como eram neste mundo. Eles progridem gradualmente,
mas não perdem logo o seu contato com a Terra. Em geral, eles fazem-nos sentir
a importância da existência terrena, a responsabilidade dos nossos atos, a
manutenção do nosso caráter, o valor do trabalho e da atividade no Além, embora
sua compreensão das coisas esteja longe de ser completa, pois seu saber é
apenas um pouco maior do que o nosso. Não devemos, pois, considerá-los como
“oráculos ou fontes de informações infalíveis”. (PP. 28 e 29)
57. Uma das objeções feitas à utilização dos
médiuns para o recebimento das mensagens é esta: por que não podemos
comunicar-nos diretamente com o Além? Ora, os que possuem faculdades mediúnicas
podem fazê-lo, mas os que não as possuem devem recorrer aos meios conhecidos.
Aliás, é assim que ocorre com todos os nossos meios de comunicação. Para falar,
valemo-nos das vibrações atmosféricas; para ver, utilizamos as vibrações
etéricas; para o tato, o nosso próprio corpo físico. (P. 29)
58. Desse modo, para comunicar-nos com os
desencarnados, somos obrigados a servir-nos do mecanismo corporal de certas
pessoas que possuem a faculdade necessária para uma comunicação de tal espécie.
(P. 30)
59. Essa faculdade talvez nos seja
misericordiosamente recusada, para que possamos ocupar-nos de nossos afazeres e
cumprirmos nossos deveres. Um médium é uma pessoa que sacrifica parte de sua
existência para correr em auxílio de seus semelhantes. Devemos, pois, ser-lhes
gratos e tornar sua tarefa mais fácil. (P. 30)
60. A ideia de lhes censurar, em alguns
casos, o recebimento de uma remuneração modesta, que lhes permita viver devotado
ao serviço alheio, é inteiramente absurda. (P. 30) (N.R.: Entende-se tal
afirmação quando partida de um experimentador não espírita, como Oliver Lodge.
O espiritista deve, no entanto, seguir a recomendação kardequiana contida no
cap. 26, itens 9 e 10, d’ O Evangelho segundo o Espiritismo.)
61. Outrora, a telegrafia sem fio era
considerada impossível e hoje é uma banalidade. A existência do éter universal
também foi contestada, embora sintamos o seu contato quando nos aquecemos
diante do fogo ou ao Sol, e quando transmitimos mensagens por seu intermédio.
Lodge declara, porém, estar absolutamente certo de que existe um meio físico
para a comunicação telepática, de que o éter do espaço é necessário para esse
fim e de que a nossa vida se encontra constantemente associada a essa
substância antes que com a matéria. (PP. 30 e 31) (N.R.: Lodge está-se
referindo, ao tratar do éter universal, ao fluido cósmico universal. Os físicos
modernos falam hoje da existência da espuma quântica, que corresponde ao mesmo
conceito. Tudo se resume, como vemos, a uma questão de terminologia!)
A
pesquisa psíquica
62. A história da Ciência é, sem dúvida, o
quadro de resultados interessantes, mas é também o registro da oposição e da
obstrução conservadoras. As teorias dominam o mundo e as hipóteses novas são
mal acolhidas. A notícia sobre a circulação do sangue foi acolhida com desdém.
Os defensores da verdade têm apanhado sempre a luva da crítica hostil e alguns
tiveram de fugir à perseguição, como os anatomistas, que foram obrigados a
prosseguir nos seus estudos em segredo. (P. 33)
63. Nada, pois, de espantar que as
investigações de Sir William Crookes sobre os fenômenos psíquicos tenham sido
mal recebidas, desprezadas e deixadas completamente fora do domínio científico.
O ceticismo foi fundamental nesse episódio, visto que os membros da Royal
Society se recusaram a verificar o que lhes parecia impossível. (P. 34)
64. É preciso compreender que o método
experimental e o método do livre exame dos fenômenos não têm numerosos séculos
no seu ativo. Ele foi sustentado por Francis Bacon e Lord Verulam, mas, quando
posto em prática por Galileu, consideraram-no uma novidade quase ímpia, porque
os resultados assim obtidos estavam muitas vezes em contradição com ensinos
tradicionais que tinham a autoridade de séculos ou mesmo de milênios. (P. 34)
65. Pode-se dizer que atualmente nada existe,
nas doutrinas estabelecidas sobre as ciências mecânicas, físicas ou químicas,
que se possa considerar muito sagrada ou absolutamente certa, de modo a evitar
a sua reconsideração, melhoria ou reforma. A tolerância atual em admitir
teorias revolucionárias, como as do Quanta e da Relatividade, é levada ao
extremo, porque tais hipóteses são formuladas livremente, sem a mínima prova, e
admitidas como um passo preliminar para um conhecimento futuro mais amplo e
mais elevado. (P. 35)
66. É digno, pois, de nota que a Ciência
Psíquica não tenha ainda ganho o seu inteiro direito à liberdade total. Nesta
ciência, o método experimental ainda está sob uma nuvem de suspeita e aversão.
Fatos são afirmados por investigadores competentes, embora nenhuma sociedade
ortodoxa se digne de dar-lhes atenção, por parecerem estar eles em contradição
com a estrutura geral do Universo geralmente admitida. (P. 35)
67. O método experimental desta ciência, que
o professor Charles Richet denominou Metapsíquica, ramo anormal e raro da
Psicologia, está em prova. Ele caminha lentamente, arcando com as dificuldades
causadas pela desaprovação quase geral e pela tendência em se perseguir os
instrumentos humanos, os únicos que permitem se façam tais experiências, que
são os médiuns. (P. 35) (N.R.: Lembremo-nos de que Lodge escreveu esta obra em
1929, há setenta anos.)
68. Examinando os argumentos contrários aos
fatos espíritas, vê-se que a explicação mecânica é incompleta, porquanto os
fatos implicam a admissão de que a vida e o Espírito são realidades fora da
matéria e dos processos materiais. Os Espíritos são, no entanto, capazes de
agir sobre os instrumentos materiais na qualidade de guia. O cérebro torna-se
órgão ou instrumento do Espírito, mas não é ele o Espírito. (P. 36)
69. Supondo-se que a existência da telepatia
seja definitivamente estabelecida, qual seria a importância disso? (P. 38)
(N.R.: Graças ao advento da Parapsicologia a telepatia é hoje um fato
cientificamente aceito e incontestável.)
70. A importância principal da telepatia é
provar que a atividade mental não é limitada aos órgãos corporais e aos instrumentos
que a transmitem regularmente. Em outros termos: que o Espírito é independente
do corpo e que não somos obrigados a supor que o Espírito deixa de existir
quando o seu instrumento é destruído. (P. 38)
71. Os pesquisadores foram, porém, mais longe
e afirmam - a exemplo de Oliver Lodge - que é possível pôr-nos em comunicação
telepática com aqueles que sobreviveram à morte do corpo, os quais, ainda que
não possam causar uma impressão direta sobre os órgãos de nossos sentidos, são
capazes de utilizar um instrumento fisiológico - o mecanismo cérebro
neuromuscular de uma pessoa viva dotada de faculdade receptiva ou telepática -
e transmitir mensagens aos que deixaram na Terra. (PP. 38 e 39)
72. Afirmando que essas coisas não podem ser
tratadas levianamente, Lodge atesta: “Falo sob o peso de um grande conjunto de
provas hoje conhecidas por mim e outras pessoas mais. Ou ela é verdadeira ou é
falsa. Se é verdadeira, difícil é encobrir a sua formidável importância. É
preciso longa e cuidadosamente examinar-se o assunto, pois a esperança e o
futuro da humanidade dependem dela”. (P. 39)
73. Tais experiências têm sido, contudo,
ignoradas pela ciência ortodoxa até os nossos dias. O mundo científico e o
mundo religioso zombam, um e outro, das experiências sobre essas coisas. Os
médiuns continuam expostos a certas perseguições legais no momento. (P. 39)
74. Os fenômenos que parecem grupar-se em
torno da telepatia e estabelecer a sobrevivência não são, no entanto, os únicos
que os investigadores têm descoberto e sustentado. São, de alguma sorte, os
mais interessantes, mas existe também a telergia ou ação do Espírito sobre o
corpo e sobre o cérebro. (P. 39)
75. Que o Espírito aja sobre o próprio corpo
é fato sabido, mas há casos em que um Espírito estranho é que age temporariamente
sobre o mecanismo fisiológico de outra pessoa, que lhe cedeu temporariamente o
aparelho. É assim que se produz a escrita e a palavra automáticas com relação a
assuntos desconhecidos pela personalidade normal. Afirma-se ainda que, em
condições especiais e na presença de um organismo em relação com elas, coisas
inorgânicas podem ser movidas, pesos levantados, objetos transportados, fatos
esses que, embora fáceis de ocorrerem pela ação dos músculos, podem dar-se,
excepcionalmente, de outra forma. (P. 40)
76. A hipótese de trabalho é que os objetos
assim movimentados são movidos por uma espécie de emanação chamada ectoplasma
que sai do corpo do médium, porção do organismo exteriorizada temporariamente e
que, havendo atingido o seu fim, volta ao corpo de onde emanou. (P. 40)
77. Após atestar a realidade da telecinesia,
afirmando que o deslocamento de objetos sem contato aparente se produz
realmente, Lodge diz que ectoplasma é o nome dado a uma espécie de matéria
celular organizada, que se diz emanada, temporariamente, e com propriedades
extraordinárias e inexplicáveis, de certas pessoas. Tal substância se molda,
toma forma de rostos e de mãos, como se fosse guiada por uma inteligência
subconsciente. (P. 41)
78. Existe ainda um grupo de fenômenos menos
desagradáveis do que a ectoplasmia: a clarividência e a lucidez, ou seja, a
percepção de acontecimentos sucedidos a distância, a leitura de cartas lacradas
ou de livros fechados, a descoberta de objetos ocultos ou de cursos d’água
subterrâneos. A prova de que certas pessoas possuem essa faculdade se confirma
dia a dia. Alguns desses fatos não parecem explicar-se pela telepatia ou pela
leitura do pensamento. Mas é preciso levar a hipótese telepática até o seu
extremo limite, antes de admitir-se qualquer outra. (P. 42)
79. De acordo com muitos relatórios, as
faculdades de clarividência e lucidez, que Richet denominou criptestesia,
ultrapassam os limites ordinários do espaço, de modo que a distância e a
opacidade não são obstáculos a essa percepção ultranormal. (P. 43)
80. Os fatos de premonições e predições
apresentam uma dificuldade excepcional: até que ponto é o futuro precisamente
determinado para que se torne possível a percepção do que possa acontecer? (P.
43)
81. Sabemos que a predição é possível no que
diz respeito ao mundo inorgânico, particularmente pelos movimentos estudados
pela Astronomia. Pode-se admitir que o Universo seja uma consequência da lei de
causa e efeito e que um conhecimento mais completo das condições atuais pode
permitir-nos deduzir a emergência futura que se prepara. (P. 43)
Explicação
de alguns fenômenos psíquicos
82. Como exemplo do fenômeno de
clarividência, o autor descreve uma comunicação relativa ao assassinato da
rainha Draga e de seus irmãos, ocorrido na antiga Sérvia. Foi Richet quem lhe
relatou o fato, no ano de 1903. Recebida na noite de 10 de junho de 1903, em
Paris, a mensagem foi ditada por meio de pancadas vibradas na madeira. O crime
anunciado ocorreu na madrugada de 11 de junho, como foi noticiado amplamente
pelos jornais da época. (PP. 46 a 48)
83. O caso relatado em seguida refere-se à
eleição de Hindenburg à presidência da República Alemã. Era o dia 26 de abril
de 1925, quando Raymond se manifestou informando que Hindenburg fora eleito e
ele se despedia para ir à festa. No dia 27, jornal Daily Mail informava a
eleição do presidente da Alemanha ocorrida na véspera. (PP. 49 e 50)
84. O terceiro caso, comunicado à Society for
Psychical Research por um de seus membros radicado no Canadá, refere-se a um
curioso episódio ocorrido na Carolina do Norte, em que o Espírito de um
agricultor - James L. Chaffin - apareceu a um de seus filhos para cientificá-lo
de que havia, pouco antes de sua morte, modificado o testamento em que
designara um único filho como beneficiário. O Espírito indicou onde se
encontrava o documento, que foi localizado e depois aceito pelo Tribunal do
Estado. (PP. 50 a 54)
85. No tocante às predições, Lodge relata que
a 6 de maio de 1913, na cidade de Londres, uma clarividente profissional de
nome Vera descreveu, com todas as minúcias necessárias, a casa de campo onde a
família do cientista passou a residir mais de seis anos depois. Seu filho
Raymond ainda estava com eles, visto que seu falecimento durante a primeira
guerra mundial ocorreu em 1915. (PP. 54 a 56)
86. No começo de outono de 1919, a esposa de
Lodge partiu para Vichy, na França, quando Raymond enviou a seu pai a seguinte
mensagem: “Dizei à mamãe para cessar com a sua caça à casa. Já descobri certa
morada e espero obtê-la para vós”. Pouco depois, visitando seu amigo Lord
Glenconner, este mostrou-lhe uma velha herdade situada no vale do Avon, que ele
acabara de comprar. Reformada, foi esta a casa alugada por Oliver Lodge e que
correspondia, nos mínimos detalhes, à descrição feita pela clarividente de Londres
seis anos antes. (PP. 56 a 60)
87. Depois de relatar o caso, Oliver Lodge
indaga: como explicar a previsão da sra. Vera, feita num momento em que nenhuma
intenção o professor tinha de deixar os arredores de Birmingham, nem a menor ideia
de ir morar no campo? “Somente de modo vago - entende Lodge - é que posso
conjecturar uma espécie de preparação no Além para produzir tais coisas.
Porque, como já disse algures, a dedução do presente e o estabelecimento de
projetos para o futuro são nossos dois métodos normais de predição nos negócios
ordinários de nossa vida.” (P. 61)
88. A terceira classe de fatos - a
psicometria - é ilustrada por um caso que, por exigir longo desdobramento e
ocupar bastante espaço, foi relatado de forma sucinta neste livro. As experiências
que lhe deram origem ocorreram em 1901, um ano depois da nomeação de Oliver
Lodge para Reitor da Universidade de Birmingham, que acabara de ser criada.
Entre a comunidade irlandesa de Liverpool havia um homem que era paralítico, o
sr. David Williams. (PP. 62 e 63)
89. Desejoso de auxiliá-lo, o sr. Benjamin
Davies, que durante muitos anos auxiliou Lodge em suas investigações
científicas, levou a uma médium de Liverpool, de nome Thompson, dois objetos
pertencentes ao enfermo. Um deles era um pedaço de pano que o doente manejava
continuamente. (P. 63)
90. Sem nada indagar quanto ao dono dos
objetos, a médium descreveu o acidente que produzira a paralisia do sr.
Williams e indicou a região do crânio onde existia um coágulo de sangue,
recomendando para o enfermo uma urgente cirurgia. (P. 64)
91. Examinado pelo dr. Robert Jones, que
clinicava em Liverpool, o sr. Williams acabou sendo operado pelo médico em 30
de maio de 1902, tendo o cirurgião confirmado a lesão craniana referida pela
médium. (PP. 64 e 65)
92. Como exemplo de comunicações com os
mortos, Oliver Lodge relata diversos trechos de palestras realizadas com seu
filho Raymond, então desencarnado, a respeito do Além e das condições da vida
post-mortem. (PP. 65 e 66)
93. Lodge mostra, com esse relato, que as
palestras com o Além não se limitam aos afazeres domésticos e a outras
ninharias, mas, com frequência, tratam de assuntos mais elevados e mais
generosos. (PP. 66 e 67)
94. Os diálogos transcritos datam de 16 de
setembro de 1927. A médium é a senhora Gladys Osborne Leonard e o comunicante é
Feda, uma índia americana que desencarnou mocinha. Feda é, no caso, uma mera
intermediária de outros Espíritos, como Myers e Raymond, e transmite o que eles
lhe dizem. (P. 67)
95. Eis algumas informações contidas nesses
diálogos: I) Aos Espíritos protetores é permitido auxiliar-nos por todos os
meios que não afetam o nosso livre arbítrio. II) Os protetores espirituais não
têm permissão para hipnotizar-nos e fazer-nos mudar de intenção, mas podem
sugerir-nos algumas coisas e recordar certas condições, esperando que mudemos
de resolução por nós mesmos. III) A evolução do Espírito é toda a razão de ser
da vida. IV) O livre arbítrio é o fator que permite ao homem escolher entre o
bom e o mau: os Espíritos não podem escolher em nosso lugar. V) Os protetores
espirituais podem conduzir-nos ao bom caminho, sem nos forçar, e, se escolhemos
tal caminho, lhes é permitido ajudar-nos por todos os meios possíveis. VI)
Pode-se modelar o corpo etérico de uma coisa - um piano, um relógio, uma mesa -
amando-a e gostando de sua companhia. Assim se lhes imprime uma espécie de vida
etérica, se lhes dá o molde mental ou a forma etérica dela. (PP. 68 a 70)
96. A modelagem do corpo etérico de um objeto
é, segundo Raymond, algo semelhante a uma materialização às avessas. Depois de
dizer isto, Raymond informou - estranhamente - que ele e os Espíritos não vêem
as coisas materiais. “Quando dizemos que fazeis tal ou qual coisa é porque os
vossos pensamentos nos orientam.” (P. 70) (N.R.: A informação não condiz com os
ensinamentos contidos nas obras de Allan Kardec e de André Luiz.)
97. Cauteloso, Oliver Lodge adverte, ao fim
desses diálogos: “Não preciso dizer que considero essas palestras como um
debate entre amigos e em que ninguém é infalível, embora alguns estejam mais
bem informados do que outros. Não se deve considerá-las como oráculos, porém
bastas vezes são sugestivas. Toda tendência para muita fé em informação obtida
de outro modo que não pelos nossos próprios esforços deve ser desaprovada”.
“Isso pode ser demonstrado por exemplos da Antiguidade.” (P. 72)
98. Examinado, em seguida, a questão dos
oráculos e sua validade, Lodge menciona a notável experiência de Creso, rei de
uma grande parte da Ásia Menor, a qual comprova o valor dos oráculos quando
consultados seriamente. Seis mensageiros foram enviados por Creso a seis
oráculos diferentes, os mais famosos de seu tempo, desde a Grécia do Norte até
à longínqua Líbia. No centésimo dia de sua partida, eles deveriam perguntar aos
oráculos o que Creso fazia em tal momento, trazendo por escrito sua resposta.
(P. 73)
99. Heródoto diz ter tomado ciência apenas da
resposta dada por uma pitonisa de Delfos, que satisfez plenamente o rei Creso,
porque era, entre todas, a mais clara. O rei Creso, que só decidiu o que fazer
no último momento, quando chegou o dia pretendido, cortou em pedaços uma
tartaruga e um carneiro e os fez cozinhar juntos em um caldeirão de bronze,
fato que a pitonisa de Delfos descrevera em versos hexamétricos que se tornaram
famosos. (PP. 73 e 74)
100. O resto da história, todo mundo sabe,
não foi tão feliz, porque Creso, fiando-se imprudentemente no oráculo, enviou
uma segunda pergunta a propósito de sua projetada invasão da Pérsia. A resposta
recebida dava lugar a dupla interpretação e ele agiu segundo a pior, com
resultados desastrosos. Ciro, que o venceu em batalha, antes de executá-lo
ouviu-o citar Sólon: “Não chameis nenhum homem de feliz antes de estar morto”
e, magnânimo, poupou-lhe a vida. (P. 74)
Métodos
de comunicação ou mediunidade
101. Lodge diz que uma das razões pelas quais
certas pessoas acham que é difícil acreditar nas comunicações mediúnicas é que
elas não fazem nenhuma ideia do seu processo, de modo que isso lhes parece
estranho e impossível. Ora, se fizermos a análise do processo da conversação
entre nós, encarnados, descobriremos aí traços tão bizarros como aqueles que
encontramos na literatura espírita. (P. 75)
102. Se queremos comunicar-nos com nossos
companheiros, clara e inteligentemente, é preciso fazer mais do que pensar as ideias
que desejamos enviar: é preciso dizê-las ou escrevê-las e com este fim empregar
um cérebro e um mecanismo nervoso para pôr em ação certos músculos. Em outros
termos, é preciso governar uma máquina corporal de modo que ela seja impelida a
fazer sinais convencionais em uma folha de papel ou produzir vibrações na
atmosfera de um modo previamente estabelecido, chamado linguagem. (P. 77)
103. Estamos de tal forma habituados a esse
método de comunicação oral ou pitoresca, que ele nos parece não só natural, mas
inevitável; todavia, não é verdadeiramente um processo simples, porquanto tanto
mais o analisamos mais ele nos surpreende. (PP. 77 e 78)
104. Quando refletimos sobre a natureza
verdadeira da palavra, da escrita e da produção artística, é inteiramente
surpreendente que as ideias e as emoções possam ser transmitidas dessa maneira.
(P. 78)
105. Vê-se assim que, embora a natureza da
ação recíproca entre o físico e o psíquico seja desconhecida, o fato em si
mesmo é certo e familiar, e de tal modo familiar que não desperta atenção
alguma. É considerado um fato normal. Nós mesmos (isto é, o nosso “eu”
espiritual e o mental) somos um fato positivo e o instrumento por meio do qual
executamos tais coisas no plano físico é primordialmente o sistema cérebro
neuromuscular de nosso corpo. (P. 80)
106. Admitamos que toda pessoa possui uma
laringe e uma mão ligadas a um sistema cérebro neuromuscular semelhante ao
nosso e que algumas desenvolveram o emprego desses instrumentos da mesma
maneira que nós. Seria possível que o mecanismo transmissor de uma outra pessoa
não possa jamais ser empregado por nós em lugar do nosso? O fato experimental
da telepatia parece sugerir que semelhante coisa é possível. (PP. 81 e 82)
107. A ação telepática comumente produz-se
entre dois Espíritos e a passagem do psíquico para o físico pode fazer-se de
maneira habitual. A faculdade da telergia parece demonstrar que o aparelho
transmissor de um sensitivo ou de uma pessoa dotada pode às vezes ser posto em
atividade por outra inteligência. (P. 82)
108. É o que se dá nos fatos da personalidade
múltipla, que há muito sugerem a existência do controle de uma inteligência por
outras inteligências estranhas, nem sempre benfazejas. Essa faculdade,
demonstrada patologicamente e reconhecida sem controle, pode, em certas
circunstâncias, ser utilizada para serviços simpáticos. (P. 82)
109. Os médiuns são pessoas que possuem a
faculdade de permitir que seus organismos sejam operados por outras
inteligências que não as suas. A mediunidade não é, pois, senão a resposta
fisiológica a um estímulo de uma outra inteligência. Ela não parece ser uma
faculdade rara, embora exista em graus diversos, e provavelmente é suscetível
de ser cultivada e melhorada. (P. 82)
110. Muitas pessoas podem obter o que se
chama de escrita automática, isto é, permitir que sua mão ou seu braço seja
controlado por uma inteligência na aparência estranha, mas benévola, sendo sua
inteligência retirada localmente pela intervenção de outra para dar lugar à
incorporação e manifestação. (P. 82)
111. O transe é um afastamento mais
pronunciado da atenção consciente. Durante o transe, algumas pessoas podem
permitir que seu órgão vocal seja utilizado para a transmissão da palavra e
para a expressão de ideias inteiramente fora do seu alcance. (P. 83)
112. O transe difere do sono hipnótico,
embora possuam ambos muitos pontos de contato. No estado hipnótico o sensitivo
está sob controle da sugestão ou mais ou menos controlado por uma pessoa viva.
No estado de transe ou em uma variedade especial desse estado, o organismo pode
ser governado por inteligências desencarnadas. (P. 83)
113. A facilidade com que as comunicações se
podem estabelecer depende muito da faculdade e habilidade do comunicante e da
inteligência da pessoa que as recebe, mas depende também das aptidões e dos
hábitos do instrumento fisiológico utilizado. (P. 83)
114. Em cada caso, é preciso considerar que a
parte essencial da comunicação é sempre de caráter mental, quer seja ela feita
pela palavra articulada, pela escrita ou por uma representação qualquer. (P.
84)
115. Se a harmonia psíquica é estabelecida, a
parte física da transmissão pode verificar-se com facilidade. Um gesto pode
transmitir muito, sem palavras. A leitura dos lábios é muitas vezes empregada
pelos surdos. Linhas negras sobre uma folha de papel constituem o lado físico
de um poema. A bizarra faculdade da telepatia prova que, no fim das contas,
pode-se mesmo dispensar o menor estímulo físico para estabelecer-se a
comunicação. (P. 84)
116. Se os nossos familiares e os nossos
amigos existem verdadeiramente, após terem deixado o seu corpo terreno, eles
possuem tudo o que é necessário como aparelho psíquico ou mental para
estabelecer uma comunicação. O instrumento físico que lhes falta será suprido
com a presença de um médium. (PP. 84 e 85)
É
possível a comunicação com os mortos?
117. Myers, em seu livro A Personalidade
Humana, assevera: “A descoberta da telepatia nos revela a possibilidade de uma
comunicação entre todas as formas da vida. E se, como a nossa evidência atual o
indica, essas relações telepáticas podem existir entre os Espíritos encarnados
e desencarnados, essa lei deve ser o centro mesmo da evolução cósmica”. (P. 87)
118. Como já foi dito, os fatos da
personalidade múltipla demonstram que, em certas circunstâncias excepcionais,
um único corpo humano pode ser utilizado por várias inteligências e não apenas
por uma. O dono normal dele, por assim dizer, pode ser às vezes expulso e ter o
seu lugar tomado por outros. (P. 88)
119. A personalidade do indivíduo parece
suspensa. Ela cai em transe durante certo tempo, ao passo que seu cérebro e seu
corpo permanecem em atividade e mensagens são transmitidas a respeito de fatos
desconhecidos dela, sem deixar qualquer recordação ulterior na sua memória. (P.
89)
120. A personalidade secundária, no médium,
não é necessariamente importuna ou molesta. Pode mesmo ser razoável e lógica,
mas não é a inteligência normal do médium e a camada de memória utilizada não é
a mesma. Fatos do conhecimento de outras pessoas são revelados. Traços pessoais
e certas circunstâncias ou características fornecem as provas de identidade do
comunicante, tão desejadas pelos sobreviventes aflitos. (P. 89)
121. Os modos de conversão do pensamento em
movimentos físicos são inúmeros e pouco importantes para quem deles se utiliza.
A mão, a laringe, os músculos do braço, os músculos da garganta são todos
fragmentos de matéria submetidos à influência mental pelo mecanismo do cérebro
e dos nervos associados. Como são postos em ação pelo Espírito permanece um
enigma, mas é impossível negar que são postos em ação. (P. 90)
122. As mensagens recebidas compõem um gênero
diversificado. Algumas falam das experiências no Além, do meio de vida, das
dificuldades, de assuntos terrenos e muitas delas tratam de “assuntos não
verificáveis”. (PP. 90 e 91)
123. Não temos nenhum meio de pôr à prova
tais asserções ou de verificar o que há de verdade nessas mensagens, razão pela
qual é preciso considerá-las com prudência. Uma informação constante diz que as
condições do Além se assemelham muito às condições de cá embaixo. Os Espíritos
falam de flores e de animais, de pássaros e de livros, de belezas de todas as
espécies. Afirmam eles que não sabem muito mais do que nós e que o seu caráter
e a sua personalidade permanecem os mesmos, embora também progridam, de modo
lento, sem se transformarem bruscamente em seres celestiais. (P. 91)
124. Os comunicantes dizem ainda que as
coisas ao seu redor são inteiramente sólidas e substanciais e que agora são as
velhas coisas que parecem quiméricas e evanescentes. Assim, apenas se dão conta
dos acontecimentos terrestres para auxiliar os que deles precisam ou quando
pensamos neles, porque são grandemente sensíveis à amizade e à afeição e menos
tímidos em exprimir os seus sentimentos. (P. 91)
125. Eles não parecem achar-se em outra
região do espaço, mas estão em relação íntima e associados estreitamente com
sua nova ordem de existência. A mesma faculdade construtiva que, de forma
inconsciente durante seu longo período evolutivo, é chamada a constituir o seu
antigo organismo visível, parece capaz de continuar a sua tarefa sob condições
novas e lhes dá um outro corpo ou modo de manifestação, utilizando essa
substância que aí se acha disponível e que se pode hipoteticamente supor seja o
éter. (P. 91)
126. As mensagens espirituais representam
tentativas para nos convencer e não para nos embalar, antes para nos fazer
entender que os nossos chamados desaparecidos estão sempre ativos e vivos e que
eles são tão felizes quanto lhes permitimos, porque a nossa dor os faz sofrer.
(P. 92)
127. Um dos grandes méritos das comunicações
recebidas em tais casos é o alívio e o conforto que elas trazem aos que se
acham do outro lado do véu. Nos tempos de tristeza geral, essas mensagens são
necessárias e bem numerosas e nos vêm de todas as maneiras. (P. 93)
128. Fechando o capítulo, Oliver Lodge conta
a fábula infantil “O peixe e o pássaro”, que retrata muito bem a questão do
ceticismo e da indiferença que os chamados sábios mantêm com relação aos fatos
supranormais. (P. 94)
129. Um solitário linguado - diz a estória -
se distraía nadando em direção à margem de um lago escocês. O acaso fez com que
uma andorinha voejasse perto dele. Ao vê-la, o peixe murmurou: “É verdade! Há
seres vivos lá em cima! Sempre pensei que tal fosse possível. Bem que se viram
sombras e outros indícios...” (P. 94)
130. Quando a andorinha passou de novo por
cima dele, ele perguntou: “Quem é você? Você tem barbatanas?” A andorinha
respondeu: “Não nadamos. Voamos”. E acrescentou: “É quase a mesma coisa, só que
é mais belo, mais rápido e muito melhor”. Na sequência, a andorinha falou-lhe
de seu mundo, das coisas que ela conhecia - as árvores, as flores, os frutos...
-, coisas que o peixe não podia, evidentemente, compreender nem explicar aos
seus companheiros do lago, porque eles também não entenderiam. (PP. 94 e 95)
131. “Se eu - pensou consigo o peixe -
contasse aos outros que este peixe voador disse algo de verdade, eles zombariam
de mim.” Assim pensando, o linguado recomeçou a chafurdar o seu longo caminho
até se reinstalar no seu lodo. Sua experiência não ficou, contudo,
completamente perdida, muito embora, em certas ocasiões, quando deixava escapar
algumas palavras sobre o assunto, o desprezo dos companheiros fosse o mesmo.
Ele se sentia, no entanto, mais feliz, e só não compreendia por que o pássaro
não lhe dera maiores informações sobre a natureza do mundo de além. (PP. 94 e
95)
Perspectiva.
Breve resumo
132. Concluindo a obra, Lodge diz com
otimismo que as vistas do homem começaram a ampliar-se de todas as maneiras,
elevando-se de sua atenção apenas sobre a Terra para a compreensão do mundo
infinito, de que a Terra é mera porção. Nessa busca, encontrou-se por toda a
parte um sistema de leis que governa o imenso e o infinitamente pequeno, não
sendo a Terra exceção. (P. 97)
133. O homem descobriu que, assim como os
nossos corpos se gastam e somos obrigados a deixá-los na terra, nenhum objeto
material é permanente e cedo ou tarde cai em ruínas. Contudo, a alma de uma
coisa não se acha na sua aparência material. O lado material de um quadro é a
tela e as cores; nada mais poderia ser descoberto pelo microscópio, que não é
capaz de detectar a sua alma, a sua significação, a sua realidade, que
desaparecem a partir do momento em que o objeto material foi assim considerado
analiticamente. (P. 97)
134. Acontece o mesmo com nosso corpo. Quando
dissecado, nenhum exame pode descobrir nele a alma ou o Espírito. É que o
Espírito utiliza e domina a matéria. Usa-a para fins de demonstração e
execução, emprega-a como um veículo de manifestação, mas é um erro capital
identificar o pensamento e a personalidade com qualquer aglomeração de átomos.
O cérebro é uma massa mole de matéria, combinada para reagir sob a ação do
pensamento, para receber e transmitir impressões, mas o cérebro não pode ver,
nem ouvir, nem imaginar. Tais coisas são devidas somente ao Espírito, de que o
cérebro é o instrumento. (P. 98)
135. Confundir o nosso ser verdadeiro com o
seu instrumento é uma imbecilidade. (P. 98)
136. Identificar a força que anima o veículo
com o próprio veículo significa tornar-nos ridículos e fechar os olhos à
realidade. Um violão ou um órgão é um instrumento, mas a música pede um músico.
Nós mesmos não somos matéria. Utilizamos a matéria e depois a abandonamos. (P.
99)
137. Nós não estamos destinados a morrer, não
sofremos desgaste algum, temos uma existência permanente além da vida do
organismo material, herança comum da criação animal, que é o Espírito criador e
diretor que constitui verdadeiramente o nosso “eu”. (P. 100)
138. O elemento permanente no homem é o
caráter, a vontade. É ele que determina nosso destino. Somos superiores ao
mecanismo, não somos conduzidos por ele. Não corremos sobre trilhos como os
trens, não temos leme, somos livres para escolher os nossos caminhos. (P. 100)
139. O homem, tal como o conhecemos, é um
produto recente da evolução que não soube ainda controlar sabiamente o seu
invólucro material. Ele se engana sobre a importância relativa das coisas, mas
indivíduos inspirados asseguram que podemos conseguir nossa salvação pelos
próprios esforços. As sementes da boa vontade já foram lançadas e, quando
florirem, as gerações futuras herdarão um paraíso terrenal digno do longo
trabalho de preparação, de sofrimento e de esforço que foram a obra das
primeiras etapas. A Terra será então verdadeiramente um corpo celestial e o
Reino do Céu a nossa última recompensa. (P. 101)
140. A humanidade está no início de sua
evolução e resta ainda muito tempo diante de nós. (P. 101)
141. Não estamos sós no mundo. Não somos
senão uma parte dos seres que lutam por condições melhores. Um grande exército
está em atividade, não para destruir, mas para a obra de regeneração, de ajuda
e de orientação e tudo isto está submetido a um Poder Superior além da nossa
imaginação, que trabalha por meio de leis, por meios físicos e com o auxílio de
agentes que não podemos conhecer ainda, mas com os quais somos felizes em
aprender. (P. 102)
142. O destino de cada indivíduo depende dele
mesmo. O destino de cada raça depende de nós e daqueles que nos precederam.
Essa condição mais feliz, que se chama Reino do Céu, é o começo e o fim, e um
dia será alcançado na Terra. (P. 102)
143. A terra em que vivemos é maravilhosa e
bela. Cada vida terrestre tem, evidentemente, uma importância imensa no plano
geral. O nosso, o nosso grande ideal será realizado. Um dia a humanidade se
elevará até as possibilidades que ela começa a entrever. “Ela - conclui Oliver
Lodge - já produziu Platão, Shakespeare, Newton, tais cimos de montanhas que
refletem, na aurora, os raios de sol sobre prados e vales e, quando o homem
comum atingir tais altitudes, que serão os cimos?” (P. 102)
Londrina, 26/3/1999
Astolfo O. de Oliveira Filho
Fonte:
Por que creio na imortalidade da alma, Sir Oliver Lodge, obra de 1929, publicada por Edições FEESP em 1989. Tradução de Francisco Klörs Werneck.
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