Um pouco mais a frente, detalhando, explica
Hermínio de Miranda:
É certo, porém, que forças mentais poderosas
podem ser manipuladas pelo pensamento e pela vontade. Não há, portanto,
mau-olhado no sentido de que um simples olhar possa fazer murchar uma planta ou
adoecer uma pessoa; há, contudo, sentimentos desarmonizados que,
potencializados pela vontade consciente ou inconsciente, acarretam distúrbios
consideráveis em pessoas, animais ou plantas.
O pensamento é a mais poderosa energia no
Universo e circula por um sistema perfeito de vasos comunicantes, através de
toda a natureza. Segundo as intenções sob as quais é emitido, tanto pode
construir como destruir. Dar vida, como retirá-la. Nada mais que isso.
Ney Prieto Peres, em Manual prático do
espírita, trata desse assunto:
O próprio conhecimento popular já definiu o conceito de “mau-olhado”, que, ao ser dirigido por determinadas criaturas, a tantos causa prejuízos em seus bens materiais, quando não o mal-estar e a indisposição. É a vibração que o invejoso emite de tão forte envolvimento negativo, que, ao atingir alguém desprotegido e desprevenido, realmente pode provocar vários males.
Muito cuidado, portanto, com os sentimentos
de inveja que venhamos a emitir para quem quer que seja, lembrando sempre que
colheremos, para nós mesmos, todo o mal que aos outros provocarmos.
2ª)
Espíritos
O Espírito Antônio Carlos pela médium Vera
Lúcia Marinzeck de Carvalho (?- ), na obra Ah, se eu pudesse voltar no Tempo!,
a certa altura, afirma:
[…] Incauto quem não crê que energias
negativas, sejam elas quais ou de quem forem, possam nos atingir, como também
aquele que acha que tudo que nos acontece é por influência alheia. Nunca se
deve esquecer das reações de nossas próprias ações. E se vibrarmos no bem, nada
de mal nos atingirá.
Joanna de Ângelis, mentora do consagrado
médium baiano Divaldo Franco, na obra
Autodescobrimento – uma busca interior, tece essas considerações:
[…] são muitos os efeitos perniciosos no
corpo, causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas,
pela mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular.
Determinadas emoções fortes – medo, cólera,
agressividade, ciúme – provocam alta descarga de adrenalina na corrente
sanguínea, graças às glândulas suprarrenais. Por vez, essa ação emocional
reagindo no físico, nele produz aumento da taxa de açúcar, mais forte contração
muscular, face à volumosa irrigação do sangue e sua capacidade de coagulação
mais rápida.
A repetição do fenômeno provoca várias
doenças como a diabetes, a artrite, a hipertensão… Assim, cada enfermidade
física traz um componente psíquico, emocional ou espiritual correspondente. […]
3ª)
Na Codificação
Na obra A Gênese, cap. XIV – Os fluidos,
Kardec faz várias observações, entre elas algumas que tocam diretamente o nosso
assunto. É importante buscarmos essa confirmação, pois validará todas as
opiniões anteriormente colocadas.
15. Sendo os fluidos o veículo do pensamento,
este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento,
como o ar nos traz o som. […].
16. Sendo esses fluidos o veículo do
pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles
devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os
fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus
pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios
corrompem o ar respirável. […].
17. […] Como os odores, eles [os fluídos] são
designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto
de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de
orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência,
de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes,
calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos,
narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão,
de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das
virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria,
correspondentes aos efeitos que eles produzem.
18. […] O pensamento do encarnado atua sobre
os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a
Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os
fluidos ambientes.
[…].
Atuando esses fluidos sobre o perispírito,
este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto
molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão
salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os
eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas
enfermidades”.
Acreditamos que fica clara a posição
doutrinária a respeito do tema, considerando a base principal que é o livro A
Gênese, bem como as diversas opiniões acima mencionadas.
Oportuno, trazermos preciosa página do
Espírito Rosângela, psicografia de José Raul Teixeira (1949- ), que leva o
título de “O Pensamento”:
Para você que sabe que o pensamento é energia
a plasmar a vida, surge o imperativo de bem cuidar de suas fontes, para
melhorar o padrão das vibrações que partem do imo da alma.
Pensar é construir…
Pensar é semear…
Pensar é produzir…
Veja bem o que semeia, o que produz, nas
construções de sua vida, com as suas ondas mentais.
Seu pensamento, inestancável, é você a
projetar-se…
Pense melhor. Pensamento é vida!
Entendemos que todo cuidado é pouco,
porquanto… “o feitiço pode se virar contra o feiticeiro”: “[…] O desequilíbrio
da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. […] As
intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo.”
Voltemos ao Espírito Rosângela, na mensagem
“O hóspede”:
Inicie a higienização das peças interiores de
sua alma, coloque perfumes em sua casa íntima, envolva cada compartimento
interno com o necessário silêncio para que Ele se faça o mais suave Hóspede de
sua vida, dela jamais, então, se apartando.
De quem se trata? Por ventura ainda não se
apercebeu que lhe estou falando de Jesus?
Convide-o, pois, sem mais demora, e hospede-o
para sempre!.
Possamos seguir essas advertências para que
não venhamos a sofrer as consequências de nosso sentimento de inveja, que, na
verdade, é o móvel do mau-olhado.
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