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inda estamos longe da
educação racional. Permitimos que as emoções nos governem, sem raciocinar e
sempre como resposta às palavras ou atitudes alheias, porque muitas vezes agimos de forma
desastrosa, movidos por impulsos primitivos. Dessa forma, só teremos controle
da nossa vida com condições de assimilar virtudes, se passarmos a dominar e não
ser dominados pelas emoções.
O aprendizado vivenciado na prática diária
contribui em grande escala para que nos tornemos fortes. A teoria prepara, é
verdade, mas é a prática que capacita em realizações. Não basta, pois, o
ensinamento, é preciso que sejamos a lição viva, conforme exemplifica o Cristo,
trabalhando em harmonia, aprendendo uns com os outros, conforme assevera
Emmanuel, estimado benfeitor espiritual: “a conversação é permuta de almas”.
Doamos e recebemos o tempo todo, e o receber
é sempre em proporções maiores, já que intensificam todos os sentimentos dos
que se afinam conosco, encarnados ou não. É a lei de ação e reação. Aí também o
cuidado em filtrar o que vemos e ouvimos a fim de aproveitar o que nos sirva
para a construção no melhor.
Aprender incessantemente é importante porque é por meio do conhecimento que podemos optar pelo correto. A escolha de hoje, não podemos esquecer, é a consequência de amanhã. O Espírito da Verdade foi claro: “amai-vos e instruí-vos”. Kardec foi claro: “fora da caridade não há salvação”.
Jesus em todo seu ministério não mencionou a
palavra caridade. No entanto, com base na resposta dada pelos Espíritos
iluminados na questão 886, em O Livro dos
Espíritos, temos que a caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola,
mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes. Está descrita como
benevolência para com os outros, indulgência para com as imperfeições alheias e
perdão das ofensas.
Esses ensinamentos não são novos, mas
precisamos entendê-los todos os dias, porque ainda trazemos sentimentos
remanescentes da nossa vida primitiva. Passamos por várias encarnações
burilando esses sentimentos, mas ainda não somos capazes de transformá-los,
porque o que realmente falta à humanidade é amor. E só ele é capaz de
transformar, edificar, elevar.
No livro Mediunidade:
Desafios e Bênçãos, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda,
através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, deparamo-nos com uma história
simples sobre o amor, que tomamos a liberdade de transcrever:
“E quando o amor, exausto de sua jornada
pelos séculos, parou para fazer um balanço das atividades desenvolvidas,
constatou que após tantos e incessantes labores poucos resultados positivos
tinha alcançado. O ser humano continuava odiando o outro, a sua fé ainda muito
escassa, e até mesmo a fraternidade não era expressiva.
O amor se entristeceu.
Correu séculos atrás das pessoas mais
diversas e, quando conseguia se aproximar, o ser humano trazia de volta seus
impulsos e sentimentos primitivos.
Aturdido com tantos desencantos, o amor
continuou chorando e suplicou ao Pai um urgente socorro para que a tarefa que
lhe tinha sido confiada não ruísse no esquecimento.
Foi então que escutou a voz suprema dizendo
que a partir daquele momento ele receberia alguém que cobriria suas pegadas.
Alguém que, em sua ausência, falaria no seu silêncio através da ação.
O amor nunca mais estaria só nas sendas do
serviço.
Foi ali que o amor se completou com a
caridade.
E assim podemos dizer que em todo lugar onde
brilha a luz encontramos o amor e a caridade unidos, construindo o mundo
cristão."
Então, sigamos nossa jornada juntos, com
benevolência de uns para com os outros, plenos de indulgência para com as
imperfeições alheias e com o perdão das ofensas no espírito e na ação.
Façamos valer a educação racional com a qual
fomos preparados para exercer nossa mais digna função. E como afirma Emmanuel:
“Deixemos que a caridade nos ilumine o crivo da razão para que não venhamos a
perder os melhores valores do tempo e da vida, por ausência de equilíbrio ou
falta de amor”.
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