MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
União da alma e do corpo. Aborto
347. Que utilidade
encontrará um Espírito na sua encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido?
“O
ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da
morte é quase nenhuma. Conforme já dissemos, o que há nesses casos de morte
prematura é uma prova para os pais.”
Prova para os pais
Quando morre um recém-nascido, desligando os laços e voltando o Espírito para a pátria espiritual, isso, certamente, é uma prova muito forte para os pais, de modo a abalar os corações mais sensíveis o que eles tanto esperavam como fruto do amor, é como uma flor na brevidade do tempo.
Não obstante, pode constituir
também prova para o Espírito. Muitos deles certamente se encontram
inconscientes, outros não. Existem Espíritos altamente desenvolvidos mentalmente
e que não perdem por completo a consciência de si mesmo, assistindo a formação
do seu corpo e a morte do mesmo ao nascer.
São dívidas do passado,
representando lições para o futuro. A vida nada faz sem proveito. Podemos notar
que aqueles que provocam aborto rotineiramente, não poderão, no futuro, ter
vidas sucessivas em plena harmonia. Essas criaturas devem passar por muitas
provas, cujo teste é nascer e morrer muitas vezes, do modo como fizeram com
muitas crianças, para no porvir amarem e respeitarem mais a vida,
principalmente as daqueles entes queridos, sem defesas contra a ignorância
interesseira.
A Doutrina dos Espíritos vem
nos ensinar a todos a respeitarmos a vida, não somente dos homens, mas, de toda
a natureza que floresce para a nossa paz. O mandamento "não matarás"
nos acorda para tal dever e nos conscientizar de que todas as vidas se
encontram no Criador de todas as coisas.
Aqueles que têm um lar devem cuidar dele na maior expressão do amor, realizando o Culto do Evangelho em casa, mesmo que pertençam a outra religião que não seja a espírita; não importa a crença. Em pouco tempo notarão que o ambiente familiar fica mais sereno, mais rico de alegria e de paz. Que procurem sentir na profundidade dos seus sentimentos o amor que começa a despertar em todos os que ali se encontram. É Jesus visitando os corações e dizendo:
- "A paz vos dou, não como o mundo
a dá, mas aquela paz de Deus, que já se encontra dentro de vós."
As provas dos pais, os
problemas dos lares e certos infortúnios da vida, podem ser transformados em
alegria, dependendo da nossa decisão, do esforço de cada coração que se reúne
em um lar, e esse transformador chama-se Cristo. Por que impedir uma criança de
nascer, se a vida pertence ao Criador? Comida, vestes, escola e teto nunca
faltaram nem para os reinos abaixo dos homens quanto mais para esses. Confiar
deve ser o caminho para todas as criaturas de Deus.
A fé é mesmo motivo de
glória para todos nós. Já falamos muitas vezes e tornamos a dizer, que as
dificuldades por fora se encontram enraizadas por dentro. Mudemos na intimidade,
que tudo fora se mudará, na mesma sequencia. Essa operação interna é difícil,
mas, nunca impossível. Se começarmos, mãos invisíveis ajudar-nos-ão.
Jesus transformou a água em
vinho de maneira a servir de vários exemplos, ajudando em todas as
interpretações que os homens possam aceitar, de modo a se melhorarem moralmente.
Não importa as interpretações; importa, sim, se o modo que pensamos vai
melhorar alguém na perfeição dos seus sentimentos.
A eternidade nos espera a
todos. No "sede perfeitos" a perfeição é a meta de todos os Espíritos,
queiramos ou não. Ninguém recua a felicidade, somente quem desconhece esse
estado d'alma. Tudo o que ocorre com o Espírito tem utilidade, e é nesse
arrocho dos acontecimentos que ele, o Espírito, toma novas feições ante a
caridade e o amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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