MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
União da alma e do corpo. Aborto
348. Sabe o Espírito,
previamente, que o corpo de sua escolha não tem probabilidade de viver?
“Sabe-o
algumas vezes; mas, se nessa circunstância reside o motivo da escolha, isso
significa que está fugindo à prova.”
Consciência
Certos Espíritos tem
consciência de que a sua vida na carne vai ser interrompida, por vezes na hora
de nascer, mas, se escolheram corpo por esse motivo, estão fugindo à reencarnação,
aumentando assim suas dificuldades para o futuro.
O que vale muito são as intenções, e é nesse sentido que devemos conhecer as leis de Deus, para que todos os Seus desígnios tenham ação livre, na liberdade relativa que o senhor nos dá. A verdade faz muito bem à alma, principalmente quando essa sabe usá-la com gratidão, na compostura do amor. Quando estamos fazendo algum bem, quer seja individualmente ou para a humanidade, com interesse próprio, esse bem pode mudar o rumo da caridade, e ela perder esse nome sagrado.
Devemos vigiar e orar, para
não cairmos nas tentações e não fugirmos às provas que, por ventura, surgirem
em nossos caminhos. Quando se perde alguma coisa, mesmo a oportunidade de
nascer e renascer de novo, isso não significa perda, porque os olhos de Deus
tudo veem e a Sua inteligência a tudo comanda. Quando estivermos em
dificuldades diante de certas circunstâncias, não desesperemos; procuremos na
confiança as forças para vencer os obstáculos. Não nos admiremos ao encontrar
pessoas que nada fazem para o bem comum, sem nenhum problema na vida. Avancemos
sem quaisquer dificuldades, que elas nos mostrarão caminhos mais seguros.
Quase sempre, aquele que não
sofre é porque não suporta os sofrimentos. Deus não coloca fardos pesados em
ombros frágeis. Isso, quem disse foi quem tinha condições para falar. Se algo
aparecer em nosso caminho, turvando o nosso destino, não esmoreçamos; as
tempestades são breves e, quanto mais fortes, mais depressa passam. Avancemos
sem criar dificuldades para os outros. E se ainda nos restar alguma força
quando sairmos da borrasca, ajudemos a quem vem na retaguarda, pois ele pode
ser mais fraco que nós. Lembremo-nos de que nem o Cristo recusou a ajuda do
Cireneu, quanto mais nos outros, que ainda estamos enraizados nas trevas da
ignorância.
O Espírito é mais ou menos
consciente das dificuldades que devem surgir em sua vida. Por esse motivo, deve
se preparar para as lutas, sem temor das trevas, pois elas existem para que
possa conhecer a luz. O empenho da vida é subir, desde o nascimento até a desencarnação,
até o calvário e ainda, ser estendido na cruz de toda a ordem de provações
passageiras. Somente a felicidade da alma é eterna; dentro da eternidade de
Deus, sendo o Espírito imortal.
Se estamos trabalhando em
conjunto, agradeçamos a Deus por esses companheiros que conosco estão reunidos.
São trocas de afeto na essência do amor, são vidas que permutam vidas, sob as
bênçãos de Deus e do Cristo. Não fujamos das provas, para que não venhamos a
voltar em circunstâncias piores, pelos canais da reencarnação por vezes,
dolorosas. Façamos o que pudermos agora, dentro da nossa intimidade, porque a
modificação no exterior obedece às mudanças internas. Essa é uma lei imutável.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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