O trabalho: conceito e importância

O trabalho objetiva o desenvolvimento das pessoas


1. Genericamente, o vocábulo trabalho pode ser definido como “ocupação em alguma obra ou ministério; exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa”.

2. Na conceituação espírita, considera-se trabalho toda ocupação útil e, como tal, faz parte do rol das Leis Morais estabelecidas pelo Criador para reger a vida de suas criaturas. Por meio dele o homem forja o próprio progresso, desenvolve as possibilidades do meio em que vive e amplia os recursos de preservação da vida.

3. O trabalho não se restringe, obviamente, apenas aos esforços de ordem física e material, pois abrange a atividade intelectual que objetiva as manifestações da cultura, do conhecimento, da arte e da ciência.

4. Mediante o trabalho remunerado o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria as condições de conforto. Através do trabalho abnegação, do qual não decorre pagamento nem permuta de remuneração, ele se modifica a si mesmo e cresce no sentido moral e espiritual.

5. Pelo primeiro processo – o trabalho remunerado – ele se desenvolve na horizontal e se melhora exteriormente; pelo segundo, ascende no sentido vertical da vida e se transforma de dentro para fora. Utilizando-se do primeiro recurso, conquista simpatia e respeito, gratidão e amizade. Pela autodoação consegue superar-se, revelando-se instrumento da Misericórdia Divina na construção da felicidade de todos.

O momento perigoso para o homem é o do ócio

6. Sem o trabalho, dizem os Espíritos Superiores, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. É por isso que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e de sua atividade. Ao homem fraco de corpo Deus outorgou, em compensação, a inteligência, cuja utilização constitui também trabalho.

7. O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto permite a conquista de valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.

8. O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera. Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé.

9. Nos mundos mais evoluídos, assim como nos planetas inferiores à Terra, a natureza do trabalho não é idêntica à do trabalho desenvolvido pelos homens em nosso orbe, porque a natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades.

O progresso do homem depende apenas dele mesmo

10. Quanto menos materiais são as necessidades humanas, menos material é o trabalho. Mas não se deduza disso que vivendo em semelhante em meio o homem se conserve inativo e inútil, porquanto a ociosidade seria um suplício em vez de ser um benefício.

11. Nos mundos primitivos os habitantes são mais rudimentares. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e invenções, passam a vida na conquista de alimentos, o que exige de cada um grande dispêndio de energias.

12. Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diferentes das da vida na Terra. Entretanto, não se pense que os mundos felizes sejam orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial com nenhum de seus filhos.

13. Como os Espíritos podem, sem qualquer exceção, ascender às mais altas categorias da evolução, cumpre-lhes tão somente conquistá-las por seu trabalho e alcançá-las em tempo maior ou menor, de acordo com o esforço aplicado nesse objetivo, cientes de que existem Espíritos que, em razão de sua indolência, permanecem inativos por séculos e séculos no lodaçal da Humanidade.

Fonte

Iniciação à doutrina espírita; As leis morais segundo o espiritismo; Astolfo Olegário O. Filho; EVOC; PR.

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