Sendo o nosso trabalho sobre passes, e todo ele baseado nos ensinos espíritas, não podíamos deixar de trazer para os nossos amigos esta página do livro “Missionários da Luz”, onde encontramos com absoluta clareza e precisão uma orientação sumamente esclarecedora.
Atentemos para esta
advertência:
“Para ser médium passista,
exige-se muito critério e responsabilidade.” Isto dito pelo Espírito de André
Luiz deveria calar fundo no íntimo de todos os médiuns que se aventuram a transmitir
passes, sejam ou não espíritas.
CONDIÇÕES BÁSICAS
O médium passista para que seja de fato um “médium passista”, precisa estar integrado nos seis itens que enumeramos dos ensinos de André Luiz, como segue: “... na execução da tarefa que lhe está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros setores de nossa atuação. Precisa revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu se manter em padrão superior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxílio magnético na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita:
1º – ter grande domínio
sobre si mesmo,
2º – espontâneo equilíbrio
de sentimentos,
3º – acentuado amor aos
semelhantes,
4º – alta compreensão da
vida,
5º – fé vigorosa,
6º – profunda confiança no
Poder Divino”.
(Fizemos esta divisão em
seis partes, para torná-la mais apreensível pela nossa capacidade de
assimilação).
“Cumpre-nos acentuar, todavia, que semelhantes requisitos, em nosso plano, constituem exigências a que não se pode fugir, quando na esfera carnal a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de ação ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis.
Ouvindo as considerações do
orientador, lembrei-me que, de fato, vez por outra, viam-se nas reuniões
costumeiras do grupo os médiuns passistas, em serviço, acompanhados de perto pelas
entidades referidas.
Os encarnados, de modo
geral, poderiam colaborar em semelhantes atividades de auxílio magnético?
(Esta pergunta é a que todos
nós faríamos e a resposta não poderia ser mais elucidativa, senão, vejamos):
“Todos, com maior ou menor
intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido, porquanto revela
a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador,
e as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam,
indiretamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o
próprio valor. São muito raros, porém, os companheiros que demonstram a vocação
de servir
espontaneamente. Muitos não
obstante bondosos e sinceros nas suas convicções, aguardam a mediunidade
curadora, como se ela fosse um acontecimento miraculoso em suas vidas e não um serviço
do bem, que pede do candidato o esforço laborioso do começo. Claro que,
referindo-nos aos irmãos encarnados, não podemos exigir a cooperação de ninguém
no setor de nossos trabalhos usuais; entretanto, se alguns deles vem ao nosso
encontro, solicitando admissão às tarefas de auxílio, logicamente receberá
nossa melhor orientação, no campo da espiritualidade.”
(Observemos mais esta
pergunta, que muitas dúvidas pode tirar):
“Ainda que o operário humano
revele valores muito reduzidos, pode ser mobilizado?”
— Perfeitamente. Desde que o
interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer
preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades
radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso do Mais Alto,
de que se faz merecedor .”
(Outra pergunta que faz boa
orientação).
“Quando encarnados, como
poderemos desenvolver a capacidade radiante, depois da edificação de nossa boa
vontade real, a serviço do próximo?
— Conseguida a qualidade
básica (que enumeramos em seis itens acima), o candidato ao serviço precisa
considerar a necessidade de sua elevação urgente para que as suas obras se elevem
no mesmo ritmo. Falaremos tão só das conquistas mais simples e imediatas que
deve fazer, dentro de si mesmo.
Antes de tudo, é necessário
equilibrar o campo das emoções.
Não é possível fornecer
forças construtivas a alguém, ainda na condição de instrumento útil, se fazemos
sistemático desperdício das irradiações vitais. Um sistema nervoso esgotado, oprimido,
é um canal que não responde pelas interrupções havidas.
Aqui, também, enumeramos as
três causas (para que fiquem bem gravadas) seguintes:
1º – a mágoa excessiva,
2º – a paixão desvairada,
3º – a inquietação
obsidente, que constituem barreiras que impedem a passagem das energias
auxiliadores.
Por outro lado, é preciso
examinar as necessidades fisiológicas, a par dos requisitos de ordem psíquica.
A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável,
por parte do próprio interessado em atender às tarefas do bem. O excesso de
alimentação produz odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos
pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes, porquanto provocam
dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrointestinal,
interessando a intimidade das células. O álcool, o fumo e outras substâncias tóxicas
operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando
os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares.
Levada a efeito a construção da boa vontade sincera, o trabalhador leal compreende a necessidade do desenvolvimento das qualidades a que nos referimos, porquanto, em contato incessante com os benfeitores desencarnados, que se valem dele na missão de amparo aos semelhantes, recebe indiretas sugestões de aperfeiçoamento que o erguem a posições mais elevadas”.
Qualquer médium ainda que de
mediana cultura poderá compreender o que disse André Luiz e, guiado pelas suas
instruções, encetar a sua própria reforma, para transformar-se num verdadeiro
trabalhador de Jesus Cristo.
(Calcado sobre o livro “Missionários da Luz”, de André Luiz, página 320, psicografado por Francisco Cândido Xavier).
Passes e curas espirituais. Editora Pensamento.
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