MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
União da alma e do corpo. Aborto
351. No intervalo que medeia
da concepção ao nascimento, goza o Espírito de todas as suas faculdades?
“Mais
ou menos, conforme o ponto, em que se ache, dessa fase, porquanto ainda não
está encarnado, mas apenas ligado. A partir do instante da concepção, começa o
Espírito tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de
começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao
nascimento, Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito
encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas ideias
se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência
na condição, de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta
pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.”
No intervalo
No intervalo entre a
concepção e o nascimento da criança, o Espírito entra em um estado de sono,
como se verdadeiramente estivesse dormindo. É o Espírito recebendo influência
da matéria e doando a ela a força para a renovação da vitalidade de que a
matéria é portadora.
Em nada na vida podemos
generalizar; os roteiros do Espírito são traçados de acordo com a sua evolução
espiritual. O Espírito de alta capacidade espiritual não perde a consciência no
intervalo entre a concepção e o nascimento, nem perde tempo. Ele trabalha quase
como se estivesse livre da matéria. Sabemos que Maria de Nazaré e Francisco de
Assis, dois astros de luz, no intervalo entre a concepção e o renascimento,
continuaram trabalhando em favor da humanidade e não foram atingidos pelo sono,
devido a seus níveis de evolução. Isso é uma amostra para as futuras
reencarnações.
O Espírito mediano, porém,
passa por um período de perturbação e dorme o sono da esperança, enquanto o
Espírito abaixo do mediano fica totalmente inconsciente do seu estado, e
somente vai ganhando a consciência quando desencarna. Mesmo assim, em muitos
casos, essa recuperação é lenta, pois a natureza a nada violenta. É nesse sentido
que estamos trabalhando com Jesus Cristo, para que o Espíritos avancem na
escala a qual pertencem e passem a acordar em todas as direções da vida, sem
perderem a consciência do seu estado. Eis porque a ignorância deve desaparecer,
para que o trabalho aumente em favor dos que sofrem nas sombras. As obras
básicas da Doutrina Espírita devem ser sempre lidas e estudadas, para que se
tenha uma noção da vida que se deve levar, santificando sempre os pensamentos,
palavras e obras, com base no amor.
O Espírito, no intervalo da
concepção ao nascimento, ainda não está reencarnado, apenas ligado por laços
ainda frágeis. O toque de maior segurança é dado no momento do nascimento,
prosseguindo até aos vinte e um anos de idade. Em raros casos, antes desta
idade, o Espírito já se encontra adulto, com todas as suas possibilidades de
independência, respondendo por ele mesmo ante a sua consciência e a Deus, pelas
promessas feitas no mundo espiritual.
Nada fica sem a proteção de
Deus, nosso Pai de amor. Em todos os intervalos em que a alma sonha, as mãos do
Divino Mestre operam em sequencia permanente para o restabelecimento da
individualidade da alma, para que algum dia ela possa se libertar e conhecer a
verdade.
Ao reencarnado, quando
adulto, a natureza consciencial vai mostrando, na cadência da sua evolução,
algo de que era no passado, de modo que o Espírito possa trabalhar nele mesmo,
na iluminação dos seus sentimentos.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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