O livro dos espíritos. Questão 353

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL

União da alma e do corpo. Aborto

353. Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?

“O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se. Acha-se, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.”

A alma e o feto

Não se pode dizer que o feto tem uma alma, propriamente dizendo, no entanto, está destinado a possuí-la ou essa a este. Já falamos em várias anotações a respeito, que a reencarnação somente se consuma depois dos sete, quatorze e vinte e um anos. Os laços vão se apertando pouco a pouco, conforme o crescimento do corpo.

É notório e prudente, que tudo na vida respeite leis irradiadas por Deus, sem violência. O encontro do espermatozoide com o óvulo é a transformação de duas vidas em uma, para que se cumpra uma destinação em favor de um Espírito, na busca de experiências necessárias ao seu comportamento espiritual. Estudando a geração nos aspectos de beleza biológica, notadamente dentro do útero feminino, haveremos de raciocinar que um corpo precisa ser cuidado para que tenha equilíbrio na jornada a que se destina seguir.

O Espírito é uma ave que pousa no ninho craniano, comandando o corpo para a grandeza das suas qualidades imortais. Compete-nos verificar todos os dias as reações desse encontro, de maneira a deduzirmos com urgência o que devemos fazer da vida. A alma em marcha evolutiva vai necessitando de corpos que se sucedem, ciência que a ignorância humana empana, com medo de propagar, receio esse provindo da falta de conhecimento das necessidades do Espírito para seu melhor desempenho no mundo: se deseja algo, por exemplo, com excessivo querer, cria um corpo singular, a oferecer campo as suas vibrações de modo que esse corpo acumula seus próprios sentimentos; se é um pensador, cria com isso um corpo mental onde acumula inúmeros pensamentos, que vibram de acordo com as ideias que carrega.

Quem não usa seus poderes, deixa-os atrofiar, e não pode criar corpos diante da inutilidade dos seus talentos. A própria ciência no futuro irá estudar o comandante do corpo em todas as particularidades que ela poderá alcançar, porque somente conhecendo a alma, poderá saber de suas vestes, com as suas necessidades. A psicologia, quando ampliada na extensão do amor, deverá cuidar deste estudo igualmente, ajudando, assim, a mãe na sua gestação, instruindo-a no seu comportamento, para bons pensamentos e controle emocional. Também o pai deve ser instruído nesse sentido porque o Espírito bem antes do nascimento, já se encontra no lar, familiarizando-se com os seus futuros pais.

É bom que cada um coopere na evolução de todos. Cumprindo seu dever, esta trabalhando para si mesmo. A harmonia divina pertence a todas as criaturas. Precisamos conservá-lo dentro e fora de nós.

Por enquanto, não é necessário saber onde o Espírito fica; a alma não tem local especial para ficar quando está encarnada, podendo se mover por vários pontos porque o Espírito é inquieto. Mesmo na inconsciência, ele se move e vibra em todas as direções e sopra onde quer que seja.

Diz "O Livro dos Espíritos" que o feto não tem propriamente uma alma; é a alma, certamente, que está esperando o seu corpo, para o cumprimento das suas atividades na Terra. Esperemos e confiemos em Deus, para que tudo corra bem, para o nosso melhor desempenho.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário