MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
União da alma e do corpo. Aborto
350. Uma vez unido ao corpo
da criança e quando já lhe não é possível voltar atrás, sucede alguma vez deplorar
o Espírito a escolha que fez?
“Perguntas
se, como homem, se queixa da vida que tem? Se desejara que outra fosse ela?
Sim. Se se arrepende da escolha que fez? Não, pois não sabe ter sido sua
escolha. Depois de encarnado, não pode o Espírito lastimar uma escolha de que
não tem consciência. Pode, entretanto, achar pesada demais a carga e considerá-la
superior às suas forças. É quando isso acontece que recorre ao suicídio.”
Deplorando a escolha
O Espírito, quando
encarnado, depois que a sua consciência já se encontra reduzida, não se lembra
da escolha que fez, entra em um estado de depressão, se em seu coração não
vibra a fé.
Quantos não têm ouvido,
principalmente na época que corre a juventude, dizer que não pediu para nascer
em tais ou quais circunstâncias. É a revolta de estar preso na matéria, pois, o
Espírito não se lembra de que foi ele mesmo quem escolheu aquele tipo de
proves, e quando não foi ele, foi a lei que assim determinou, pela força que
possui para que a alma pudesse desabrochar suas qualidades de vida e de luz.
A alma não pode deplorar a
escolha, pelo estado de inconsciência em que se encontra. Quantos suicidas há,
sem causas que se possa analisar, visto que essa causa está no inconsciente,
mas, ela se irradia para o consciente em forma de depressão, que o leva ao
momento drástico de tirar a própria vida.
A Doutrina dos Espíritos,
que é o mesmo Jesus voltando para a humanidade, abre os braços a toda essa
humanidade em sofrimento, não somente consolando, porém, levando e dando
educação a todas as criaturas de Deus. É o Consolador prometido por Aquele que
pode prometer, porque Ele é a Vida, a Verdade e o Caminho.
Sabemos, e muitos homens são
conscientes disso, que a vida na carne é como uma prisão, cárcere esse que
limpa as mazelas da alma e mostra a essa as claridades maiores no desabrochar
dos seus próprios talentos. Se passamos por duras provas, não desdenhemos a
vida que levamos; seguremo-nos na fé e movimentemos as mãos no bem comum, para
que esse bem possa nos levar a tranquilidade de consciência. Procuremos o amor
em todas as suas modalidades de expressão, que esse amor virá de Deus pelos
canais do Cristo, para nos salvar das depressões e da ignorância.
Firmemo-nos na lei das vidas
sucessivas, que por elas podemos conhecer a bondade de Deus; firmemo-nos na
comunicação dos Espíritos com os homens, que por esse intermédio notaremos que
ninguém morre, e que a vida continua em todas as direções; firmemo-nos no amor
e na caridade, que desse modo encontraremos a paz no coração e todas as
diretrizes que nos levam a harmonia interna.
Ajudemos no que pudermos
aqueles que ainda dormem na inconsciência, e não usemos o nome do Senhor em
vão, sem saber diretamente dos Seus desígnios. Lembremo-nos de que Jesus é o
nosso Pastor, e que nunca deixa Suas ovelhas tresmalhadas, sem o amparo
d'Aquele que é a verdadeira vida. Não queiramos que a nossa vida seja outra;
ela é o que deve ser, de que precisamos. A nossa felicidade se encontra nas
linhas do nosso desempenho nesta vida. Procuremos a tranquilidade nas mínimas
coisas. Não pensemos no mal nem falemos nele, porque tudo o que pensamos e
falamos entra em nosso caminho, vindo ao nosso encontro. A vida nos responde
com o que sintonizamos para encontrar, essa é a lei do "pedi e
obtereis", do "buscai e acháreis".
Com nada nos revoltemos,
pois Deus está em tudo e nos mostra, pela nossa compreensão, a luz que pode
desabrochar por dentro de cada criatura. Subindo o seu calvário, mesmo
que seja pregado na cruz dos problemas inúmeros, o Espírito é imortal, a glória
surgirá no mundo da sua consciência, e o Cristo recompensará.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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