O livro dos espíritos. Questão 354

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL

União da alma e do corpo. Aborto

354. Como se explica a vida intrauterina?

“É a da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.”

Vida intrauterina

O útero da mulher é uma câmara sensível, na qualidade de ninho, onde tem todas as qualidades necessárias para a geração da criança, fenômeno humano, mas que tem feição divina. No encontro do óvulo com o espermatozoide, se dá o casamento interno de duas forças, que são envolvidas por energias imponderáveis, na formação de uma consciência instintiva, que passa a comandar como se fosse um computador altamente condicionado, porém, no qual brilha, nas suas irradiações de luz, a presença de Deus.

O feto cresce pele comando das forcas internas, como sendo uma árvore, mas que com o passar dos tempos ele alcança variadas feições, como estágios nas lembranças dos seus ancestrais, por onde o Espírito percorreu na sua marcha evolutiva, até sentir a razão nos esplendores da raça humana.

O seio uterino é um mundo onde se pode notar em ação as leis que regulam o próprio universo. São ondas, raios e impulsos se intercruzando para garantir uma vida. O .corpo humano, não cansamos de dizer, é uma cópia do universo, estudado há milênios sem conta e experimentado por milhões de vezes na sua jornada, para que pudesse obedecer ao progresso. Ele, cada vez mais, vai oferecendo ao Espírito os meios, dentro de suas possibilidades, de cumprir sua missão cada vez mais elevada na face da Terra.

Esse corpo biológico foi planejado e executado pelas mãos do Cristo. A Sua presença nunca faltou, para que esse corpo se expressasse como tal. Certamente que em seu derredor muitos engenheiros siderais estavam a postos para as Suas ordens, em experimentações variadas. Em futuro próximo, o corpo físico tomara outra expressão que seja mais para o lado da fluidez, oferecendo assim a alma que o vai comandar meios mais sutis para altos cargos de experimentação.

No campo da vivência dos conceitos evangélicos, sem as prováveis reações que se dão no corpo de hoje.

É nesse sentido que se deve começar a ajudar os engenheiros do mundo espiritual nas lutas para descondicionar as vibrações negativas no perispírito, porque o seu campo de hoje é sofrido pelos pensamentos imantados no ódio, na inveja, no orgulho, no egoísmo e em tantos outros departamentos das trevas, que o Espírito, na sua ignorância, alimenta.

O Espírito passa por diversas fases na formação do seu corpo, lembrando, mesmo na inconsciência, o que tem de fazer para o seu crescimento, atingindo, assim, a vida espiritual onde ele deve aprumar, procurando, por lei, a plenitude da vida em libertação com o Cristo. A ciência humana deve estudar a vida animal em formação na intimidade das nossas irmãs, para que a humanidade tenha mais respeito pelas crianças, senão pelos fetos. Disse o Cristo, de certa feita: “Vós sois o sal da terra.” Os Espíritos, movendo um corpo no mundo, são realmente o sal da terra, porque a alma vem temperar toda a expressão do entendimento, vem dar a compostura sagrada a própria natureza e essa, devolvendo ao mesmo homem as leis mais visíveis, para que ele se liberte dos laços inferiores que o prendem às paixões.

A vida intrauterina é como que a vida em uma das maiores capitais do mundo, sendo que ela é mais perfeita por não desrespeitar as leis que sustentam a sua própria harmonia. Falando aos homens, pedimos que respeitem a formação da vida física e, em seguida, respeitem a criança. Ela é o homem de amanhã e pede hoje que amemos a Deus sobre todas as coisas. Eduquemo-las, não somente com palavras, mas através do exemplo.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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