A mediunidade não pode ser fonte de renda
“Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos,
curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente
haveis recebido.” Esta foi a recomendação de Jesus aos seus discípulos, com
isso querendo dizer que ninguém deve cobrar por um dom – o dom da cura – que o
Pai nos concedeu graciosamente.
O dom da mediunidade, como já vimos anteriormente, é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram, na verdade, médiuns. Sócrates tinha a inspirá-lo um Espírito amigo. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que as vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam.
Ora, foi exatamente este dom: a faculdade de curar os
enfermos e de expulsar os demônios, melhor dizendo, os maus Espíritos, que Deus
lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação
da fé, razão por que Jesus lhes recomendou não fizessem dessa faculdade objeto
de comércio nem de especulação, nem um meio de vida, proposta reafirmada mais
tarde por Allan Kardec, que recomenda aos médiuns dar à tarefa da mediunidade o
seu tempo livre, o seu momento de lazer, sem pretender obter com isso
recompensas de ordem material.
Essa orientação continua mais atual do que nunca, porque
a mediunidade evangelizada jamais poderá ser transformada em profissão ou fonte
de renda.
A mediunidade, como uma luz que brilha na carne, é
atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição
moral da criatura terrena, a quem ela enriquece no capítulo da virtude e da
inteligência sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua
trajetória pela face do mundo.
A faculdade mediúnica é um talento
precioso
Devemos compreender que a mediunidade só existe pelo concurso
dos Espíritos. “Os atributos medianímicos – assevera Emmanuel – são como os
talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau
servo torna-se indigno da confiança do Senhor da Seara da verdade e do amor.”
(O Consolador, item 389.)
Na sequência, acrescenta Emmanuel: “Multiplicados no bem,
os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia,
se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração
inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do
estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do
acréscimo de seus débitos irrefletidos”.
Mediunidade – advertem os mentores espirituais – não
basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos,
para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direção. O
médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma
pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante,
bondoso, estudioso e trabalhador.
A mediunidade e a renovação social
No exercício da mediunidade com Jesus, ou seja, na
perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura humana, em nome da
caridade, é que o ser atinge a plenitude de suas funções e faculdades,
convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos
diversos terrenos da vida humana.
Não é difícil, pois, compreender como a prática mediúnica
exerce importante papel na renovação social. Deus quer que os Espíritos sejam
reconduzidos aos interesses da alma. Quer que o aperfeiçoamento moral do homem
se torne o que deve ser: o fim e o objetivo da vida.
Todo progresso vem, contudo, na sua hora. Soou a hora da
elevação moral para a Humanidade. O médium evangelizado, exercendo o mandato
com amor e espírito de serviço em benefício do próximo, contribui em grande
escala para o progresso geral, e é nesse sentido que se diz que a prática da
mediunidade com Jesus é um poderoso instrumento de renovação social.
Fonte
Iniciação à doutrina espírita; Astolfo Olegário O. Filho; EVOC; PR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário