A Epístola aos Gálatas, geralmente referida apenas como Gálatas, é o nono livro do Novo Testamento da Bíblia, e provavelmente a primeira carta que o apóstolo Paulo redigiu aos cristãos. Era endereçada inicialmente às igrejas da Galácia, uma região que na época era habitada por um grupo étnico de origem celta, localizada na região central da atual Turquia.
A
Epístola exerceu enorme influência na história do Cristianismo, no
desenvolvimento da teologia cristã e no estudo do Apóstolo Paulo.
Autor
O apostolo Paulo é o autor da carta aos Gálatas (1.1). Ele menciona um grupo de colaboradores que teve alguma participação no envio da carta (1.2), mas o estilo e a teologia da mesma demonstram que Paulo foi o autor imediato. Desde o século XVIII, alguns estudiosos têm considerado a carta como sendo pseudônima (isto é, que o nome de "Paulo" foi usado por outro autor desconhecido), mas os seus argumentos são geralmente considerados infundados ou sem base. (Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. 1728 p.).
Estrutura
A
Tradução Brasileira da Bíblia organiza os capítulos da seguinte maneira:
Capítulo 1
1) Saudação
e introdução v. 1-9
2) Narrativa
das experiências de Paulo em apoio à alegação de ser detentor do verdadeiro
apostolado
a) O
evangelho que prega foi recebido diretamente de Cristo, por revelação, quando
ele era judeu fervoroso e perseguia a igreja, v. 10-16
b) Por
vários anos, permaneceu longe da igreja em Jerusalém e trabalhou
independentemente dos outros apóstolos, v. 17-23
Capítulo 2
1) Narrativa
das experiências de Paulo em apoio à alegação de ser detentor do verdadeiro
apostolado (continuação de Gálatas 1)
a) Esteve
sob a direção divina em seu labor entre os gentios, e no caso de Tito, um
grego, havia insistido em que ficasse livre da observância da lei cerimonial,
v. 1-5
b) A
igreja em Jerusalém respaldou seu apostolado e seu trabalho entre os gentios,
v. 7-10
c) Não
vacilou em repreender Pedro, Barnabé e outros judeus cristãos quando viu que
estavam cedendo a tendências cerimoniais, v. 11-14
2) A
defesa da doutrina da justificação pela fé sem as obras da Lei
a) Ao
mostrar a insensatez dos judeus cristãos que abandonavam a nova fé e sua luz e
regressavam ao legalismo, v. 15-21
Capítulo 3
1) A
defesa da doutrina da justificação pela fé sem as obras da Lei (continuação de
Gálatas 2)
a) Ao
apelar para as anteriores experiências espirituais dos gálatas, v. 1-5
b) Ao
mostrar que Abraão foi justificado pela fé, v. 6-9
c) Ao
mostrar que a Lei, além de não ter poder de redenção, trouxe uma maldição ao
desobediente, da qual Cristo redimiu os crentes, v. 10-14
d) Ao
provar que a Lei não cancelava o pacto da salvação pela fé, v. 15-18
e) Ao
indicar que a Lei, como guia, tinha o propósito de conduzir a Cristo, v. 19-25
f) Ao
mostrar os prejuízos dos que renunciam à fé em Cristo e voltam ao legalismo
i) Perda
da bênção de sua herança como filhos de Deus e retorno ao cativeiro do
cerimonialismo, v. 26-29
Capítulo 4
1) A
defesa da doutrina da justificação pela fé sem as obras da Lei (continuação de
Gálatas 2)
a) Ao
mostrar os prejuízos dos que renunciam à fé em Cristo e voltam ao legalismo
(continuação de Gálatas 3)
i) Perda
da bênção de sua herança como filhos de Deus e retorno ao cativeiro do
cerimonialismo, v. 1-10
ii) Perda
do sentido da apreciação das obras realizadas a favor deles, v. 11-16
iii) Risco
de se converterem em filhos de Abraão segundo a carne, em vez de se tornarem
filhos da promessa, v. 19-31
Capítulo 5
1) A
defesa da doutrina da justificação pela fé sem as obras da Lei (continuação de
Gálatas 2 e 3)
a) Ao
mostrar os prejuízos dos que renunciam à fé em Cristo e voltam ao legalismo
(continuação de Gálatas 3 e 4)
i) Perda
da liberdade espiritual. Também tornam sem efeito o sacrifício de Cristo por
eles, v. 1-6
2) Advertências,
instruções e exortações
a) Advertências
acerca dos falsos mestres e do mau uso da liberdade, v. 7-16
b) Exortações
acerca da vida espiritual
i) O
conflito entre a carne e o espírito, v. 17-18
ii) As
obras da carne excluem do Reino de Deus, v. 19-21O fruto do Espírito deve
manifestar-se na vida cristã, v. 22-26
Capítulo 6
1) Advertências,
instruções e exortações (continuação de Gálatas 5)
a) Características
da vida espiritual
i) Ajudar
e levar as cargas, v. 1-2
ii) Humildade,
exame de consciência, confiança em si mesmo e benevolência, v. 3-6
iii) A
lei da semeadura e da colheita também se aplica no reino moral, v. 7-9
b) Contraste
entre a doutrina dos falsos mestres e a de Paulo
i) A
primeira gloria-se nos ritos cerimoniais e nas marcas da carne; a segunda, na
cruz e nas marcas do Senhor Jesus, v. 10-18
Contexto Histórico
Há
dúvidas com relação a data em que a epístola foi escrita. A hipótese mais comum
é de que ela teria sido escrita no ano de 49 d.C., após o retorno do apóstolo
Paulo de sua primeira viagem missionária, quando ele permaneceu por um tempo em
Antioquia. Durante essa viagem Paulo passou pelas cidades de Antioquia da
Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, todas localizadas na província da Galácia.
Outra
hipótese é de que ela poderia ter sido escrita por volta dos anos de 55-60 d.C.,
durante a terceira viagem missionária, logo após Paulo ter escrito a Epístola
aos Romanos, devido a semelhança entre as duas cartas.
Conteúdo
Seu
propósito era combater os "judaizantes" (judeus que afirmam que os
gentios para serem salvos, tinham que ser circuncidados e guardar todas as leis
de Moisés). A epístola é uma defesa da doutrina da justificação pela fé, contém
advertências contra a reversão ao judaísmo e onde há a reivindicação do
apostolado de Paulo. Há também indícios do combate à prática da mitologia celta
originária dos ancestrais do povo Gálata, como observação de solstícios,
equinócios, e divindades elementais (gálatas 4:8-10).
Esta
carta tem sido chamada de A carta magna da igreja por alguns escritores. Seu
principal argumento é a defesa da liberdade cristã em oposição ao ensino dos
judaizantes. Os mestres judaizantes insistiam que a observância das cerimônias
da lei era parte essencial do plano de salvação.
Na
parte pessoal é semelhante a II Coríntios, onde Paulo conta sua conversão,
defende o seu apostolado, denuncia os falsos mestres etc. Já na parte
doutrinária e prática é semelhante à Epístola aos Romanos – defende a
justificação pela fé em Jesus Cristo, explica a função da lei e ensina sobre a
santificação.
Fonte: Wikipédia
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