Todos nós sabemos que o espiritismo foi consolidado como doutrina na França, no século XIX, pelo pedagogo Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec. Entretanto, os conceitos e características que foram abordados por ele já existiam ao longo da história.
Por exemplo, no Egito Antigo o
conceito de vida após a morte já existia, os egípcios acreditavam que seus
faraós poderiam voltar ao seu antigo corpo, por isso, faziam rituais de
mumificação e construíam monumentos em forma de túmulos (pirâmides) onde
escreviam a história de sua última vida.
Outro exemplo que podemos citar em
relação a reencarnação é a tradição Budista, religião que nasceu nos países
asiáticos. Nesta crença, todos os seres possuem um espírito e esta vida é
eterna, portanto, quando morremos, nosso espírito irá retornar a um outro ser.
E a mediunidade? Como era vista?
Para os espíritas, a mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano, que independe da crença religiosa. Porém, na Idade Média, perante o domínio da Igreja Católica, a mediunidade não era tratada com naturalidade e muitos consideravam essas pessoas loucas ou praticantes de magia negra e bruxaria. Essas situações levaram à condenação no tribunal da santa inquisição, com a justificativa que estavam falando com demônios.
O legado de Allan Kardec para o mundo
Os casos que marcaram o início do
espiritismo e o legado de Allan Kardec foram: Irmãs Fox e as mesas
girantes.
Irmãs Fox
Em 1848, em Hydesville, EUA, na casa
da Família Fox, as irmãs Kate e Margareth escutavam leves batidas nas
paredes e assoalhos de sua casa. Com o tempo, os ruídos aumentaram e as
crianças passaram a ouvir batidas nítidas e móveis se arrastando.
Até que então, na noite do dia 31 de
março de 1848, foi descoberto uma maneira de entrar em contato com a entidade
espiritual. Kate, desafiou a “força do invisível”, batendo palmas, ela disse:
“Sr. Pé Rachado, faça o que eu faço”. De modo imediato repetiram-se as
palmadas. Quando a menina parou, o som parou em seguida.
Um dos irmão de Margareth e Kate
descobriu que um homem havia morrido na casa. Após o ocorrido, as irmãs
começaram a se manifestar ostensivamente.
Mesas Girantes
Já os casos das mesas girantes chamaram
a atenção do codificador da doutrina espírita. Certo dia, andando pelas ruas de
Paris, Léon Denizard, encontrou com um amigo que lhe descreveu uma série de
fenômenos que chamavam a atenção na Europa e que supostamente eram provocados
pela ação direta de espíritos.
Curioso, Kardec, foi até o local, onde
observou que mesas e outros objetivos ganharam movimento sem a ajuda de
qualquer pessoa ou mecanismo. De início, ele não aceitou, porém, estava
disposto a entender.
A partir disso, começou a estudar
esses fenômenos, e depois de muita análise, pesquisa, estudo concluiu que esses
fenômenos tinham origem inteligente e eram provocados por seres que habitaram a
Terra, ou seja, serem desencarnados.
Codificação da doutrina espírita e
obras
Após os casos das mesas girantes,
entre os anos de 1855 e 1869, Allan Kardec consagrou a doutrina espírita e sob
a assistência dos Espíritos Superiores, representados pelo Espírito da Verdade,
estabeleceu as bases da codificação espírita, que dizem respeito aos aspectos:
filosófico, científico e religioso.
E ainda, durante 14 anos, ele se
dedicou ao espiritismo, onde fundou a Revista Espírita, dirigiu a Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas e codificou os cinco livros pilares da doutrina
espírita, são eles:
- O Livro dos Espíritos;
- O Livro dos Médiuns;
- O Evangelho Segundo o
Espiritismo;
- O Céu e o Inferno e A Gênese
Desencarnação e legado
Allan Kardec desencarnou no dia 31 de
março de 1869, e em seu sepultamento, seu amigo, Camille Falammarion, disse as
seguintes palavras a respeito de seu legado:
“Voltaste a esse mundo donde viemos e
colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu
envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais
se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de
mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo
pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança.
Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num
mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas
faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é
teatro por demais acanhado. (…) Até a vista, meu caro Allan Kardec, até à
vista! Camille Flammarion (Livro Obras Póstumas)
Já Gabriel Delanne, disse:
Substituindo a fé cega numa vida
futura, pela inquebrantável certeza, resultante de constatações científicas,
tal é o inestimável serviço prestado por Allan Kardec à humanidade, Gabriel
Delanne (na Revista Espírita de 1907)
Sem dúvida nenhuma o legado de Allan
Kardec para o mundo é enorme, afinal, através do espiritismo é possível
compreender inúmeras questões tendo como base a moral filosófica, religiosa e
científica.
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