A epístola aos romanos foi escrita por Paulo, provavelmente na cidade de Corinto, Grécia, enquanto ele estava hospedado na casa de Gaio e transcrita por um dos Setenta Discípulos, o escriba chamado Tércio de Icônio. Há uma série de razões que convergem para a teoria de que Paulo a escreveu em Corinto, uma vez que ele estava prestes a viajar para Jerusalém ao escrevê-la, o que corresponde com Atos 20:3, no qual é relatado que Paulo permaneceu durante três meses na Grécia. Isso provavelmente implica Corinto, pois era o local de maior sucesso missionário de Paulo, na Grécia. Adicionalmente Febe, uma diaconisa da igreja em Cencreia, um porto a leste de Corinto, teria sido capaz de transmitir a carta a Roma depois de passar por Corinto. Erasto, mencionado em Romanos 16:23, também viveu em Corinto sendo comissário da cidade para obras públicas e tesoureiro da cidade em várias épocas, mais uma vez indicando que a carta foi escrita em Corinto.
O momento exato em que foi escrito não é mencionado na carta, mas foi obviamente escrito quando a coleta de ofertas para Jerusalém tinha sido montada e Paulo estava prestes a ir a Jerusalém, ou seja, no final de sua segunda visita a Grécia, durante o inverno que precedeu a sua última visita a essa cidade. A maioria dos estudiosos propõem que a carta foi escrita no final de 55, 56 ou 57. Outros propõem o início de 58 ou 55, enquanto Luedemann defende uma data anterior, como 51/52 (ou 54/55 ), na sequência de Knox, que propõem 53/54. O teólogo Fábbio Xavier, em seu artigo Conhecendo os Romanos de Roma, deixa claro que a carta pode ter sido redigida por volta de 55 e 56.
Contexto
de Romanos na vida de Paulo
Durante
dez anos antes de escrever a carta (aproximadamente entre os anos 47 a 57
d.C.), Paulo tinha viajado ao redor do mar Egeu evangelizando. Igrejas foram
implantadas nas províncias romanas da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo,
considerando a sua tarefa concluída, queria pregar o evangelho na Espanha. Isso
lhe permitiu visitar Roma no caminho, uma ambição de longa data dele. A carta
aos Romanos, em parte, prepara a comunidade de Roma e dá motivos para sua
visita.
Além
da localização geográfica de Paulo, suas opiniões religiosas são importantes.
Primeiro, Paulo era um judeu helenístico com um fundo farisaico, integrante de
sua identidade. Sua preocupação com o seu povo é uma parte do diálogo e é
retratado ao longo da carta.
Interpretação
católica
Os
católicos aceitam a necessidade da fé para a salvação, mas apontam para Romanos
2:5–11 para a necessidade de viver uma vida virtuosa e praticar as boas obras, assim:
Mas,
segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia
da ira e da manifestação do juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo
as suas obras; a saber, a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem,
procuram glória, honra e incorrupção, mas a indignação e a ira aos que são
contenciosos, desobedientes a verdade e obedientes à iniquidade, tribulação e
angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e
também do grego, glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem;
primeiramente ao judeu e também ao grego. Porque, para com Deus, não há acepção
de pessoas.
Sobre
este assunto, São Tiago diz também que
o
homem é justificado pelas obras e pela fé (Tiago 2, 24), ou então pelas obras
que nascem da fé, porque a fé sem obras é morta (Tiago 2, 17).
Interpretação
protestante
Para
argumentar a alegação de que a salvação é obtida somente pela fé em Cristo, os
protestantes sustentam Romanos 4:2–5:
Porque,
se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de
Deus, pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça, ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão
segundo a graça, mas segundo a dívida, mas, àquele que não pratica, mas crê
naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
A
defesa de que a salvação é obtida somente pela fé defendida no livro de Romanos
pelos protestantes, está fortemente fundamentada na epístola escrita ao
Efésios, também escrito pelo apóstolo Paulo, que se encontrava aprisionado em
Roma, onde no segundo capítulo, versículos 8 a 10 ele aponta que:
Efésios
2:8-10:
Pois
vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de
Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Por que somos criação de Deus
realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obas, as quais Deus preparou de
antemão para que nós as praticássemos.
Eles também apontam que, para os escritos de Romanos 2:21–25:
Tu,
pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se
deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu,
que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras
a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é
blasfemado entre os gentios por causa de vós, porque a circuncisão é, na
verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei,
a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
Martinho
Lutero qualificou a carta de Paulo aos romanos como a "mais importante
peça do Novo Testamento. É o mais puro Evangelho. Vale a pena para um Cristão
não somente memorizar palavra por palavra, mas também ocupar-se com ela
diariamente, como se fosse o pão diário da alma". Porém qualificou a Carta
de Tiago como "epístola de palha" por discordar do ensinamento da
"salvação por fé e por obras" nela contida.
Romanos
têm estado na vanguarda de vários movimentos importantes no protestantismo. As
palestras de Martinho Lutero sobre Romanos em 1515-1516, provavelmente
coincidiram com o desenvolvimento de sua crítica ao Catolicismo que levou as 95
Teses de 1517. Em 1738, na audiência do "Prefácio de Lutero à Epístola aos
Romanos" lido na Igreja de St. Botolph em Aldersgate Street, Londres, John
Wesley disse que sentiu seu coração "estranhamente aquecido", uma
experiência de conversão, que é muitas vezes vista como o início de Metodismo.
Fonte: Wikipédia
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