A Epístola de Judas, geralmente referida apenas como Judas, é o vigésimo sexto e penúltimo livro do Novo Testamento da Bíblia.
Autor
e destinatário
A
autoria da epístola é do discípulo Judas (Judas, irmão de Tiago) e não do
apóstolo Judas Iscariotes. Já os destinatários da epístola poderiam ser judeus
convertidos ao cristianismo espalhados pela Ásia Menor, embora a epístola não
dê informações cabais para que público específico Judas teria se dirigido. O
seu conteúdo apenas indica que os destinatários seriam pessoas conhecedoras do
Antigo Testamento e das tradições judaicas, não havendo referências expressas
aos gentios.
Data
e local
Foi
escrita provavelmente no ano 65. Outras suposições, porém, induzem que a obra
teria sido escrita por volta dos anos 66 e 67, logo após a morte de Pedro, em
razão das fortes semelhanças com a segunda carta deste outro apóstolo. No
entanto, uma terceira possibilidade seria que Judas e Pedro tivessem se
utilizado de uma fonte comum, talvez de um panfleto muito utilizado na época
para alertar a Igreja contra os falsos mestres.
Quanto
ao local onde a epístola teria sido escrita não existe até hoje uma correta
identificação, ainda que existam suposições de que Judas teria enviado sua
carta da Palestina ou do Egito.
Autenticidade
A
epístola de Judas ou a carta de Judas considera-se autêntico por ser mencionado
no Fragmento Muratoriano do segundo século EC. Acima de tudo, Clemente de
Alexandria, do segundo século EC, o aceitou como sendo parte do cânon da
bíblia. E ainda Orígenes o declarou como sendo uma obra de poucas linhas, mas
de palavras salutares de graça celestial.
Conteúdo
O
propósito principal dessa epístola é a advertência contra os mestres imorais e
as heresias da época, que colocavam em risco a fé dos cristãos. Há quem diga
que Judas estaria escrevendo contra os mestres ateus que afirmavam que aos
cristãos seria permitido fazer tudo o quanto desejassem, sem temer o castigo
divino. Assim, sua carta enfoca a apostasia, que seria a troca dos ensinamentos
cristãos pelas falsas doutrinas.
A
epístola é bem pequena e tem apenas 25 versículos em um único capítulo.
Inicia-se com uma curta introdução de dois versos, fala sobre o perigo da
atuação de homens perversos que estavam tentando alterar o propósito da fé
cristã, dá exemplos históricos sobre os falsos mestres descrevendo o caráter
destes, destaca o viver em santidade como o objetivo dos convertidos e conclui
com sua benção apostólica.
Curiosamente,
encontra-se nos seus versos 14 e 15 uma breve citação do livro apócrifo de 1
Enoque 60:8,1:9, sobre uma profecia do julgamento dos homens maus.
- "Enoque, o sétimo depois de
Adão" é uma citação de 1 Enoque, 60:8
- "Eis que é vindo o Senhor com
milhares de seus santos.." é uma citação de 1 Enoque, 1:9 (de Deuteronômio,
33:2)
Outra
interpretação é de que o Senhor Jesus Cristo contou aos seus servos sobre as
profecias de Enoque, e Judas escreveu sua epístola baseada nas palavras do
próprio Jesus a respeito do profeta Enoque. O Primeiro Livro de Enoque foi
escrito a partir do terceiro século antes de Cristo.
Um
ponto da epístola que desperta a atenção é o seu verso 9 que fala sobre uma
disputa entre o Arcanjo Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés, incidente este
que não está registrado em nenhuma outra parte das Escrituras, cuja narrativa é
atribuída por alguns à citação de uma parte perdida de um livro antigo chamado
de Assunção de Moisés, uma vez que o capítulo 34 de Deuteronômio nada diz a
respeito do fato comentado pelo apóstolo. Outros consideram que Judas fala
sobre a disputa entre o Arcanjo e o diabo pelo corpo do sumo sacerdote Josué
(Zacarias 3:1-7), que foi talvez uma alegoria sobre a corrupção do sacerdócio,
nos dias de Neemias:
- Judas 23 E salvai alguns com temor,
arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne.
- Zacarias 3:2 não é este um tição
tirado do fogo? 3 Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo.
Fonte: Wikipédia
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