Maria

Maria ocupa um lugar especial no cristianismo. Ela foi a mãe do Messias. “A minha alma engrandece ao Senhor; e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.”

Ela foi especial porque foi escolhida para uma tarefa especial e porque estava à disposição de Deus.

Com o passar dos séculos no cristianismo, dois fatores combinaram-se para destacar a posição de Maria:

1)  Quando a espiritualidade se tornou o ideal e a virgindade começou a ser valorizada, alguns começaram a sustentar que Maria continuou “sempre virgem”;

2)  Quando a igreja tentou salvaguardar a crença na divindade de Jesus, as pessoas começaram a chamar Maria de theotokos, “abrigo de Deus”.




Na Idade Média, a divindade de Jesus foi muitas vezes destacada de tal maneira, que Ele ficou distanciado das pessoas comuns. E, assim, Maria tornou-se o ponto central das necessidades humanas. Quem melhor do que uma mãe para compreender o nosso sofrimento?
Quando os santos e as pessoas piedosas começaram a ser imaginadas intercedendo junto a Deus pelos homens e pelas mulheres, Maria tornou-se a chefa dos intercessores. Na Idade Média, estátuas de Maria sofredora eram quase tão comuns como a cruz.

Os reformadores opuseram-se a essas manifestações porque afastavam a atenção das pessoas de sobre Jesus como único Salvador e Messias. Mas a ênfase católica romana sobre Maria continuou. A devoção popular dos séculos XIX e XX levou os papas a criar decretos tornando oficiais as doutrinas da Imaculada Conceição (1854) e a Assunção física da bem-aventurada Virgem Maria ao céu (1950). Essa tendência entre os católicos romanos de ir além do Novo Testamento em suas crenças a respeito de Maria levou muitos protestantes a reagir, desprezando-a totalmente.

Há não muitos desde o Segundo Concílio Vaticano (1962-65), a doutrina católica romana a respeito de Maria tornou-se mais equilibrada:

1)      Ela foi serva, à disposição de Deus e exemplo da graça de Deus;
2)      Ela faz parte da igreja, não da divindade;
3)      Ela não é mediadora, isto é, ela não participa de nossa salvação.

Muitos católicos romanos estão agora sentindo-se constrangidos com os dogmas da perpétua pureza e assunção física, os quais não se encontram na Bíblia nem nos pensamentos dos cristãos primitivos.

Os protestantes precisam lembrar-se de que Maria é um grande exemplo de fé, esperança e amor. Ela é cheia de graça e digna de honra, como disse o anjo: “O Senhor é contigo. Bendita és tu entre as mulheres”.

Fonte: Fundamentos da Teologia Cristã, pg. 58.

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