O termo ectoplasma (gr. ektós "por fora" e plasma "molde" ou
"substância" que sai de qualquer lugar do corpo) foi introduzido na
Parapsicologia pelo fisiologista Charles Richet para designar uma espécie de
substância esbranquiçada que pode exteriorizar-se para fora do corpo de
determinados médiuns, mais frequentemente pela boca, mas que pode sair por qualquer
parte do corpo. É também supostamente sensível a determinados impulsos, se
exterioriza visível a partir do corpo de determinados indivíduos com
características especiais (sensitivo), permitindo a materialização de formas de
corpos humanos distintos daquele de onde saiu ou de formas de membros tais como
mãos, rostos e bustos (ectocoloplasmia - formação de apenas partes ou membros
do objeto ou coisa materializada). Apesar de existirem muitos registros de
atividade ectoplásmica, incluindo vasto material fotográfico, sua existência,
até o momento, não foi comprovada pelo método científico.
Alguns registros
O ectoplasma é, alegadamente, uma substância fluídica, de
aparência diáfana, sutil, que flui do corpo de um médium apto a produzir
fenômenos físicos, principalmente a materialização.
Dr. Albert von Schrenck-Notzing observando o que seria uma manifestação ectoplásmica feita pela médium Eva Carrière (1912). |
O pesquisador Ernesto Bozzano, relata em seu livro
"Pensamento e Vontade", que a substância ectoplásmica já era bem
conhecida pelos alquimistas do século XVII, como Paracelso, que a denominou Mysterium Magnum, e Thomas Vaughan, que
a definiu por Matéria Prima. Também o polímata Emanuel Swedenborg, grande
espiritualista do século XVIII, realizou experimentos com a substância sem
empregar o termo ectoplasma, registrou sobre “uma espécie de vapor que lhe saía
de todos os poros, um vapor d'água assaz visível, que descia até roçar no
tapete”.
O criador do termo, C. Richet, Nobel de Fisiologia ou
Medicina em 1913 por descobrir a anafilaxia (uma reação alérgica), dedicou-se a
trabalhos com o intuito de descrever experiências sobre os fenômenos de
materialização produzidos por Eva Carrière e alguns outros médiuns.
O psiquiatra italiano Enrico Imoda, produziu o livro
"Fotografias de Fantasma", com prefácio de C. Richet. Nesse livro,
Imoda mostra uma teoria elaborada a partir das experiências de ideoplastia,
onde propôs três formas para o ectoplasma: a invisível, a fluídica-visível e a
concreta. Posteriormente, o psiquiatra francês Gustave Geley, primeiro diretor
do Instituto Metapsíquico Internacional de Paris, alegou nas sessões de
materializações que o ectoplasma, ainda na forma invisível, girava em torno das
pessoas antes da produção dos fenômenos.
O Professor Geley afirmava que, nestas sessões, que
realizou na Europa e nos Estados Unidos junto a outros cientistas, Espíritos,
ou "operadores" como Geley os chamava, agiam sobre o cérebro do
médium, para provocar a emanação do ectoplasma, que ia se acumulando até que
fosse empregado por esses mesmos espíritos para produzirem diversos tipos de
fenômenos mediúnicos de efeito físico, tais como a materialização e o
poltergeist. Infelizmente esses trabalhos realizados no fim do século XIX e
início do século XX ocorreram sem o uso concreto do método científico e até
hoje a existência do ectoplasma não foi provada por meio de tal método.
O ectoplasma é descrito como um fenômeno natural
mediúnico que produz uma substância etérea (semi-material) com a propriedade ou
possibilidade de adensar-se até ficar ao alcance dos cinco sentidos humanos,
tornando-se visível, tangível e, ainda, sob o influxo da vontade dos espíritos,
moldável, assumindo a forma e algumas características de objetos ou seres
orgânicos, inclusive corpos humanos completos.
As pesquisas científicas em relação ao ectoplasma foram
feitas em proporção relativamente grande até a década de 1920.
O termo ectoplasma, largamente utilizado no cinema em
filmes e desenhos animados onde aparecem fantasmas, ganhou certa popularidade,
e teria tido acepções não necessariamente condizentes com os conceitos
religiosos ou parapsicológicos, nem por isso menos verdadeiro considerando que se
trata de suposição.
É no Espiritismo, consoante seu crescimento ocorrido no
Brasil, entretanto, que o vocábulo ganhou definições mais específicas,
estabelecendo-se conceitualmente como a substância base para as manifestações
físicas decorrentes de supostos fenômenos mediúnicos.
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