LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
A VIDA E A MORTE
69. Por que é que uma lesão
do coração mais depressa causa a morte do que as de outros órgãos?
O coração é máquina de vida,
não é, porém, o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. Ele não passa de uma
das peças essenciais.
MÁQUINA
DIVINA
O
coração é uma máquina divina, que corresponde às exigências dos dois planos da
vida. Ele é um músculo cuja sensibilidade ultrapassa todas as deduções da
ciência humana, porque atinge a ciência espiritual. Todos os órgãos são sensíveis
ao carinho. Esse fato foi comprovado por muitas experiências; no entanto, o
coração é muito mais que todos eles, acudindo ao pedido da mente com imediata
presteza, principalmente quando se fala a ele com afeto, porque o amor faz
mudar o seu próprio ritmo.
O
centro de força cardíaco é responsável pela vida desse órgão sublimado, onde o
Espírito repousa parte de suas forças, as quais são transformadas em
sentimentos, que o Cristo tenta educar na Sua profunda sabedoria. A vida é
engenhosa, na engenhosidade do amor de Deus que nos cerca e nós somos eternos
alunos na escola universal do nosso Pai que está nos céus. Certamente que o
coração não é o único órgão vital, pois ele faz parte de um conjunto para que a
vida humana se expresse, servindo ao Espírito para que este cresça diante do
Senhor. No entanto, pode se dizer, em se tratando das coisas materiais, que o
coração é a sede do amor, de sorte a se manifestar para todo o corpo. Todos os
órgãos vivem em harmonia, sustentados por fios invisíveis do amor que parte
desse fulcro de luz.
A
ciência oficial na Terra tem muito a aprender sobre esse assunto, e os
terapeutas do mundo deveriam procurar se instruir na filosofia do amor, como
coadjuvante divino, para a cura de todos os enfermos. Mesmo os animais irracionais,
como tudo o que existe, respondem ao carinho com trocas indescritíveis, no
regime dessa virtude incomparável.
O
coração do feto começa a bater no ritmo do universo, com apenas quase três
semanas de vida, pelo impulso da força vital que acorda o micro-homem para uma
vida na dimensão física. É a luz que se acende nas entranhas da mãe, peio amor
de Deus, usando os recursos do chacra em movimento. Devemos, de vez em quando,
conversar com o nosso coração, da maneira que Jesus ensinou quando instruía
Seus discípulos, para orarem sem parecer escândalo diante dos outros. Ele sente
o que falamos mas, antes, eduquemos a voz e aprendamos a conversar com amor.
Devemos entender que os nossos atos de cada dia são preces ao coração, como a
todos os nossos órgãos, todo o nosso corpo, que nos atendem no momento ou
depois. Jesus foi e é o educador por excelência, de quem herdamos as maiores
lições para que possamos viver em paz com nós mesmos, respeitando aos outros
nossos irmãos em caminho.
A
ciência chegou ao ponto de trocar órgãos. Louvamos com carinho esse esforço dos
homens, todavia, o futuro nos irá ensinar que devemos trocar o modo de vida
anti-natural que o homem civilizado engendrou na ilusão de longevidade. A
sabedoria somente nos traz felicidade quando acompanhada da educação. O corpo
humano é um complexo que só fica bem quando está em harmonia com a criação
universal, e o Evangelho nos ensina a retomar às coisas naturais, distribuindo
para todos nós um conjunto de virtudes, filhas do amor, como caminhos para a felicidade
e para a saúde do corpo e da alma.
Ninguém
foi feito para viver doente; nada foi feito para viver desajustado; tudo está
pronto para que aprendamos; a nossa felicidade agora depende de nós, porque
Deus e Cristo já fizeram a maior parte em nosso favor. A escola e o Mestre
andam conosco, onde quer que andemos, a luz está acesa desde o princípio,
esperando que abramos os olhos para iluminar a máquina divina que trabalha em
nosso peito, que é o coração.
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