Na Revista Espírita de 1859 o codificador do Espiritismo,
Kardec, cita em seu artigo "Os Agêneres" as técnicas e aspectos
teóricos relativos a esse tema. Ao relatá-los, numa junção de diversos fatos,
dentre eles o pedido ao Espírito de São Luís em esclarecer-lhes diferentes
pontos sobre o assunto respondendo a algumas perguntas, em sessão na Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, foi obtido o seguinte:
R. Seria tomado por uma criança comum. Mas vos direi uma
coisa, é que existe, algumas vezes, na Terra, Espíritos que revestem essa
aparência, e que são tomados por homens.
R. Podem pertencer aos dois; esses são fatos raros. Deles
tendes exemplos na Bíblia.
Têm
eles paixões?
R. Sim, como Espíritos, têm as paixões de Espíritos
segundo a sua inferioridade. Se tomam um corpo aparente, algumas vezes, é para
gozarem as paixões humanas; se são elevados, é para um fim útil.
Se um semelhante ser a nós se apresentasse, haveria um
meio para reconhecê-lo?
R. Não, apenas pela sua desaparição, que se faz de modo
inesperado. É o mesmo fato do transporte de móveis de um térreo ao sótão, fato
que já lestes.
Qual é a finalidade que pode levar certos Espíritos a
tomarem esse estado corporal; é antes para o mal que para o bem?
R. Frequentemente para o mal; os bons Espíritos dispõem
da inspiração; agem sobre a alma e pelo coração. Vós o sabeis, as manifestações
físicas são produzidas por Espíritos inferiores, e estas são desse número.
Entretanto, como já disse, os bons Espíritos também podem tomar essa aparência
corpórea com um fim útil; falei de modo geral.
Nesse estado, podem tomar-se visíveis ou invisíveis à
vontade?
R. Sim, uma vez que poderão desaparecer quando o
quiserem.
R. Seria antes um mal; de resto, não se podem adquirir
muitos conhecimentos com esses seres. Não podemos dizer-vos muito, esses fatos
são excessivamente raros e não têm, jamais, um caráter de permanência. Suas
desaparições corpóreas instantâneas, como as de Bayonne, o são muito menos.
Mais recentemente no Livro "A marca da Besta"
de Robson Pinheiro, há o relato de uma subtração do duplo etérico por forças do
mal no planeta terra, com o objetivo de criar um "irmão gêmeo" com
todas as lembranças e conhecimentos, com um corpo semi-materializado, palpável
e perceptível aos seres humanos vivos, com objetivo de assumir a vida, as funções
e as sensações de um ser humano encarnado. Estas materializações só são
sustentáveis se o corpo humano original for mantido vivo, em condições
vegetativas.
Para os kardecistas, Jesus foi agênere após a sua morte,
bem como o anjo Rafael.
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