LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
INTELIGÊNCIA E INSTINTO
72. Qual a fonte da
inteligência?
Já o dissemos; a
inteligência universal.
a) Poder-se-ia dizer que
cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como
tira e assimila o princípio da vida material?
Isto não passa de simples
comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma faculdade própria de
cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis, há
coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.
A
INTELIGÊNCIA DO HOMEM
Quando
falamos da inteligência do homem, estamos nos referindo, certamente, ao ser
pensante. A nossa inteligência, de certa forma, está ligada à Inteligência
Suprema, na qualidade de sua filha do coração, sem contudo ser uma fração
dessa, mas, criação da grande potência universal. Ainda escapam para nós outros
os processos naturais da formação da mônada espiritual. Os detalhes pertencem à
excogitação do tempo, pelos canais do espaço. A verdade é disseminada para
todos e para cada um, na própria dimensão em que vive. Não há violência para
nenhum reino de vida.
O
Criador dispõe de Sua sabedoria soberana, de forma a nos conduzir para os
nossos irmãos menores, no sentido de que eles possam aprender conosco e, ao
mesmo tempo, nos leva para os instrutores maiores, de modo a aprendermos com
eles. As experiências são cambiáveis por lei de compensação e por lei de amor,
e nessa escola divina nasce a fraternidade entre as criaturas. A fonte da nossa
inteligência é Deus, mas não como sendo uma parte da inteligência divina,
mostrando assim que não há enfraquecimento do Supremo Comando ao nos criar. A
criação é uma ciência, ou, se podemos dizer, uma receita que não foi ensinada
aos co-criadores. A inteligência da alma é mais ou menos livre, na extensão dos
seus inumeráveis caminhos, para usar, dentro do seu âmbito de liberdade, a sua
própria liberdade de pensar e de agir no mecanismo da vida. A nossa mente, de
encarnados e desencarnados, absorve coisas no ambiente em que vive. Ela pode
assimilar, registrando ideias alheias; ela está sujeita ao condicionamento do
que vê e ouve. No entanto, tudo isso tem um limite que as leis de Deus não
esquecem, e agem pelos engenhosos processos da consciência de, com o tempo,
selecionar o que ouve e o que vê: é a presença de Deus em nós, pelos meios que
muitos desconhecem, mas que constitui uma verdade. O futuro irá nos mostrar
coisas incríveis e inimagináveis em relação aos nossos dons.
Sempre
falamos na evolução dos Espíritos; empregamos alhures esse termo; no entanto,
na verdade existe um despertamento de nossas qualidades, por já sermos
perfeitos dentro da perfeição do Absoluto. Estamos acordando e vamos continuar
a acordar gradativamente. Em comparação com os anjos somos mortos, ou, se
quisermos dizer, estamos dormindo.
A
inteligência, onde gera a razão nos proporciona a individualidade. Podemos
pensar e fazer o que nos convém, sendo que a lei nos faz responder pelos nossos
atos. O plantio está na nossa liberdade, porém a colheita é obrigatória, para
nos ensinar a sermos bons semeadores. Não absorves a inteligência, da maneira
que absorves o oxigênio na atmosfera em que vives, e nós, o hálito divino na
condição de desencarnados. Não. Quando surgimos das mãos santificantes de Deus,
trazemos dentro de nós, como herança divina, todas as qualidades da perfeição,
que acordam de passo a passo, que desabrocham de primavera a primavera, sob o
comando do próprio Criador, por intermédio, no nosso caso na Terra, de Jesus
Cristo.
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