Questão 64 - O Livro dos Espíritos

LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL

SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS


64. Vimos que o espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?
É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só princípio.

a) Parece resultar daí que a vitalidade não tem seu princípio num agente primitivo distinto e sim numa propriedade especial da matéria universal, devida a certas modificações?
Isto é consequência do que dissemos.

Comentário do Espírito Miramez 
A TERCEIRA FORÇA
Entre a matéria e o Espírito existe uma terceira força que recebe variados nomes, inclusive este, energia vital. A força vital percorre todo o corpo, afinizando-se com ele em todas as suas nuances e sensibilizando-o, para que o Espírito possa nele morar temporariamente e dominá-lo em todos os seus impulsos. E graças a essa incorporação do Espírito na matéria, onde a maturidade se dá na alma e por força evolutiva da mesma, vão se criando novos corpos, de acordo com as necessidades que o Espírito manifesta, atingindo a sua plenitude. Entretanto, a matéria primitiva continua a ser a mesma em todos os estágios de vida manifestada. As diferenças são processos criados pela natureza, de conformidade com o anseio do ser na sua ascensão para Deus.

A força vital é um agente divino, na divina extensão do universo, filha do fluido cósmico, que nasce nas mudanças de vibrações ideada pelo Grande Soberano; entretanto, é bom que fique bem claro que, por trás de todas as mudanças de comportamento da energia divina operam as mãos dos engenheiros siderais, Espíritos altamente evoluídos, encarregados na co-criação do Senhor de todos os mundos. É de se notar que todos os ensinamentos espiritualistas modernos e antigos, que conhecemos por filosofias e religiões, falam do tríplice aspecto do universo: matéria, energia e Espírito. São valores que se confundem, e um não pode ter vida sem o outro; essa é uma realidade dentro do ninho cósmico. O Espírito, para comunicar ou manifestar-se na matéria, tem seu agente propondo a sensibilidade entre um e outro extremo. Esta é uma lei estabelecida em tudo. Mesmo no mundo haverá de existir os intermediários, para que se processe o equilíbrio e a harmonia.

Basta meditarmos no que tange à vida na Terra, nos seus lances diários, para que possamos nos certificar dessa verdade: a terceira força. A luz do sol não pode vir diretamente à Terra. Ela é polarizada no sentido de seus raios serem mais úteis, como benfeitores que são; desta maneira, é coada por um terceiro corpo em forma de gás, para que a vida se regale e cresça em profusão, em todos os sentidos. Em um lar existem pai, mãe e filhos. Faltando uma destas forças de vida, começa a surgir a desarmonia com mais freqüência. No comércio, sempre existe o intermediário. Este é quem classifica a mercadoria, dentro de tais responsabilidades. Até no amor na Terra, e mesmo nos céus, existe o terceiro agente, que são as leis que garantem essa amizade divina, estabelecendo direitos e deveres para os que se dispuseram a se amar mutuamente.

A vida é uma sublimidade! Quem quiser vivê-la sob todos os aspectos, observe a harmonia do universo; copie sua cadência e procure viver e respeitar todas as suas nuances. Quem fugir das normas da natureza divina criará situações de difícil solução, em todos os seus caminhos. É por isso que O Evangelho Segundo o Espiritismo nos indica que Fora da Caridade não há Salvação. A caridade se realiza quando respeitamos todas as leis criadas por Deus, para garantir e sustentar a sua grandiosa criação. Fugir dela, ou delas, é procurar sofrimentos em toda parte. Somente voltando à casa do Pai, somente nos voltando para as coisas naturais, é que a consciência nos dará trégua, nos deixando em uma tranquilidade imperturbável. A felicidade tem raízes na obediência, que é filha do Amor.


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