LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
A VIDA E A MORTE
68. Qual a causa da morte
dos seres orgânicos?
Esgotamento dos órgãos.
a) Poder-se-ia comparar a
morte à cessação do movimento de uma máquina desorganizada?
Sim; se a máquina está mal
montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.”
A
CAUSA DA MORTE
A
causa da morte de um corpo é o esgotamento orgânico. Quando se processa a
velhice, os órgãos enfraquecem e a vitalidade diminui. No entanto, a morte por
desastre interrompe por vezes o movimento orgânico e a interligação de uns
órgãos com os outros. A força vital desapropria-se da área que comandava e tudo
entra no caos, por faltar harmonia no conjunto. A verdadeira causa da morte é
de difícil comprovação, dado o engenhoso esquema espiritual, traçado à luz do
carma de cada Espírito, bem como, e certamente, do seu livre arbítrio. O poder
da vontade soma como bênção de Deus e pode modificar o cronograma, assim como
os homens podem e mudam de vez em quando as suas próprias leis.
A
morte de cada corpo humano não é um determinismo. A vida pode se estender o
quanto for necessário, desde que os agentes da espiritualidade maior achem
conveniente tal decisão. Assim, as provas, infortúnios e sofrimentos tanto
podem aumentar como diminuir. O mundo espiritual, que comanda a existência dos
homens na Terra, escolhe o melhor para cada um. Surgem questionamentos quanto
ao fato de um homem de bem morrer jovem, sendo que o inconveniente à sociedade
permanece até a velhice. Isto porque os Espíritos que dirigem a humanidade têm
olhos para ver as necessidades mais profundas de cada um. Não há injustiça em
campo algum de vida, cada qual recebe somente o que merece nas linhas que
percorre. Devemos procurar estudar mais as leis de Deus, que encontraremos a
Verdade, como se respira o ar e se sentem os raios do sol.
A
morte é sinônimo de desagregação da forMa física, sem que desapareça a vida do corpo,
e muito menos a do Espírito. Tudo criado por Deus tem vida imortal. O que
ocorre são infinitas transformações, que se processam no seio daquilo que
existe. E quando nos é facultada a oportunidade de falar sobre o Espírito,
geralmente usamos termos conhecidos pela humanidade, porém, todos eles são
pobres para explicar o valor da alma. Alhures dizemos que o Espírito é vida ,
no entanto, a vida é atributo do Espírito, como o amor, a caridade etc... Todos
os valores que conhecemos são atributos dessa chama divina, que acordam em si e
com a sua presença. Qual a definição que poderemos dar para Espírito? Onde
encontraremos termos adequados? A pobreza da linguagem nos enfraquece a razão;
sentimos o que é o Espírito sem ter condições de descrever o que realmente ele
é. Por aí, pode-se deduzir o que Deus representa para nós, e as dificuldades
que temos para falar sobre o Soberano Senhor. Pouco passamos do entendimento do
índio e, se quisermos avançar, d iremos, repetindo João Evangelista: Deus é
amor. E com mais propriedade repetiremos Jesus, quando nos ensina: Pai nosso
que estás nos Céus...
A
morte que muitos temem na Terra é uma renovação, é uma mudança de dimensão da
alma, para que esta compreenda melhor as leis da vida. Muitos perguntam se a
inteligência é o Espírito, e nós repetiremos que ela é um atributo, um dom que
acordou, como muitos outros, na forja divina da consciência. E é nessa linha de
entendimento que notamos que nada morre; tudo vive na vida de Deus. E quando
começamos a despertar para Cristo, os caminhos que se abrem são infinitos, rumo
à felicidade imortal, nos ensejando alegria duradoura e a paz imperturbável do
coração. É, pois, o conhecimento da verdade que nos liberta das trevas para a
luz, de sorte a somente conhecermos a vida e tirarmos da mente a preocupação
com a morte.
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