Questão 74 - O Livro dos Espíritos


LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL

INTELIGÊNCIA E INSTINTO

74. Pode estabelecer-se uma linha de separação entre instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.

Comentário do Espírito Miramez 
INTELIGÊNCIA E INSTINTO
Não se pode determinar onde termina o instinto e começa a inteligência, contudo, um e outra têm funções diferentes, no âmbito da vida, e dá para perceber no homem evoluído, a imposição de um e a ascendência da outra. O instinto é a mesma inteligência em estado primitivo e a inteligência é o instinto aprimorado, porém, a divisão de um para com o outro é bastante sutil para que se possa constatar com os nossos sentidos.

O instinto é uma espécie de condicionamento divino, na divina estrutura do Espírito; é pois, uma espécie de programação da Divindade, na formação da alma. Podemos analisar os animais: a cada espécie é determinado desenvolver um tipo de vida, e todas as gerações fazem o mesmo, por lhes faltar a razão, sendo ela o fator Primordial no aprimoramento de métodos de todas as criaturas humanas, é bom se notar que o homem de ontem não teria as mesmas condições de vida dos homens de hoje. Tudo melhorou, de modo que o bem-estar cresceu, por ser fruto da inteligência. E, como já dissemos, também a inteligência irá ceder lugar à intuição, que tem aparências de instinto, mas vibra em faixa muito diferente: o primeiro é terreno e a segunda é divina. Em tudo no mundo há ordem para crescer e iluminar.

O instinto, no Espírito encarnado, não atrofia da maneira que muitos pensam, para que a inteligência o domine com toda a exuberância. Ele não desaparece. Notamos sua ação orientadora no mundo inteiro, como sendo uma mente instintiva, a orientar todos os órgãos, senão todo o mundo celular e, como inteligência, notamos sua ação benfeitora no campo externo, desenvolvendo as condições exteriores para a sua própria felicidade. Quando os sentimentos se iluminam, ajudam o raciocínio a beneficiar a coletividade, pela força do amor. A inteligência é prova evidente da maturidade da alma, e é neste momento que Deus acha conveniente que o Espírito fique mais livre e caminhe com os próprios pés, que entre na fase de conquistar a sua paz e, notadamente, responder pelo que faz com as suas faculdades. O instinto é cego no tocante a escolhas por si mesmo; é uma programação, se assim podemos dizer. Já a inteligência tem a capacidade de selecionar e saber o melhor. Ela faz parte mais diretamente da consciência e tira dela informações sobre as leis naturais da vida e das vidas sucessivas.

Tudo isso é motivo de muitas pesquisas ainda, para que a luz se faça. Não podemos deixar de escutar assuntos como esses, tão fascinantes, nos levando a crer que grande parte da nossa felicidade se encontra ao nosso alcance, depois, da dependência de Deus. A Doutrina dos Espíritos veio abrir um campo grandioso de estudos sobre a vida espiritual, e a mediunidade em todas as dimensões de vida nos pode fornecer muitas informações valiosas acerca da vida, da alma e de todos os seus sensíveis corpos, para que possamos nos expressar e avançar para o Senhor.

O instinto impõe o caminho que a alma deve percorrer, a inteligência analisa, observa, e convida o Espírito para experimentar com parcimônia, e a intuição tem plena consciência dos caminhos a percorrer.
Que Deus nos abençoe, para que possamos entender melhor a vida que vivemos.


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