LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
INTELIGÊNCIA E INSTINTO
73. O instinto independe da
inteligência?
Precisamente, não, por isso
que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio.
Por ele é que todos os seres proveem às suas necessidades.
O
INSTINTO EM MARCHA
Já
falamos algumas vezes que o instinto é uma inteligência rudimentar sem a
conquista do raciocínio, é um atributo do Espírito em marcha para a perfeição.
No animal ele é, pois, o primeiro clarão da alma, esforçando-se para chegar às
condições do humano. A mão divina atende a toda a criação, de acordo com a sua
elevação espiritual. O animal, na sua condição instintiva, nos mostra com
clareza, o quanto já viajou, desde os primeiros movimentos da mônada,
procurando se expressar em um corpo. Como é infinita a ascensão, ele não pára
de buscar e nesta busca encontra as inúmeras possibilidades do despertamento
das suas qualidades, onde Deus deu o toque de vida.
Dificilmente
poderemos constatar onde termina o instinto e começa a razão. Esses dois
valores se confundem e se aprimoram no decorrer da vida, em busca de Deus. A
transmutação é vagarosa, entretanto, nunca se estaciona. Ela avança em todas as
direções, procurando sempre o melhor, por ser o seu objetivo a perfeição. O
animal, além de encontrar programado nos rudimentos da sua consciência o que
deve fazer, recebe, paralelamente, essa bênção, coadjuvante para as suas
necessidades, que é o instinto, dando ordens e formando atitudes, sem que
entrem nesse movimento os pensamentos, por não haver capacidade de formação das
ideias. Se o animal não pensa, escapam das cogitações todas as probabilidades
de raciocinar.
A
razão se desperta no homem, numa gradação quase imperceptível. O homem
primitivo é quase igual ao animal, mas, com possibilidades de, a qualquer
momento, começar a surgir em si ideias, de maneira a melhorar as suas próprias
condições de vida. Partiu desse primeiro passo o que aconteceu à humanidade:
chegar ao ponto a que chegou, da razão altamente desenvolvida, de maneira que
em muitos já começam a surgir os rudimentos da intuição, resultado do
raciocínio aperfeiçoado. Daí, partem outras qualidades que até então fazem
parte do desconhecido. Aquele a quem se chama de santo, gênio ou místico já se
entrega à intuição divina, e é por isso que ele acerta mais que o homem comum.
A razão é limitada para determinadas coisas.. Ele não alcança o que podem
alcançar os valores do Espírito, na elevação que liberta de todos os interesses
materiais, vivendo em completo equilíbrio entre as leis que governam matéria e
Espírito. É de se notar que Deus está presente em toda a parte. Ele criou leis,
de maneira que elas possam vigiar onde vibram, em um esquema computável sem
cito, na mais perfeita harmonia de vida.
Todos
os reinos demonstram harmonia nas ações que correspondem às suas necessidades e
às qualidades do Espírito, que são inúmeras; despertadas, são as mesmas que
existem nos outros reinos, só que estão em forma de rudimentos, esperando o
tempo e a vontade do Criador para crescer e prosperar.
O
modo que podemos entender até agora é este: todos somos filhos de Deus com as
mesmas possibilidades e os mesmos preitos, por herança divina, porém, para os
homens, se movendo em plena razão, a vida mostra que devem se esforçar para
conquistar, por serem filhos adultos que já sabem o que fazer. Não nos
esqueçamos de Jesus porque, para nós, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Passando por Ele, encontraremos com mais segurança, Deus. E com Jesus, o
instinto se transforma com mais fulgor, em dons mais aprimorados.
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