Filho de Sarah Behm Swedberg e Jesper Swedberg, um pastor Luterano e capelão real que foi, em 1703, Bispo de Skara. Formou-se em Engenharia de Minas e serviu ao seu país durante muitos anos como Assessor Real para assuntos de mineração. Após a morte do pai, sua família foi elevada à nobreza pela Rainha Ulrica, pelos méritos do Bispo Swedberg. O sobrenome familiar foi então mudado para Swedenborg e, assim, Emanuel, como filho mais velho, passou a ter lugar no Parlamento sueco, onde teve destacado papel durante muitos anos.
Foi catedrático de Matemática na Universidade de Uppsala,
ao mesmo tempo em que pesquisava a fundo áreas tão distintas quanto anatomia e
geologia, astronomia e hidráulica. Quando dominava o assunto, publicava obras
sobre suas conclusões, obtendo o respeito de outros especialistas e autores das
diversas áreas. Vários conceitos emitidos por Swedenborg, nesses estudos, são
considerados como pioneiros. Em razão dessas realizações, Swedenborg passou a
ser considerado um dos heróis nacionais na Suécia, razão por que seu retrato se
encontra no hall da Academia de Ciências daquele país [carece de fontes] e seu
corpo foi transladado para a Catedral de Uppsala, onde estão enterrados vários
reis suecos.
Famoso pelas suas obras e rico por herança materna, esse homem dominou praticamente todas as ciências de seu tempo, até que, aos 56 anos, relata que um fato espantoso mudou sua vida. Afirma que foi designado pelo Senhor, que a ele apareceu em 1744, para a missão de ser o porta-voz da revelação do sentido interno ou espiritual da Bíblia, até então oculto. Ao ser revelado esse sentido, também foram abertos os segredos do "o Céu, e as suas maravilhas, e o Inferno", como descreveu, e tornou-se, também, testemunha ocular dos eventos que constituíram o Juízo Final. Mais tarde, Swedenborg reconheceu que foi, aliás, por causa dessa missão espiritual que ele fora preparado pelo Senhor desde a infância, e progrediu nos conhecimentos naturais sem nunca olvidar a fé no Criador.
Os Escritos admiráveis que foram publicados a partir
desse período têm influenciado mentes de homens, mulheres e crianças, tanto
pessoas humildes quanto da realeza, anônimos ou lustres famosos, como Carlyle,
Ralph Waldo Emerson, Baudelaire, Balzac, William Blake, Helen Keller e Jorge
Luís Borges. No entanto, esses mesmos escritos teológicos e espirituais são motivo
para que se façam julgamentos parciais e de interesses, lançando dúvida sobre a
sanidade mental do autor e sua reputação científica anterior. Por causa de sua
teologia, Swedenborg sofreu censura e forte perseguição por parte de religiosos
cristãos em seu país, onde seus livros foram proibidos. De fato, a doutrina por
ele exposta abala as bases da crença tradicional do cristianismo, a saber, em
um Deus dividido em três pessoas, num sacrifício sanguinário de uma pessoa (o
Filho), para salvar toda a humanidade.
Por confrontarem à teologia cristã atual, suas obras
foram tidas como heréticas, embora ele tenha sempre se declarado um servo do
"Senhor Jesus Cristo". A teologia exposta por Swedenborg juntamente
com o relato das experiências tão vivas no plano espiritual desconcertam muitos
religiosos, os que, teoricamente, mais deviam saber sobre o espírito e a vida
após a morte. Muitos desses indivíduos, sentindo-se ameaçados, reagiram contra
essa nova abertura da revelação e, especialmente, contra o autor, fazendo
circular boatos difamadores a respeito de sua sanidade. Em virtude disso,
também a sua reputação anterior de grande cientista e filósofo ficou
comprometida.
Mas Swedenborg continuou a escrever e a trabalhar como
antes, sem se importar com as críticas, convicto de que sua obra seria para um
futuro distante, com a serenidade dos que sabem o que estão fazendo, serenidade
que o acompanhou até a sua morte física, em 29 de março de 1772, a qual ele
também tinha previsto com semanas de antecedência. Ele foi enterrado na
catedral luterana de Londres que havia sido criada em 1710, por seu pai, mas,
em 1908, seu corpo foi transportado para ser enterrado na Catedral de Uppsala.
A partir de seus escritos teológicos, fundou-se a Nova
Igreja, de cariz swedenborgianista.
Ele também foi vegetariano.
Atuação
Cientista
Estudou e publicou várias obras que abrangiam áreas tão
diversas como: química, óptica, matemática, magnetismo, hidráulica, acústica,
metalurgia, anatomia, hidrostática, fisiologia, pneumática, geologia, mineração,
cristalografia, cosmologia, cosmogonia, dinâmica, astronomia, álgebra, mecânica
geral e outras.
Por exemplo, de 1716 a 1718, publicou um periódico
científico intitulado Daedalus Hyperboreus, em que foram registradas invenções
mecânicas e descobertas matemáticas.
Filósofo
Além de publicar diversos tratados de filosofia, formulou
e desenvolveu as doutrinas filosóficas sobre o influxo, os graus, as formas, as
séries e a ordem.
Na área da psicologia, publicou, entre outros, os
tratados: Psicologia Empírica (1733), um estudo sobre a obra de Christian
Wolff, e Psicologia Racional (1742), contendo muitos princípios filosóficos e
observações inéditas baseados nas suas observações sobre anatomia.
Teólogo
Nos últimos 27 anos de sua vida, escreveu mais de 40 títulos
de exegese bíblica, Cristologia, escatologia e doutrina geral, expondo, por
meio da Ciência das Correspondências, o sentido interno ou espiritual que jazia
oculto na Palavra. Assim, restaurou os fundamentos primitivos do cristianismo,
a saber, a fé em Jesus Cristo como Deus que Se fez carne, bem como outras
doutrinas básicas, sobre a fé, a caridade, a vida, a Escritura Santa, o
casamento etc.
Inventor
Fez esboços, em 1714, de uma "máquina de voar",
que foi considerada pela Academia Real Britânica de Aeronáutica como o primeiro
projeto racional de um avião. Inventou vários outros artefatos e instrumentos
mecânicos; alguns construiu, outros deixou apenas em esquemas, como uma bomba
hidráulica; um dique para construção naval; um guindaste; um compressor a mercúrio;
uma carreta mecânica com guindaste; um máquina de parafusar; um instrumento de
sopro; uma metralhadora; uma máquina elevadora para extração de minério; um
"navio capaz de submergir com a sua tripulação e assim escapar da esquadra
inimiga" (o submarino!) além de outros.
Descobridor pioneiro, foi o primeiro a propor a hipótese
nebular da criação do universo, meio século antes de Kant e Laplace; fez
descobertas que deram origem à ciência da cristalografia; desenvolveu teorias
sobre a natureza da energia; descobriu que o cérebro funciona em sincronia com
os pulmões; deduziu o uso do fluido cérebro-espinhal; foi pioneiro no estudo do
magnetismo; apresentou a teoria de galáxias serem constituídas por estrelas com
sistemas planetários.
Político
Foi membro atuante do Parlamento por vários anos, tendo
apresentado muitas propostas para o desenvolvimento industrial, financeiro e
social da Suécia.
Artífice
Praticou as artes da música (como organista), criou
instrumentos musicais, aprendeu a fazer encadernação de livros, técnicas de
relojoaria, gravação de metal, marmoraria, polimento de lentes, jardinagem,
etc..
Literato
Além das obras científicas e teológicas relacionadas
nesta página, Swedenborg publicou a primeira álgebra na língua sueca, escreveu
poemas e fábulas, editou um jornal científico intitulado Daedalus Hyperboreus,
escreveu biografias e histórias.
Poliglota
Falava sueco, holandês, inglês, francês, alemão,
hebraico, grego, latim e italiano.
As obras teológicas de Swedenborg têm sido traduzidas, no
todo ou em parte, do original latim para as seguintes línguas: alemão, árabe,
birmanês, chinês, dinamarquês, espanhol, esperanto, filipino, finlandês,
francês, gujarati, hindu, holandês, inglês, islandês, italiano, japonês,
magiar, norueguês, polonês, português, russo, servo-croata, sueco, tâmil,
tcheco, galês e zulu.
Relatos sobrenaturais
Diversas ocorrências marcantes de habilidade considerada
mediúnica foram relatadas sobre Swedenborg. Três delas foram as mais famosas,
tendo sido analisadas por Immanuel Kant, concluindo duas delas tratarem-se de
lendas.
A primeira foi quando, durante um jantar em Gotemburgo,
ele, excitadamente, contou aos presentes às seis horas da tarde que estava
havendo um incêndio em Estocolmo (a 405 km de onde estavam) e que ele consumia
a casa de um vizinho seu, estando a ameaçar a sua própria. Duas horas mais
tarde, ele exclamou, com alívio, que o fogo tinha parado a três portas da sua
casa. Dois dias mais tarde, relatórios confirmaram cada declaração que ele
tinha feito a ponto de coincidir com exatidão quanto à hora em que Swedenborg
tinha recebido sua primeira impressão.
A segunda foi quando ele visitou a Rainha Louisa Ulrika
da Suécia, que lhe pediu que contasse a ela algo sobre seu irmão falecido, o
Príncipe Augustus William da Prússia. No dia seguinte, Swedenborg cochichou
algo em seu ouvido, o que fez a Rainha ficar pálida, tendo ela explicado
tratar-se de algo de que somente ela e seu irmão podiam ter conhecimento.
A terceira foi uma mulher que tinha perdido algo
importante e veio a Swedenborg perguntando se uma pessoa morta poderia dizer a
ele onde estava o objeto, o que ele também fez na noite seguinte.
Immanuel Kant, então no início de sua carreira, ficou
impressionado com tais relatos e fez investigações para saber se eram verdadeiros.
A princípio, ele não encontrou falha nos relatos, mas, em 1765, ele concluiu
que dois deles tinham "nenhum outro fundamento que não a lenda
popular" (gemeine Sage). Ver Träume eines Geistersehers, de Kant.
Estes acontecimentos são qualificáveis como sendo o que o
Espiritismo chama de acontecimentos mediúnicos. Outros relatos apontam que
conversava com os espíritos, como mostram dois relatos seus reproduzidos por
Conan Doyle:
Falando da morte de Polhem, disse Swedenborg: Ele morreu
segunda-feira e falou comigo quinta-feira. Eu tinha sido convidado para o
enterro. Ele viu o coche fúnebre e presenciou quando o féretro baixou à
sepultura. Entretanto, conversando comigo perguntou porque o haviam enterrado,
se estava vivo. Quando o sacerdote disse que ele se ergueria no Dia do Juízo,
perguntou porquê isso, se ele agora já estava de pé. Admirou-se de uma tal
coisa, ao considerar que, mesmo agora, estava vivo.
Brahe foi decapitado às 10 horas da manhã e falou comigo
às 10 da noite. Esteve comigo, quase que ininterruptamente durante alguns dias.
(Doyle, pg 41)
Em sua primeira visão, Swedenborg fala de "uma
espécie de vapor que se exalava dos poros do meu corpo. Era um vapor aquoso
muito visível e caía no chão sobre o tapete" (Doyle, pg 37). Tal descrição
corresponde àquilo que os espíritas e outras tradições espiritualistas chamam
de ectoplasma, substância produzida pelos médiuns em todos os fenômenos ditos
de efeitos físicos. Logo, dentre as habilidades mediúnicas de Swedenborg, além
de clarividência (estado sonambúlico), vidência mediúnica (estado de vigília) e
audiência mediúnica, soma-se a de efeitos físicos.
Desde o dia da sua primeira visão até a sua morte, vinte
e sete anos depois, esteve ele em contínuo contato com o outro mundo (Doyle).
Na mesma noite, disse Swedenborg, o mundo dos espíritos, do céu e do inferno,
abriu-se convincentemente para mim, e aí encontrei muitas pessoas de meu
conhecimento e de todas as condições. Desde então diariamente o senhor abria os
olhos do meu espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no
outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e espíritos.
(Doyle, pg. 36).
Principais invenções e descobertas
Cérebro
e pulmões
Swedenborg descobriu que o cérebro tem um movimento
regular igual ao do coração. O fluido espiritual ou espírito animal, tal como
aprendemos, tem sua origem no cérebro e é enviado a todas as partes do corpo
pelos impulsos do cérebro. "O movimento do cérebro é denominado animação;
e a ação do fluido espiritual depende dele (Parte I, nº 279). Toda vez que o
cérebro se anima, seus fluidos são bombeados para as fibras e os nervos; tal
como o coração, a cada sístole e diástole, bombeia o sangue através de seus
vasos (ibid. nº 483). Imaginar a circulação do fluido sem uma força motriz e
uma expansão ou constrição reais como a causa propulsora, seria o mesmo que
conceber a circulação do sangue vermelho através das artérias e veias sem o
coração (Parte II, nº 169). A circulação desse fluido merece ser chamada de
círculo vital (ibid., nº 168)". (Æconomia Regni Animalis, E. Swedenborg).
Máquina
elevadora de minério
Inventada por Swedenborg para uso na indústria de
mineração, a máquina elevadora era movida por uma roda d'água e composta de um
sistema de eixos e mancais, servindo para trazer à superfície pequenas caçambas
de minério. Vários outros equipamentos e sistemas foram projetados e
construídos por Swedenborg para desenvolver a indústria de mineração sueca, e a
mineralogia foi assunto de algumas de suas publicações, inclusive contendo descobertas
para aperfeiçoamento dos processos químicos.
Durante uma guerra, no evento conhecimento como um cerco
de Frederikstad, a esquadra da Suécia ficou sitiada e impossibilitada de
alcançar alto mar. Swedenborg, então, projetou e construiu um sistema de
guindastes e trilhos, pelo qual fez transportar uma esquadra de oito barcos de
guerra, por terra, de Strömstad a Iddefjord, numa distância de 14 milhas
inglesas, através de uma península, pondo a esquadra novamente em condição de
combate.
Alto
forno
Projeto de Swedenborg para um alto-forno para a
siderurgia de minério de ferro.
Teoria
atômica
Dr. Thomas French, da Universidade de Cincinnati, EUA,
afirmou que Swedenborg, em seu livro Principia, publicado em 1734, enunciara os
fundamentos das seguintes teorias da ciência moderna: a teoria atômica; a
origem solar da Terra e dos planetas; a teoria ondulatória da luz; a hipótese
nebular (cuja validade foi enfaticamente atestada pelo Professor Holden,
ex-membro do Observatório Naval dos Estados Unidos da América, em artigo
publicado na revista The North American Review, de outubro de 1880); a
propriedade motora do calor; a relação entre magnetismo e eletricidade; a
eletricidade sob forma de motricidade etérea e as forças moleculares como ação
de um meio etéreo.
Hipótese
nebular
A teoria que Swedenborg publicou em seu Principia, em
1734, "explica a formação do sistema solar por partículas hipotéticas se
projetando do sol em espirais e se juntando para formar os planetas. Esta
teoria é de particular importância na história da ciência, visto que foi
apropriada por um astrônomo inglês, chamado Thomas Wright, de Durham. A obra de
Wright serviu de base para a obra de Immanuel Kant, "A História Geral da
Natureza e a Ciência dos Céus". A obra de Kant foi, por sua vez, incorporada
por Laplace, em 1792, à publicação que hoje é conhecida como "Teoria
nebular de Kant e Laplace". E a obra de Laplace é citada como sendo a
origem da cosmologia moderna". (Robert H. Kirven, Ph.D, na obra A
Continual Vision, Swedenborg Foundation, NY).
Máquinas
de transporte e içamento
Para uso industrial e militar, Swedenborg projetou
máquinas de transporte e içamento pesados.
Estrutura
da mente
Em um manuscrito de 1740, intitulado "Psychologia
Rationalis", Swedenborg descreve a mente (mens) como a parte consciente e
pensante. A mente está em comunicação com o animus, mas é distinta deste, que
envolve as sensações físicas e o controle motor; e a anima, que se refere às
afeições e motivações. Embora não seja precisamente igual ao esquema de Freud
de id, ego e superego, essa estrutura antecipa em quase 150 anos a distinção
freudiana entre o consciente e o subconsciente". (Robert H. Kirven, Ph.D,
na obra A Continual Vision, Swedenborg Foundation, NY).
"Máquina
de voar nos ares"
Em 1714, projetou uma máquina que foi considerada pelo órgão Journal of the Royal Aeronautical Society, da Inglaterra, ser "primeira proposta racional de um aeroplano", porque previa superfície abaulada para sustentação pela diferença de pressão atmosférica, um sistema propulsor e trem de pouso. Este invento foi assunto do livro "Swdenborg´s 1714 Airplane", (Swedenborg Foundation, NY) de Henry Sorderberg, que contou com o apoio do Rei Carlos XVI, da Suécia, e da companhia aérea SAS. Swedenborg nunca construiu um modelo de sua máquina voadora, talvez desestimulado por seu amigo e mestre, Chistopher Polhem. Este argumentou que "voar por meios artificiais seria tão difícil quanto achar o ‘moto perpetuo’ ou produzir ouro artificialmente, embora, à primeira vista, isso possa parecer fácil e viável".
Método
astronômico
Recém-formado em Engenharia, Swedenborg desenvolveu um
método para determinar a longitude da Terra com base na Lua, pelas paralaxes.
Hoje, é tido como a mais significativa de suas primeiras descobertas. Embora
não tenha sido bem acolhido pelos sábios da época, Swedenborg sempre insistia
que seu método era "o único que pode ser enunciado, o mais fácil e, de
fato, o correto". Sua confiança nele era tanta, que o republicou, por
diversas vezes, entre 1718 e 1766, em latim e sueco. Esse tratado recebeu
crítica favorável da Acta Literaria Sueciae, de 1720. O editor afirmava que o
tratado de Swedenborg era superior a todos os que tinham sido formulados até
àquela data. O Acta Eruditorum, de 1722, publicado em Leipzig, também faz muitos
elogios à sua invenção.
Estruturas
cerebrais
"No manuscrito Cérebro, publicado postumamente, ele
localizou o processo do pensamento no córtex do cerebelo e identificou aquilo
que mais tarde se chamou de 'células piramidais' como sendo ligadas umas às
outras e a todas as partes do corpo, para funcionar como receptoras dos
sentidos e diretoras dos movimentos (talvez acabasse de descobrir os
neurônios). Esta descoberta se deu meio século antes de vir a ser do
conhecimento da comunidade médica. Poucos anos mais tarde, nos Arcanos
Celestes, observou, em vários contextos, que os hemisférios direito e esquerdo
do cérebro desempenham funções específicas e distintas, o esquerdo estando
envolvido com os processos racionais e intelectuais, e o direito com as
afeições e intenções". Robert H. Kirven, Ph.D, na obra "A Continual
Vision, Swedenborg Foundation, NY.
Outras
invenções
Entre outras de suas invenções, destacam-se ainda: o
"projeto de um navio que podia mergulhar com sua tripulação ao fundo do
mar e causar grandes danos à armada inimiga"; um sistema de comportas nas
docas para suspender navios cargueiros; um sistema de moinhos impulsionados
pela ação do fogo sobre a água; uma metralhadora pneumática capaz de dar de
sessenta a setenta tiros, sem recarregar.
A Igreja Nova (ou Swedenborgianismo) são várias
denominações cristãs historicamente relacionadas que se desenvolveram como um
novo movimento religioso influenciadas pelos escritos de Swedenborg. Swedenborg
afirmou ter recebido uma nova revelação de Jesus Cristo através de contínuas
visões celestiais que ele experimentou ao longo de um período de pelo menos 25
anos. Em seus escritos, ele previu que Deus iria substituir a Igreja cristã
tradicional, estabelecendo uma "Igreja Nova", que adoram a Deus em
uma pessoa: Jesus Cristo. A doutrina da Igreja Nova é que cada pessoa deve
cooperar ativamente em arrependimento, reforma e regeneração da vida.
Em 7 de maio de 1787, 15 anos após a morte de Swedenborg,
o movimento de Igreja Nova foi fundada em Inglaterra. Surgiram várias
denominações como a Conferência Geral da Igreja Nova (Grã-Bretanha), a
Convenção Geral da Igreja Nova, organizada em 1817 nos EUA, a Igreja Geral da
Nova Jerusalém e a Nova Igreja do Senhor que é a Nova Jerusalém.
“A Nova Jerusalém do Brasil
data de 1898. Foi seu fundador o próprio Sr. [Levindo Castro] de la Fayette, e
isto devido a revelações que recebera em Paris alguns anos antes. É o caso que
o pastor, nesse tempo simples professor de português num instituto parisiense,
foi nomeado chanceler do consulado geral do Brasil na França. Essa função fê-lo
desejoso de conhecer a verdade espiritual, e, para que a verdade brilhasse, de
la Fayette observou logo um rigoroso regime de temperança em todas as coisas
(...) reuniram na rua Minervina cinquenta swedenborgianos, fundando duas
sociedades: a Associação de Propaganda da Nova Jerusalém, pela imprensa,
conferência e leitura das obras do mestre, e uma sociedade de beneficência para
auxiliar os irmãos brasileiros. Um jornal, a Nova Jerusalém, foi logo publicado
e existe há oito anos; o círculo da propaganda aumentou, amigos em viagem
levaram a notícia ao Pará, ao Rio Grande do Sul, à Minas e, afora esses
adeptos, cerca de duzentos swedenborgianos reúnem-se aos domingos (...) - João
do Rio As Religiões no Rio 1904.”
Espiritismo
Swedenborg recomendava cautela com relação às revelações
dos espíritos:
"Quando os espíritos
começam a falar com um homem, ele deve estar disposto a não acreditar em nada
do que eles dizem. Porque quase tudo que eles falam é inventado por eles, e
eles mentem: pois se nós permitíssemos que eles narrassem qualquer coisa, como
o céu é e como as coisas no céu devem ser entendidas, eles contariam tantas
mentiras que o homem ficaria perplexo.".
Segundo a Revista Espírita de novembro de 1859, o espírito
de Swedenborg retornou para uma comunicação com Allan Kardec, quando afirmou
que o espírito que lhe apareceu, autodenominado "Deus" ou
"Senhor", era na verdade um espírito inferior que se fez passar pelo
próprio Mestre, segundo Swedenborg não por maldade, mas por pura ignorância.
Na mesma revista, fala-se que ele escreveu muita coisa
importante, mas também muitos absurdos. Esse espírito, autodenominado
"Senhor" fê-lo escrever aquelas coisas. O problema de Swedenborg é
que ele acreditava em tudo o que os espíritos lhe ditavam, sem passar pelo
crivo da razão e do bom senso.
Fonte
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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