MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Faculdades morais e intelectuais
363. Têm os Espíritos
paixões de que não partilhe a Humanidade?
“Não,
que, de outro modo, vo-las teriam comunicado.”
Paixões diferentes
As paixões que têm os
Espíritos que moram na Terra e que viajam com ela na sua órbita, como sendo o
seu mundo espiritual, não são diferentes das dos homens; elas são as mesmas,
porque eles se sucedem pelos processos das reencarnações. Os Espíritos são os
mesmos homens, e os homens são os mesmos Espíritos, que se entregam às mutações
como força da lei do progresso espiritual.
Convém que todas as criaturas estudem mais as leis de Deus, que passem a conhecer na sua profundidade, os ensinamentos de Jesus Cristo, porque a verdade, no dizer do Mestre, nos coloca em liberdade. Os homens, quando enraizados nas paixões inferiores, levam-nas para além-túmulo e, por vezes, ainda mais fortes, que se encontram em estado de Espírito, sem o entrave do corpo.
O Espírito, quando passa
para a carne pelos processos das vidas sucessivas, igualmente traz as suas
paixões, se as tem, de modo a educá-las ao passar por variados abrolhos dos
caminhos. Não nos percamos nos emaranhados das ilusões. Onde quer que estivermos,
os métodos educativos se encontram a nos espreitar de maneiras diversas, e para
entendermos as lições, a vida nos aplica muitos meios que correspondem às
nossas necessidades.
As paixões da alma devem
desaparecer. Certamente que é difícil essa limpeza, por estarem entranhadas em
muitos corpos que o Espírito usa para a sua jornada na Terra. Contudo, não
devemos esmorecer. Todo aquele que venceu na vida começou algum dia a dar os
primeiros passos no aprendizado, na auto iluminação. Para começar basta buscar
os caminhos de Jesus, como Mestre dos mestres, que não se errará o ideal da
felicidade.
Verifiquemos hoje mesmo
quais as paixões que vibram em nossa alma e não deixemos para amanhã o combate
a elas. Comecemos agora, que o Senhor nunca deixa Seus filhos sozinhos nos
combates internos. A Doutrina dos Espíritos é um manancial de ensinamentos
capazes de nos levar à vitória. As guerras existem por toda a parte, no
entanto, os homens esqueceram que a verdadeira luta proveitosa é a que travamos
no nosso interior, no combate com nossos inimigos do coração, e os piores são o
orgulho e o egoísmo, fonte de onde dimanam todos os outros, contrários ao bem
estar da alma. As paixões inferiores envenenam a atmosfera do planeta, a água
que se bebe e os alimentos. Elas deturpam a natureza no seu laboratório divino,
de modo que seus frutos entram em decadência o organismo humano e mesmo o dos
animais. Para combater as paixões, é necessário ter fé em Deus, e procurar
outra vez o Cristo, sem contar o tempo que se gastará para limpar a veste
espiritual e tranquilizar a consciência. Que se use a oração, mas que não fique
somente nisso: é necessário vigiar todos os segundos da vida e, ainda sim, não
ficar somente nisso; é preciso trabalhar como Jesus nos ensinou a operar.
Paixões e virtudes travaram
lutas no reino do Espírito imortal.
Necessário se faz que
continuem a lutar, porque o mal nunca vence o bem, e é nessa caridade para
conosco, da iluminação interior, que Jesus nos garante a vitória, de modo que a
consciência receba o premio da tranquilidade imperturbável. Que queremos mais?
Isso basta, por ser o céu na profundidade do ser.
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
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