MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Influência do organismo
367. Unindo-se ao corpo, o
Espírito se identifica com a matéria?
“A
matéria é apenas o envoltório do Espírito, como o vestuário o é do corpo.
Unindo-se a este, o Espírito conserva os atributos da natureza espiritual.”
Unindo-se ao corpo
A matéria é apenas um
vestuário da alma, certamente mais requintada que qualquer espécie de roupa
física para o corpo. A matéria em conjunto, formando um corpo, é dotada de
vida, pela força divina que transita na intimidade, como elo em perfeita
sintonia com os variados corpos que o Espírito usa, de acordo com sua evolução
espiritual.
Observando uma fruta, notaremos que os corpos que guardam a sua essência se sucedem, desde a película que envolve a semente, à casca mais grosseira que a protege efetivamente. Assim é o Espírito; ele se reveste de variados corpos para cumprir sua missão no mundo. Mesmo onde trabalhamos, no mundo espiritual, necessitamos de muitos corpos para a estabilidade dos nossos dons espirituais. Um outro exemplo bem simples: a água que corre para as casas, não pode chegar lá para seu consumo, sem os canos que as conduzem, as caixas d’água, as torneiras e os filtros.
Isso tudo é Deus operando em
toda a parte, mas, como um só Espírito, na diversidade de todos os Seus filhos
do coração. O Espírito não herda da matéria; ele se aconchega a ela para
manifestar seus atributos de Espírito. Mesmo que encontre barreiras enormes,
ele consegue mostrar o que é, pelos canais dos seus poderes espirituais.
Convém ao homem estudar a si
mesmo, nunca começar onde terminam as faculdades. Principalmente o espírita,
esse deve conhecer primeiramente sua veste de carne, para que possa com
facilidade adentrar aos outros corpos. É nesse avanço que poderá sentir a verdade
e dizer: estou conhecendo a mim mesmo, estou adentrando na verdade, em busca da
libertação. O Espírito, quando se une ao corpo, por vezes apaga suas aptidões,
em estado de prova, mas elas não morrem; podem atrofiar-se para que, no porvir,
cresçam mais. As provas são para despertar a alma para uma ventura maior.
Mesmo com a Doutrina dos
Espíritos se fazendo presente no mundo, com toda sua riquíssima literatura
mediúnica, ainda existe muito a aprender, porque a revelação tem que ser
gradativa. Isso é lei espiritual. Grandes instrutores do mundo maior estão
filtrando essas revelações, porque a verdade, onde não pode ser dita, pode
causar desarmonia, tanto quanto o amor, onde a compreensão não se encontrar
elevada na pureza dos sentimentos.
O que somos, não podemos
esconder, mesmo revestidos por um corpo de carne. Os talentos espirituais se
afloram, dando a conhecer quem ali se encontra. Certamente que, tendo um corpo
de instrumento, esse, defeituoso, impede a alma de certas atividades, mas, logo
se nota que dentro dele se aloja uma alma, do porte que ela conquistou na
escala da vida. O organismo, em certas circunstâncias, impede o Espírito de se
mostrar, mas esse, com o tempo, vai dominando todos os departamentos
energéticos do próprio corpo, e se mostra na plenitude que conquistou.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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