LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO I - DEUS
PANTEÍSMO
15.
Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos
os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e
constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou, por outra, que se deve
pensar da doutrina panteísta?
Não podendo fazer-se Deus, o
homem quer ao menos ser uma parte de Deus.
VISUALIZAÇÃO DO HOMEM
Certos
homens vivem visualizando o seu próprio destino, colocando a própria imagem nos
caminhos dos deuses, unificando seus desejos para se tomarem um deus. Estes
homens estão certificados dos poderes da Divindade, da sua existência e do seu
comando sobre todas as coisas, mas partem do princípio errôneo de que poderão
algum dia, no tempo que se chama eternidade, ser um Deus, como, e certamente, o
Senhor a quem eles respeitam e obedecem. É tempo que se perde, é cogitação
vestida de sonhos irrealizáveis.
No
quadro em que se encontra a humanidade, diante das suas necessidades mais
prementes, o dever de cada criatura deveria ser o cultivo das virtudes
assinaladas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que, mesmo com a sua
gradação espiritual elevada, gastará séculos incontáveis para harmonizar o
planeta com as leis do amor, virtudes essas que são reflexos dos atributos de
Deus, recolhidas por Jesus pela Sua sapiência, na universalidade iluminada dos
céus, e entregue aos homens pela Sua vivência daquilo que ensinou pela
misericórdia divina, o que não deixa de ser a materialização do amor na Terra.
Apoiamos
e incentivamos a visualização dos poderes espirituais, na escala que iremos
mencionar: a alegria nos nossos caminhos, o perdão junto aos que nos ofendem e
caluniam, o trabalho na altura das nossas forças, a dignidade na altura dos
nossos conhecimentos, a fé que comporta os nossos corações, a caridade bem
situada e o amor bem compreendido. Eis o princípio da escala que deverão
percorrer as nossas visualizações. Mas, nos compararmos com a Divindade é dar
vazão ao orgulho e voar com as falsas asas da vaidade. Mais ainda, estaremos
indo de encontro às próprias leis que nos regulam o porte espiritual. É a mesma
coisa que pretendermos apagar o brilho de uma estrela com os dois dedos que
costumamos segurar um palito de fósforo.
Ganhemos
tempo! Estamos na era da luz; busquemo-la em todas as direções para que aquela
que o Senhor colocou dentro de nós se acenda em todo o seu esplendor, nos
libertando das trevas da ignorância! O pretensioso, quando prepotente, atrofia
suas próprias forças e deixa de alcançar no tempo o que deveria: a liberdade de
compreender a verdade e viver o ambiente de paz da sua consciência. Sejamos
humildes e todos os entendimentos, respeitosos ante as ajudas pá conosco, bons
na frente dos que carecem de carinho e justo; com quem caminha conosco, porque
aquele que aprimora a si mesmo não tem tempo para devaneios e granjeia amigos
pó; onde passa, encontrando amor por onde manifesta seus elevados interesses.
Se
os homens desejarem ser parte de Deus, como nos informa "O Livro dos
Espíritos", na resposta número quinze, não é muito melhor nos sentirmos
sendo os seus filhos? Nunca faltaram, em tempo algum, as respostas às perguntas
que formulamos ao Criador. Elas vêm por muitos meios e cada vez que o tempo
passa, o intercâmbio se aperfeiçoa, nos colocando com mais segurança a saber da
verdade no seu fulgor mais apurado. Quantos livros não existem na Terra,
respondendo perguntas de toda a natureza? Basta procurarmos para encontrarmos.
Quantos homens dotados de certos valores estão capacitados a responder sobre
variados assuntos e coisas do Espírito? Hoje, só não aprende quem não quer.
Começa pensando, prossegue orando e avança para o encontro da verdade que ela
te aparecerá com os braços abertos para te libertar. Visualiza a verdade e o
Mestre, que Ele te instruirá dentro das tuas necessidades de viver melhor, no
ângulo em que podes viver bem.
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