LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO II - ELEMENTOS GERAIS DO
UNIVERSO
PROPRIEDADES DA MATÉRIA
33. A mesma matéria
elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir
todas as propriedades?
Sim e é isso o que se deve
entender, quando dizemos que tudo está em tudo!”
Obs.:
Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que
consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água,
por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as
qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento
primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse
elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo
princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de
oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção
do oxigênio.
Transformação
análoga se pode produzir por meio da ação magnética dirigida pela vontade.
Comentário de Allan Kardec
O
oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos
simples são meras modificações de uma substância primitiva. Na impossibilidade
em que ainda nos achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria
primária, esses corpos são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem
maiores consequências, tê-los como tais, até nova ordem.
a) Não parece que esta
teoria dá razão aos que não admitem na matéria senão duas propriedades
essenciais: a força e o movimento, entendendo que todas as demais propriedades não
passam de efeitos secundários, que variam conforme à intensidade da força e à
direção do movimento?
É acertada essa opinião.
Falta somente acrescentar: e conforme à disposição das moléculas, como o
mostra, por exemplo, um corpo opaco, que pode tornar-se transparente e
vice-versa.
Comentário do Espírito Miramez
A
FORÇA DE DEUS
Novamente
surge o mundo molecular, para fazerem-se entender as questões da forma física e
a sua expressão característica. Quando falamos da molécula primitiva, como
narra "O Livro dos Espíritos", é para se entender a matéria primitiva
indivisível, e não a molécula divisível conhecida pelos homens. E necessário
que nos reportemos à linguagem antiga, para melhor entendimento dos assuntos
ventilados.
É
de bom alvitre que percebamos a força de Deus em tudo o que existe e vive. A
energia primitiva que circula em todo o universo toma formas variadas, de
acordo com a vontade divina. Já começa a modificar-se ao desprender da forma
geradora, e os Espíritos do Senhor, conhecedores da ciência eterna, trabalham
em todas as operações de alta e baixa vibração da molécula primitiva, para que
esta obedeça a todas as mutações que correspondem à vontade dominante, no
grande laboratório da natureza.
Essa
energia que recebe vários nomes ao aparecer nas telas dos conhecimentos humanos
e espirituais, não muda nada por isso, é a mesma essência, sustentáculo da
própria vida. No Oriente, os chineses a chamam de força Ki e os indianos de
Prana, no Ocidente é conhecida por éter cósmico e pelos espiritualistas, como hálito
divino, e assim sucessivamente, mas ela continua sendo o mesmo elemento
primitivo, dirigido por Deus em toda a Sua casa maior. Esse elemento, ao ser
atraído pelo Espírito superior, mesmo encarnado, toma a forma e o caráter que
os seus sentimentos lhe emprestam para determinada função, marcada pela sua
compreensão.
Buscar
mentalmente essa energia requer sabedoria. Familiarizar-se com essa energia
divina é uma grande responsabilidade, porque ela pode nos servir para a tranquilidade
da consciência, bem como marcar em nossos caminhos duras provas, eis porque
devemos usá-la na mais completa harmonia com Jesus Cristo.
O
Espírito superior responde a Allan Kardec, "que tudo está em tudo".
Ele sintetizou a mais profunda sabedoria nesta curta frase. As diferenças estão
nas mutações operadas pela vontade, ambiente e vibrações, sendo o mesmo alicerce
primitivo, que denominamos força de Deus.
Não
existe erro na esquematização do Senhor. A harmonia é a tônica da vida. Quando
descobrimos os caminhos dessa serenidade, respeitando todas as leis de Deus,
desaparecem dos nossos roteiros os problemas, os infortúnios e as dores, e
começamos a andar com pés firmes dentro do paraíso, onde a paz e a felicidade
formam o clima comum de todos os seus habitantes.
Recebemos
sempre o que merecemos. Quem reconhece a bondade de Deus não desconhece esta
máxima.E bom e racional que devamos fazer por merecer as bênçãos do Senhor, ou
então, que assimilemos essas bênçãos que caem sobre os homens como os raios do
sol, dependendo de cada criatura aproveitá-las, na qualidade de estudante da
verdade.
Se
queremos entender a força de Deus e o movimento dela oriundo, que dá todas as
características às moléculas primitivas ao se comporem e desfazerem em formas
infinitas na grande sequencia eterna, que desperta a luz em tudo que existe e
se move dentro da Criação, voltemos os olhos e o coração à escola do Cristo.
Sem ela, dificilmente entenderemos os nossos deveres para que possamos
cooperar, mesmo dentro dos nossos limitados recursos.
Se
ainda sentimos dificuldade em perdoar o nosso irmão, que porventura nos ofende,
se ainda alimentamos o orgulho e o egoísmo há milênios, em nossos corações, se
ainda desconhecemos os valores da caridade e do amor a Deus e ao próximo, como
conhecer os segredos profundos da natureza e de Deus?
Beijemos
a Terra com gratidão e humildade, pelo que ela tem feito por nós, para depois
elevarmos os olhos aos céus, cantando louvores na orquestração vivencial e
neste ambiente de luz, a consciência nos facilitará meios de dialogar com a
Inteligência superior.
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