LIVRO
PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO
III - CRIAÇÃO
FORMAÇÃO
DOS SERES VIVOS
Comentário do Espírito Miramez
48. Poderemos conhecer a
época do aparecimento do homem e dos
outros seres vivos na Terra?
Não; todos os vossos cálculos
são quiméricos.
APARECIMENTO
DO HOMEM
Até
então não podemos determinar a época em que surgiu o homem na Terra, bem como
os seres vivos em geral. Essa data se perde nos arquivos da natureza. Somente é
dado revelar aos homens aquilo que se lhes pode falar. A evolução é um livro
que vai se abrindo aos poucos, para aqueles que crescem pela força do
progresso. O que se pode fazer é uma estimativa, como sempre. A idade é como se
fosse um registro humano, as barreiras se interpõem à vontade e nos perdemos
nas nossas deduções.
Somente
sabemos que o homem é o ser mais novo na casa terrestre. Ele é, pois, a herança
de gigantescos esforços da natureza, que vem subindo de degrau a degrau,
assinalando a sua posição como tipo aprimorado no laboratório da vida. Nós
estamos em época de ganhar tempo e fazer crescer a fraternidade na Terra. Se
nos empenharmos somente em conhecer os primórdios dos nossos ancestrais, se
somente nos preocuparmos com as ciências que nos levam a conhecer o corpo
somático, diminuiremos os nossos conhecimentos sobre a alma, dos quais tanto
carecemos. Procuremos estudar o Espírito e, por vezes, seus corpos que lhes
servem de instrumentos na grande jornada evolutiva. Que as outras ciências
fiquem para depois, depois que aprendermos a amar e a reconhecer a necessidade
de servir.
Quanto
mais se descobrem remédios no mundo físico, mais surgem doenças e
desequilíbrios. Remédios podem servir para remediar as situações, enquanto não
se conhece a verdadeira fonte dos infortúnios. A medicina oficial se esqueceu e
ainda não tem condições para diagnosticar as causas verdadeiras de todas as
doenças, para então encontrar o remédio eficaz, de todas as
enfermidades. Será que não é melhor procurar saber quando é que apareceu o ódio
na Terra? Iremos assombrar-nos com a sua idade e esse medo nos levará a
combatê-lo pela raiz. Assim seria com o ciúme, a inveja, a maledicência, etc.
Todos
sonhamos com um paraíso terrestre e espiritual, para nós e toda a humanidade,
mas esquecemos que esse paraíso haverá de ser conquistado, formado dentro de
nós, para que ele se enraíze por fora. Não podemos ser felizes com a
infelicidade alheia. Qualquer coisa que estivermos desperdiçando, provocará
falta em algum lugar. O homem espiritualizado tem o dever de orar, pedindo na
súplica a ajuda de Deus, para que ele possa fazer o que deve ser feito.
Esse
desequilíbrio que notamos na economia de uma nação, e certamente na Terra, é
prova evidente dos desequilíbrios das criaturas. É o c arma pesado, individual
e coletivo, da humanidade. A solução é a mudança de costumes dos homens, é a
transformação dos conceitos da vida, é começar na grande escola que existe e
que se chama lar. Ele é, pois a célula que pode garantir a harmonia de todos os
povos, se o Evangelho for vivido dentro dele. O culto do Evangelho no lar é o
primeiro passo para o despertamento espiritual. Ao nascer, a criança recebe as
primeiras sugestões do Amor através dos ensinamentos do Cristo, e essa criança
vai crescendo envolvida na dignidade e no dever, no amor de uns para com os
outros, dedicando-se à caridade por onde passar. Encontraremos, então, uma
juventude esclarecida, com uma visão maior do futuro. E neste regime poderá
aparecer o novo homem na Terra, o homem de luz, que desconhece as trevas. As
escolas que o orientam são escolas de paz.
Depois
que a Terra for transformada na esperada terra da promissão, não
haverá mais guerras, nem fome, peste ou contradições entre os homens. Tudo será
harmonia. A humanidade, desfrutando a felicidade, perderá essa ansiedade de
querer saber o impossível. Somente desejará o que a própria evolução comportar.
E o homem verdadeiro começará a surgir, desde essa época, na Terra.
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