LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO III - CRIAÇÃO
DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS
Comentário do Espírito Miramez
54. Pelo fato de não
proceder de um só indivíduo a espécie humana, devem os homens deixar de
considerar-se irmãos?
Todos os homens são irmãos
em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo fim. Estais sempre
inclinados a tomar as palavras na sua significação literal.
FONTE
UNIVERSAL
Somos
todos filhos do mesmo Pai, Deus, única força reconhecidamente livre e poderosa,
que criou e assiste todas as coisas geradas no Seu seio. Ninguém vive à parte
do Criador.
Se,
porventura, alguma alma fosse desligada da fonte universal, ela pereceria,
porque vivemos e nos alimentamos nela. As variações de raças que existem não
impedem a nossa irmandade e nos favorecem numa tônica altamente grandiosa, por
constatarmos a grande inteligência d'Aquele que nos fez.
Todos
os homens são irmãos em Deus, certamente que o somos, e são esses laços de
originalidade que nos levam a amar aos nossos semelhantes, depois que o nosso
amor já provou a gratidão ao nosso Pai que está nos céus. Além da afinidade
profunda com os nossos semelhantes, a palavra irmão não se aplica somente no
reino dos homens; ela avança e domina todos os reinos da natureza, naquele
aconchego eterno, porque entre os homens e eles se processa uma troca
interminável de valores, que amplia cada vez mais as forças que nos sustentam a
todos. E saindo da faixa em que vivem, os homens podem regalar-se, por serem,
igualmente irmãos dos anjos, agentes divinos do Senhor, que trabalham e
alimentam a vida em todas as direções do infinito.
A
humanidade atual está ansiosa para conhecer o desconhecido. Na verdade, terá
sempre o desconhecido pela frente, porém, devemos trabalhar para desvendar os
segredos da Divindade, sem deixar a porta de entrada mais próxima e verdadeira,
para buscar entradas distantes e ilusórias. A ciência exterior é de grande
valor e deve ser pesquisada, mas, a porta de ouro por onde deves entrar, na
senda da busca, não está fora, mas dentro de cada criatura; não está longe, mas
ao toque das mãos. Deus colocou a g ema da vida vibrando em cada criatura, com
a perfeição das Suas próprias mãos; nunca fez algo imperfeito, por ser Deus.
Todas
as divisões que existem na casa maior partem da mesma fonte, nasceram de um só
elemento primitivo, que o cinetismo cósmico faz transformar em espécies
diferentes, para que o belo se expresse com todo vigor, em nuances
indescritíveis, na lavoura do Senhor. Eis aí a igualdade de tudo que vive e se
manifesta no universo. No esquema divino ninguém está perto ou longe; todos
estamos na eternidade juntos, vivendo e desfrutando da vida do grande Foco
Universal, como filhos da Luz.
A
lei de amor nos prova o quanto temos em comum com os nossos semelhantes, como
as necessidades que temos das vidas dos outros, na Terra e nos Céus. Onde se
vive melhor é onde existem mais Espíritos reunidos e despertos para o bem da
coletividade. A separação nos traz a carência de muitos valores e o egoísmo nos
atrofia, o orgulho nos cega, e o ódio nos faz esquecer a esperança no futuro.
Precisamos e temos necessidade de viver juntos, e desse encontro com os nossos
semelhantes, se processa uma troca de experiência, que abre nossos caminhos ao
alcance da paz. Somente a ignorância induz a criatura à separação.
A
vida exterior é de grande importância para todos nós, onde quer que estejamos
na escala de ascensão, todavia, se não passarmos pelos caminhos interiores,
cheios de obstáculos e carregados de espinhos, não vamos ter olhos para ver o
belo na feição do todo. Devemos repetir, quantas vezes nos convier, que todos
somos irmãos em Cristo, filhos de Deus.
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