Questão 38 - O Livro dos Espíritos


LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO III - CRIAÇÃO

FORMAÇÃO DO MUNDO

38. Como criou Deus o Universo?
Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese: “Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita”.

Comentário do Espírito Miramez 
CRIAÇÃO DO UNIVERSO
O princípio da criação perde-se na noite da eternidade. Os sentidos humanos, senão os espirituais, não alcançam as respostas que as coisas podem dar, pelo estado de desintegração, por lhes faltarem as qualidades no registro mais profundo, da essência mais sutil que tudo gravou desde o amanhecer da vida.

As coisas, desde os átomos até os acúmulos de galáxias, fazem-se e desfazem-se pela vontade divina, em uma ação contínua, sem que haja princípio nem fim nas deliberações humanas. Os números dominados pela inteligência humana são fracos para essa contagem de ordem transcendental, que somente opera nas linhas dos segredos de Deus. Se queres saber como Deus criou o Universo, terás de estudar a existência da própria criação e, enquanto isso não ocorre, deves contentar-te com a inspiração de Moisés, na Gênese, que ainda vigora até o presente momento: “Faça-se a luz! E a luz foi feita”. Gênese 1:13. É muita pretensão dos homens, mesmo dos que transitam na ciência, quererem compreender os detalhes do modo que usou a Divindade, para que tudo surgisse na extensão infinita da vida.


Ainda estamos, homens e Espíritos que viajamos com a Terra em tomo do Sol, nos primeiros degraus do entendimento espiritual, em relação a tamanha profundidade de conhecer determinados arcanos da Luz. Para compararmos com o entendimento humano e sermos compreendidos com maior facilidade, diremos que Deus criou tudo o que se pode ver e o invisível, pela sua magnânima vontade e poderosa mente, capaz de tudo fazer pelo seu querer. No entanto, essa maneira de expressar diminui o Criador, nivelando-o com os homens.
Dentro dos homens escondem-se poderes sobremodo grandiosos, dependendo de determinado desenvolvimento, que se processa pelas mãos do tempo e do esforço próprio, para aquisição do amor. Onde falta o amor, estende-se a agenesia, desencadeando a morte, sem a esperança que de novo surja a vida, a não ser quando volta o cultivo da benevolência nos rastros da caridade. Para que entendamos melhor, observemos: se Deus é amor, nada poderá surgir sem ele, porque não pode haver criação sem amor; portanto, somos filhos do amor em todos os rumos da vida, dentro da eternidade.

Só podemos dizer que o físico é a condensação da anti-matéria, espalhada em estados diferentes pela vastidão infinita da criação. São fluidos, no linguajar espiritualista, que obedecem ao comando divino, para a divina formação das diversas moradas da casa do Pai. Esses fluidos já são composições de outros mais sutis, que podem se perder nas nossas fracas deduções, e precisar as datas das coisas criadas ainda não temos condições, por nos faltarem meios que nos possam dar, pelo menos, certas diretrizes.

A Terra em que moras, onde pisas com firmeza e onde os próprios aparelhos estão assentados, podes estudá-la examinando-a a olho nu, e até usando sistemas sofisticados que a ciência pode produzir e, ainda assim, não constatarás com precisão a sua idade.

Já várias idades lhe foram atribuídas sem que pudessem acertar, como querer saber a idade do universo? E se alguém afirmar que ele não tem idade? A matemática espiritual confunde os homens, para levá-los a aceitar os primeiros passos da senda, sem os caprichos da vaidade humana, de tudo saber e querer explicar sem o entendimento preciso.

Se o universo foi formado, conforme o entendimento humano, pelo amor, o nosso maior dever é procurar estudar esse amor, nas linhas da sua pureza, para que comecemos, senão criar, ao menos ajudar na criação do bem na Terra.


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