20. Sucedeu que, num ponto
do universo, perdido entre as miríades de mundos, a matéria cósmica se
condensou sob a forma de imensa nebulosa, animada esta das leis universais que
regem a matéria. Em virtude dessas leis, notadamente da força molecular de
atração, tomou ela a forma de um esferoide, a única que pode assumir uma massa
de matéria insulada no espaço. O movimento circular produzido pela gravitação,
rigorosamente igual, de todas as zonas moleculares em direção ao centro, logo
modificou a esfera primitiva, a fim de a conduzir, de movimento em movimento, à
forma lenticular. Falamos do conjunto da nebulosa.
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Planetas telúricos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), planetas anões (Éris, Plutão e Ceres), satélites (Lua; Io, Europa, Ganimede e Calisto; Titã; Tritão; Caronte) e outros (Sedna). Para referência, diametro equatorial da Terra é de 12756 km. |
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Planetas jovianos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e o Sol. |
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O Sol e família. |
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Júpiter, Sol e estrelas. Os outros corpos do Sistema Solar não são mais visíveis nesta escala. A Estrela de Barnard, apesar de ser a quarta estrela mais próxima do Sol, não é visível a olho nu. Alnitak é uma das três Marias, da constelação de Órion.
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21. Novas forças surgiram em
consequência desse movimento de rotação: a força centrípeta e a força
centrífuga, a primeira tendendo a reunir todas as partes no centro, tendendo a
segunda a afastá-las dele. Ora, acelerando-se o movimento, à medida que a
nebulosa se condensa, e aumentando o seu raio, à medida que ela se aproxima da
forma lenticular, a força centrífuga, incessantemente desenvolvida por essas
duas causas, predominou de pronto sobre a atração central. Assim como um
movimento demasiado rápido da funda lhe quebra a corda, indo o projétil cair
longe, também a predominância da força centrífuga destacou o circo equatorial
da nebulosa e desse anel uma nova massa se formou, isolada da primeira, mas,
todavia, submetida ao seu império. Aquela massa conservou o seu movimento
equatorial que, modificado, se lhe tornou movimento de translação em torno do astro
solar. Ao demais, o seu novo estado lhe dá um movimento de rotação em torno do
próprio centro.
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Sol (nenhum planeta é mais visível), órbitas dos planetas interiores e estrelas gigantes. Gama Crucis (ou Gacrux), a estrela da ponta de cima da constelação Cruzeiro do Sul, tem um diâmetro quase igual ao diâmetro da órbita de Vênus.
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22. A nebulosa geratriz, que
deu origem a esse novo mundo, condensou-se e retomou a forma esférica; mas,
como o primitivo calor, desenvolvido por seus diversos movimentos, só com
extrema lentidão se atenuasse, o fenômeno que acabamos de descrever se
reproduzirá muitas vezes e durante longo período, enquanto a nebulosa não se
haja tornado bastante densa, bastante sólida, para oferecer resistência eficaz
às modificações de forma, que o seu movimento de rotação sucessivamente lhe
imprime. Ela, pois, não terá dado nascimento a um só astro, mas a centenas de
mundos destacados do foco central, saídos dela pelo modo de formação mencionado
acima. Ora, cada um de seus mundos, revestido, como o mundo primitivo, das
forças naturais que presidem à criação dos universos, gerará sucessivamente
novos globos que desde então lhe gravitarão em torno, como ele, juntamente com
seus irmãos, gravita em torno do foco que lhes deu existência e vida. Cada um
desses mundos será um Sol, centro de um turbilhão de planetas sucessivamente
destacados do seu equador. Esses planetas receberão uma vida especial,
particular, embora dependente do astro que os gerou. |
Estrelas realmente gigantes. O Sol é invisível nesta escala. mu Cephei (constelação da Cefeida) tem um brilho aparente fraco mas é uma das maiores estrelas conhecidas, com diâmetro comparável ao diâmetro da órbita de Saturno.
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23. Os planetas são, assim, formados
de massas de matéria condensada, porém, ainda não solidificada, destacadas da
massa central pela ação de força centrífuga e que tomam, em virtude das leis do
movimento, a forma esferoidal, mais ou menos elíptica, conforme o grau de
fluidez que conservaram. Um desses planetas será a Terra que, antes de se
resfriar e revestir de uma crosta sólida, dará nascimento à Lua, pelo mesmo
processo de formação astral a que ela própria deveu a sua existência. A Terra,
doravante inscrita no livro da vida, berço de criaturas cuja fraqueza as asas
da divina Providência protege, nova corda colocada na harpa infinita e que, no
lugar que ocupa, tem de vibrar no concerto universal dos mundos.
Fonte: Allan
Kardec. A Gênese. Capítulo VI, itens 20 a 23.
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