“O pensamento escolhe. A
ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo, e a vida
conduz o homem ao porto que ele aspira chegar. Eis porque, segundo as Leis que
nos regem, ‘a cada um será dado segundo as suas obras”.
Umbral pode ser entendido como o local que os Espíritos ainda estão ligados às coisas materiais, muito endurecidos e teimosos. O umbral começa na crosta terrestre, é uma dolorosa região densa de sombras, erguida e cultivada pela mente humana, local de dor e sofrimento. No umbral, os Espíritos continuam geralmente apegados às formas do mundo material, local onde não existe a noção de justiça, solidariedade, convivência, fraternidade, beleza, harmonia e equilíbrio; muitas vezes o Espírito desencarna e passa anos ignorando sua condição de desencarnado. Nessa região, habitualmente, as paixões reinam soberanas, a vida moral é quase nula e os seres são fisicamente e moralmente inferiores.
A Justiça Divina se faz pelo tribunal da consciência, dotado de livre-arbítrio, ou seja, da liberdade de escolha, é o Espírito o construtor de seu destino. Somos julgados por nosso próprio julgamento. Nossos sofrimentos são resultados de nossas condutas errôneas e indevidas no mundo terreno: “a cada um segundo as suas obras.”
Tudo na criação está
conectado, todos os Espíritos possuem livre arbítrio. Nossos pensamentos formam
um campo vibratório ao nosso redor, todo Espírito é um núcleo radiante de
forças que criam e são capazes de transformar, destruir e modificar.
Nada se perde na criação,
Deus não pune ou castiga seus filhos, vivemos experiências para o nosso
crescimento. Colhemos na vida espiritual nossas prioridades na vida terrena. Há
diferentes divisões no mundo espiritual, de acordo com o estado espiritual,
intelectual e moral que o Espírito se encontra.
O Universo é a casa de Deus,
e ele sabiamente povoou de seres vivos todos os mundos. Os Espíritos passam por
inúmeras existências em diferentes mundos conforme o seu grau evolutivo. O
Espírito vive onde situa seus pensamentos e suas ações. De tempos em tempos, a
humanidade atinge um momento de depuração, que é precedido de um expurgo
planetário, os Espíritos que não conseguirem modificar a sua moral e intelecto
serão relegados a mundos inferiores. O ser humano deixa os mundos inferiores
por mundos mais felizes conforme vai se curando de suas enfermidades morais. É
uma recompensa passar de um mundo inferior para um mundo de ordem mais elevada,
como é uma consequência das escolhas prolongarem sua permanência em um mundo
infeliz ou ser relegado a mundos inferiores onde viverá provas mais duras.
Não existem castigos,
punições ou injustiça, temos que ter consciência que somos o que escolhemos
ser. Tudo principia na própria pessoa. O que há é a reação a uma causa
anterior, os Espíritos se agrupam por afinidade vibratória de acordo com o seu
grau evolutivo. Cada Espírito, quando separado do seu corpo material, vai para
o meio que para si próprio preparou; juntando aos que lhe assemelham, ficam na
região que estão acostumados e se acham a vontade; sua futura morada está na
sintonia das suas escolhas, conforme a lei da afinidade representada na
expressão: “semelhante atrai semelhante”.
O objetivo maior da
reencarnação é a capacidade que o ser possui de discernir e de fazer escolhas
válidas para o seu próprio progresso. Kardec nos diz que só a reparação do que
fizemos anula a sua causa, quando praticamos atitudes boas, generosas e
caridosas caminhamos no sentido de nosso aperfeiçoamento. Aquele que se elevar
de maneira a aprender toda uma série de existências, verá que a cada um é
atribuída a parte que lhe compete. Toda e qualquer situação que enfrentamos é
opção inteiramente nossa, fruto de nossas escolhas. Ninguém define nossos
passos, a não ser nós mesmos.
O tempo de cada criatura
despertar é único e será o tempo certo; quando o ser estiver pronto para
compreender e conhecer, terá o discernimento para realizar tarefas benéficas
para o seu crescimento e desenvolvimento.
A morte não dá início a uma
nova realidade que nada tem a ver com o que vivemos na Terra, quando a morte do
corpo nada mais faz do que dar continuidade à vida, que é sempre a mesma; não
existe divisão de vida no corpo e de vida após a morte. Recolhemos da vida, que
é sempre única, a semeadura realizada livremente no plano material. A vida não
acaba, como muitos pensam, e vamos colher o resultado dessa semeadura.
Quando estamos na Terra,
vivemos uma constante escolha entre o bem e o mal. Ao retornarmos para o lado
espiritual da existência, iniciamos a colheita do que semeamos. A prioridade do
Espírito é a conquista dos valores morais da existência, a evolução necessita
desse vai e vem no corpo físico. A vida espiritual é igual à nossa vida
terrena: estudo, trabalho, convivências, desafios, relações e conexão com
nossos pensamentos e atos, fazendo com que as nossas ligações sejam com nossos
semelhantes, com os espíritos que vibram na mesma sintonia. Conforme
esclarecimento oportuno de O Evangelho
segundo o Espiritismo: “No espaço, os Espíritos formam grupos unidos pela
afeição, simpatia e pela semelhança das inclinações, buscando trabalharem
juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso
deixam de estar unidos pelos pensamentos. Os mais adiantados se esforçam por
fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, deram mais um passo
no caminho da perfeição. Somente as afeições espirituais são duráveis; as de
natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Quando às pessoas
que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas realmente nada são
umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.”
A lei natural é a lei de
Deus e é a única verdadeira para a felicidade e evolução do ser humano. A lei
divina é neutra e lhe devolve o que você dá. A justiça consiste no respeito aos
direitos de cada um. Somos donos da nossa mente e temos o livre-arbítrio para
fazer e manter conversas saudáveis, leituras edificantes, ter cuidado e atenção
com o que falamos, escolher com consciência os programas de televisão aos quais
daremos atenção, as músicas que escutamos, os locais que frequentamos, a
maneira que nos comportamos, a forma como procuramos tratar os nossos
semelhantes, vigiar os nossos pensamentos e atitudes. Somos responsáveis pelo
nosso padrão mental.
Nas mudanças terrestres a
sociedade atual está testando novos modelos e meios de se alcançar a
felicidade, liberdade, harmonia, igualdade e amor – questões de respeito e de
segurança mental, física e emocional. Conforme nos elucida “A Gênese”: “O
Espiritismo, avançando com o progresso, jamais será ultrapassado, porque, se as
novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro acerca de um ponto, ele se
modificara nesse ponto; se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”
A existência é um chamado à
ação, seja essa de responsabilidade, solidariedade, cuidado, renovação ou
transformação do caráter.
As leis divinas se cumprem e
o livre-arbítrio nos convida a subir degraus no uso da nossa capacidade
intelectual. Estudar, pesquisar, questionar e reaprender continua sendo o
caminho mais seguro e necessário quando temos vontade de caminhar na verdade e
na luz.
Vamos caminhando com muitas
energias positivas, com bom senso e equilíbrio e os pensamentos sempre
elevados.
“Reconhece-se o verdadeiro
Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar
suas inclinações más”.
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