Quando ouvimos algo a respeito daqueles que
já partiram, no sentido de terem total liberdade para volitarem de um lado a
outro no ambiente terreno ou mesmo escreverem ou falarem o que querem, é
preciso ter muita cautela ao falar da expansão dessa liberdade.
O livre-arbítrio que os benfeitores se
referem aos Espíritos é amplo e disso não se tem a menor dúvida, mas com
restrições, que vão de ambientes que pretendem visitar a personagens de outras
esferas que desejariam ver. Há espaços e limites que lhes são destinados por
permissão ou impedidos por razões óbvias, dentre os quais citam-se: grau de
elevação, comportamento, interdição temporária, confinamento para efeito de
reajustes etc.
Da mesma forma insere-se nesse contexto a
disciplina de comunicação entre os planos físico e espiritual. Muitos ainda
pensam que esse critério fica à disposição do próprio Espírito, que se
manifesta quando quiser. Quando quiser sim, mas a liberdade que existe é
restrita para os Espíritos e assistida, frequentemente, sem o que teríamos
verdadeiras loucuras de interferências e informações, com prejuízo até de serem
bem compreendidas.
As disciplinas e normas reguladoras de conduta que norteiam o mundo dos Espíritos é eficiente a tal ponto que as interdições se fazem sentir àqueles que estão sujeitos às restrições. Como dissemos, não só há locais interditos. Há também, no mesmo ambiente onde a circulação é normal para grupos de Espíritos, que estes, por questões de nível moral, não conseguem visualizar, circulando, em seu meio, Espíritos superiores de outras esferas, os quais só se permitem materializar quando entendem que querem ou precisam ser vistos. Essa é a mesma condição e situação na Terra, cujos Espíritos que conosco se encontram regularmente e, invisíveis, permitem que sejam vistos por nós em situações especiais, a critério deles ou de superiores.
Para se ter clara ideia dessa condição
habitual do Espírito que se manifesta em reunião mediúnica, é só prestar
atenção na comunicação em que se expressa. Quando este apresenta-se através do
médium, demonstrando equilíbrio em suas palavras, fácil é observar que ele se reconhece
e encontra-se acompanhado de orientador, que lidera grupos de Espíritos para
que possam participar desses trabalhos nas Casas Espíritas, como forma de
auxiliá-los e fortalecê-los, pois ainda necessitam das pesadas vibrações da
Terra.
Quando porém o Espírito comunicante alega que
viu a porta aberta e adentrou a sala ou salão, afirmando desconhecer o que ali
se pratica, e muitas vezes nem sabendo direito o seu real estado, pela maneira
de comportar-se, o dirigente da reunião já antevê seu precário estado psíquico,
pela ausência de firmeza e noção geral do que lhe acontece.
O depoimento que segue é parte de uma
psicografia recebida pelo médium Chico Xavier, cujo trecho aborda
especificamente o apoio e controle exercido sobre quem ainda não detém a autossuficiência
coerente com a pretensão:
"Não creiam que se possa escrever sem o
conselho daqueles que nos orientam, se nem tudo, da própria Terra, não pode a
criatura que escreve expor numa carta, através da distância, é justo saibam que
também nós, por aqui, não estamos numa sociedade sem regras e convenções
respeitáveis.
Explicam mentores dignos que, se todos os
nossos entes queridos estão destinados a conhecer os caminhos da experiência
que atravessamos, não é necessário anteceder-nos, em sugestões e relatórios
francamente desaconselháveis, de vez que as estradas de trânsito entre as duas
vidas – a do Mundo Físico e a do Mundo Espiritual – diferem muito entre
si".
Isso é natural que se conheça ou reconheça,
pois, sendo a composição administrativa e social da Terra uma singela e pálida
cópia, por assim dizer, do que existe em outros planos fora do nosso ambiente
físico, fácil será compreender o espírito reinante nos campos do respeito e do
amor, onde a disciplina consciente, modus
operandi natural, impera face à elevação moral, em cujos ambientes as
restrições desaparecem.
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