A importância do culto cristão no lar é fundamental e um tema bem conhecido dos espíritas. Diz Bezerra de Menezes que muitos dos que partem para a vida espiritual, finda a existência corporal, costumam permanecer apresados à trilha corpórea. Encontram-se desencarnados, mas não libertos; invisíveis, mas não ausentes. A prece e a leitura de uma página do Evangelho podem, sem dúvida, ajudá-los muito na necessária readaptação à vida espiritual.
A origem do culto cristão em família
encontramos numa proposta de Jesus, como Neio Lúcio narra no cap. 1 de seu
livro “Jesus no Lar”, psicografado por Francisco Cândido Xavier. No meio
espírita, a ideia dessa prática nasceu com Allan Kardec, como o leitor pode ver
na Revista Espírita de 1864.
Foi Joanna de Ângelis, contudo, quem primeiro descreveu os benefícios do culto cristão no lar, em linda página que compõe o cap. 59 de sua primeira obra, "Messe de Amor", psicografada por Divaldo Franco. Eis o que a mentora espiritual do estimado confrade escreveu a respeito do assunto: “Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa. Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.
Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos.
Jesus no Lar é vida para o Lar. Não aguardes
que o mundo te leve a certeza do bem invariável.
Distende, da tua casa cristã, a luz do
Evangelho para o mundo atormentado.
Quando uma família ora em casa, reunida nas
blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o Alto.
Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em
família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na
ventania.
Não te afastes da linha direcional do
Evangelho entre os teus familiares.
Continua orando fiel, estudando com os teus
filhos – e com aqueles a quem amas – as diretrizes do Mestre e, quanto
possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa
Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora
do Cristo.
Não demandes a rua, nessa noite, senão para
os inevitáveis deveres que não possas adiar.
Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí
também se possa demorar. E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora
mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado
a ti, possas, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo.”
Fonte:
Revista O Consolador, 26/10/2007
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