154. Após lembrar que o jornal espírita fala apenas às pessoas de convicções, e não atrai a atenção dos indiferentes, Kardec pergunta: Que acontecerá quando o Espiritismo dispuser da poderosa alavanca da grande publicidade? (P. 249)
155. Kardec entendia que a propagação do Espiritismo apresentaria quatro períodos distintos:
1) o da curiosidade;
2) o da observação;
3) o de admissão; e
4) o de influência sobre a ordem social. (P.
250)
156. Todos sabem que a ideia de reencarnação
remonta à mais alta Antiguidade e que Pitágoras a havia haurido entre os hindus
e os egípcios. O mais notável, contudo, é encontrar desde aquela época o
princípio da doutrina da escolha das provas, ensinada pelos Espíritos. (PP. 251
e 252)
157. Encontramos essa doutrina em Platão, em
sua alegoria do Fuso da Necessidade, em que ele imagina um diálogo entre
Sócrates e Glauco. (P. 252)
158. A Revue transcreve a história do falecido que apareceu a um oficial francês e pediu-lhe sepultasse seu corpo. Atendido, o Espírito agradeceu-lhe e prometeu reaparecer mais uma vez, duas horas antes de sua morte, o que efetivamente ocorreu trinta anos depois. (PP. 258 a 261)
159. Kardec não autentica o caso, mas
considera-o possível. (P. 261)
160. Ele relata, então, o caso do Sr.
Watbled, presidente do tribunal de comércio de Boulogne, que expirou a 12 de
julho de 1858, após ter visto duas vezes seguidas sua falecida esposa, que
anunciou a sua morte para o dia 12, como de fato aconteceu. (P. 262)
161. A Revue publica um relato do historiador
De Saint-Foy, relacionado com o massacre da noite de São Bartolomeu, ocorrido
em 23 de agosto de 1572: oito dias após o massacre ouviu-se no ar um barulho
horrível de vozes e gemidos misturados a gritos de raiva e de furor, nas
imediações de Louvre. Tudo indica que o rei Carlos IX ouviu tal barulho, ficou
apavorado e não dormiu o resto da noite. (P. 263)
162. Kardec noticia e comenta o caso da Sra.
Schwabenhaus que teve morte aparente e depois acordou, informando ter sido
transportada às regiões celestes. Ela passou, na verdade, por um estado de
letargia. (PP. 264 e 265)
163. Os letárgicos veem e ouvem o que se
passa em volta de si e conservam, ao despertar, a lembrança, diz Kardec. (P.
265)
164. As medalhas e outros objetos
considerados cabalísticos lembram crenças supersticiosas na virtude de certas
coisas, como os números, os planetas e sua correspondência com os metais. (P.
268)
165. Quem tenha estudado racionalmente a
natureza dos Espíritos, não admitirá que tais objetos exerçam sobre eles
qualquer influência. O mesmo, porém, não se dá com um objeto magnetizado, pois
este tem o poder de provocar o sonambulismo ou certos fenômenos nervosos. (P.
268)
166. O episódio do suicídio de Luís A., que
namorava a jovem Vitorina R., é examinado por Kardec. São Luís diz que esse
suicídio, como foi provocado pelo amor, e não por covardia ante a vida, é menos
criminoso aos olhos de Deus. (PP. 270 e 271)
167. Kardec perguntou a Luís se ele amava
sinceramente a noiva. "Eu tinha paixão por ela: parece que é tudo",
respondeu o suicida. "Se a tivesse amado com pureza não teria querido
magoá-la." (P. 271)
168. Num estudo sobre obsessão, Kardec
esclarece que a obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. O grau de
constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a
obsessão, a subjugação e a fascinação. (P. 277)
169. Kardec fala sobre a possessão – império exercido pelos maus Espíritos – mas prefere o vocábulo subjugação. Assim, não
há possessos, no sentido vulgar da palavra; há simplesmente obsidiados,
subjugados e fascinados. (Em "A Gênese" Kardec irá modificar essa
ideia.) (P. 278)
170. A Revue mostra como começou e foi
tratada a fascinação do Sr. F., moço instruído, de educação esmerada e caráter
suave. (P. 279)
171. Kardec o ajudou e conta que o rapaz
seguiu o conselho dos Espíritos, de entregar-se a um trabalho rude, que não lhe
deixasse tempo para ouvir as sugestões más. (P. 283)
172. Os Espíritos exercem sobre os homens uma
influência salutar ou perniciosa; não é preciso, para isto, ser médium. Não
havendo a faculdade, eles agem de mil e uma maneiras. (P. 284)
173. A influência dos Espíritos sobre nós é
constante, e todos acham-se expostos a ela, quer acreditem ou não. (P. 285)
174. Kardec afirma que três quartas partes de
nossas ações más e de nossos maus pensamentos são frutos dessa sugestão oculta.
(P. 285)
175. Não há outro critério, senão o bom
senso, para discernir o valor dos Espíritos. Qualquer fórmula dada para esse
fim pelos próprios Espíritos é absurda e não pode emanar de Espíritos
superiores. (P. 286)
176. Os Espíritos inferiores receiam os que
lhes analisam as palavras, desmascaram as torpezas e não se deixam prender por
seus sofismas. (P. 286)
177. A Revue transcreve notícia de Estocolmo
informando que o Sr. Klugenstiern, reputado magnetizador europeu, foi chamado
ao Castelo de Drottningholm, para aplicar no rei Oscar um tratamento magnético.
(P. 287)
178. Kardec comenta a notícia para mostrar o
respeito adquirido pelo magnetismo, e afirma que Espiritismo e magnetismo se
ligam por laços íntimos, como ciências solidárias. (P. 288)
179. Aliás, lembra Kardec, os Espíritos
sempre preconizaram o magnetismo, quer como meio de cura, quer como causa
primeira de uma porção de coisas. (P. 288)
180. A Revue dá conta de que a Igreja,
conforme livro publicado em 1853 pelo abade Marotte, também reconhecia o valor
do magnetismo. No seu livro, Marotte conceitua o magnetismo e fala sobre seus
efeitos. (P. 289)
181. Um curioso caso de fisiologia é tratado
por São Luís: um médico esqueceu no estacionamento uma garrafa de rum; não a
encontrando, declarou ao chefe do estacionamento que se tratava de uma garrafa
contendo veneno muito violento e que tivessem o maior cuidado em não usá-lo.
Resultado: três cocheiros ao beberem o rum pareciam ter sido intoxicados. (P.
291)
Questões
propostas
A.
Onde Pitágoras hauriu a ideia da reencarnação?
A ideia da reencarnação remonta à mais alta
Antiguidade e Pitágoras a hauriu entre os hindus e os egípcios. Ao dar esta
informação, Kardec afirma que o mais notável é encontrar desde aquela época o
princípio da doutrina da escolha das provas, ensinada pelos Espíritos.
Encontramos essa doutrina em Platão, em sua alegoria do Fuso da Necessidade, na
qual ele imagina um diálogo entre Sócrates e Glauco. (Revue Spirite de 1858,
pp. 251 e 252.)
B.
As medalhas e certos objetos considerados cabalísticos exercem influência sobre
os Espíritos?
Não. Quem tenha estudado racionalmente a
natureza dos Espíritos não admitirá que tais objetos exerçam sobre eles
qualquer influência. O mesmo, porém, não se dá com um objeto magnetizado, pois
este tem o poder de provocar o sonambulismo ou certos fenômenos nervosos.
(Revue Spirite de 1858, p. 268.)
C.
Nos casos de obsessão, pode o agente ser um Espírito elevado?
Não. Segundo Kardec, a obsessão é produzida
sempre por Espíritos inferiores. E é o grau de constrangimento e a natureza dos
efeitos por ela produzidos que marcam a diferença entre a obsessão, a
subjugação e a fascinação. (Revue Spirite de 1858, p. 277.)
D.
A influência dos Espíritos sobre nós é constante?
Sim. A influência dos Espíritos sobre nós é
constante, e todos acham-se expostos a ela, quer acreditem ou não. Os Espíritos
exercem sobre os homens uma influência salutar ou perniciosa; não é preciso,
para isto, ser médium. Não havendo a faculdade, eles agem de mil e uma
maneiras. Kardec afirma que três quartas partes de nossas ações más e de nossos
maus pensamentos são frutos dessa sugestão oculta. (Revue Spirite de 1858, pp.
284 e 285.)
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