Podemos conceituar o pensamento como um fluxo de ideias, símbolos e associações, cujos elementos consistem em agrupar e coordenar imagens, em lhes apreender as conexões constituídas, a fim de retocá-las e agrupá-las em novas correlações mais ou menos originais ou completas, segundo a maior ou menor potência intelectual do indivíduo, junto com a capacidade de percepção e comparação, para promover a associação de ideias.
O processo pelo qual se opera o fenômeno do
pensamento é problema que a ciência oficial não pôde, até hoje, desvendar.
Podemos interpretar o "pensamento" como algo que se tem "em
mente", quando se reflete com o propósito de se conhecer algo e entender
alguma coisa. Quanto à mente, é algo abstrato, equivalente ao espírito, à
inteligência, e pela qual entendemos o que dentro dela se encontra sob a forma
de ideia, de conceito e de representação.
O pensamento tem como objeto: as coisas, ou melhor, as ideias das coisas e é, sem dúvida, força criadora de nossa própria alma e, por isto mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal.
Filosoficamente, observemos que há a
realidade que depende da existência de um observador e a realidade que
independe do observador para existir. Elementos como átomos, força, gravidade,
fotossíntese são exemplos do que existe independentemente do observador - é a
realidade natural. Em contrapartida, dinheiro, propriedade e governo são
exemplos que dependem de nós para existir - é a realidade social, cultural,
existencial. O peso que as ideias ou palavras exercem sobre nossas ações, sobre
nossos estados emocionais, sobre a construção de nossas vidas, quase sempre é
imenso.
O pensamento atua à feição de onda, com
velocidade muito superior à da luz, e a mente é o dínamo gerador de força
criativa. Sendo matéria, a onda mental é formada por corpúsculos, os quais
André Luiz denominou de "partículas mentais, a se expressarem como ONDAS e
FORMAS MENTAIS". Em situações extraordinárias da mente, excitação dos
micros "núcleos atômicos mentais", quais sejam, as emoções profundas,
as dores indivisíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental
ou as súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emite raios muito curtos,
teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.
Decididamente, muito de nossas ações só
acontece porque pensamos alguma coisa, desejamos algo, acreditamos em qualquer
coisa, tememos algo, ou seja, há um estado subjetivo que provoca um tipo de
movimentação no mundo concreto. Se isso é fato - e é difícil, empiricamente,
duvidar desse fato -, então, a interferência do que pensamos sobre o que
vivemos é muito maior do que, habitualmente, imaginamos. Desta forma, o dito
popular, "cuidado com o que você pensa", possui um sentido muito mais
amplo.
A rigor, nossos pensamentos interferem e
determinam nossas ações, nossos posicionamentos, e o mundo em que vivemos se
constitui a partir da interferência dessas nossas ações sobre ele.
Temos, então, pensamentos que geram ações,
que geram pensamentos, que geram ações. Ações que geram o mundo que gera ações.
O pensamento do outro que constitui o meu pensamento, que constitui o
pensamento do outro. Quais os limites, as linhas divisórias entre esses
elementos? Creio não ser possível estabelecer esses limites, ou seja, quando um
elemento termina e o outro começa. Não há fronteiras, territórios específicos
do pensar, do agir, do eu, do outro.
A constatação da fluidez de nosso pensar e,
consequentemente, de nossas ações, enfim, daquilo que somos, talvez permita uma
melhor compreensão de como viver em um mundo, onde não haja uma única
possibilidade, mas todas as possibilidades, ou seja, onde tudo seja possível.
Sob o ponto de vista espírita, "nosso
espírito residirá onde projetarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e
do mal". Os pensamentos negativos corrompem os fluidos espirituais, como
os miasmas deletérios corrompem o ar respirável, ou seja, o otimismo é expansão
da luz e o pessimismo é condensação da sombra. Os infelizes imaginam que o
vento geme; os alegres e cheios de otimismos confirmam que ele canta, até porque
a vida tem o colorido que lhe damos, pois, o mundo é como um espelho: devolve a
cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
Os fluidos que envolvem os Espíritos
obsessores, ou que estes projetam, são viciados, variando de acordo com o grau
de imperfeição de cada um, ao passo que os que envolvem os Benfeitores
espirituais, ou que eles emitem, são puros, tanto quanto comporta o grau de
perfeição moral que tenham conquistado. "O pensamento é o gerador dos infra corpúsculos ou das linhas de força do mundo subatômico, criador de:
correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou morte, segundo a
vontade que o exterioriza e dirige."
Outro aspecto a considerar é que tanto os
bons pensamentos quanto os maus, emitidos por um ser encarnado, afetam,
consideravelmente, as mentes de irmãos, também encarnados, em faixas mentais
equivalentes. É imprescindível compreender que, depois da morte do corpo
físico, prosseguimos desenvolvendo os pensamentos que cultivávamos na
experiência carnal.
Como disse, os nossos pensamentos geram as
nossas ações e nossas ações geram os pensamentos dos outros. Toda carga que o
pensamento exterioriza e projeta, alcança aquele a quem vai direcionada. Quando
benigna e edificante, ajusta-se às Leis que nos regem, criando harmonia e
felicidade. Todavia, quando desequilibrada e deprimente, estabelece aflição e
ruína.
Em outras palavras: o pensamento age e reage,
carreando para o emissor tudo que o sustenta, como, também, tudo que arremessa
a quem pretenda atingir. Determina para cada criatura os estados psíquicos que
variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe. "Essa
corrente de partículas mentais se exterioriza de cada espírito com qualidade de
indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciam as faculdades
de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetos que demande."
O sentimento de amor cristão pode impulsionar
o correto pensamento, sem os quais adoecemos pela insuficiência de equilíbrio
íntimo, imprimindo no corpo físico as distonias e as variadas patologias que
lhe são consequentes. Para termos saúde, é importante saber como estamos
pensando.
Os pensamentos negativos operam em nosso
estado íntimo determinada perturbação, instaurando desarmonias de grandes
proporções nos centros da alma e provocando lesões funcionais variadas.
Deste modo, estabelecem fulcros mórbidos de
natureza singular no arcabouço físico, impondo às células a desarmonia pela
qual se vulnerabilizam os recursos de defesa, sedimentando-se campo fértil à
proliferação de bactérias patogênicas nos tecidos menos propensos à defesa.
Quaisquer enfermidades surgem como efeitos, residindo a causa no desequilíbrio
dos reflexos da vida interior, uma vez que os sintomas mentais depressivos
influenciam as células fisiológicas.
É óbvio que, no desleixo da nutrição, o corpo
paga pesados tributos de sofrimento, posto que possibilita a infestação de
grande quantidade de micro-organismos patogênicos que, em se instalando nas
células orgânicas, podem induzir às moléstias infecciosas de múltiplos
caracteres. Porém, não é somente dessa forma que se originam os processos
patológicos multiformes. Nossas emoções mais profundas, quaisquer que sejam,
geram, também, agudas enfermidades.
Os reflexos dos sentimentos e pensamentos
menos dignos que alimentamos se voltam contra nós mesmos, depois de
transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções neurológicas, e
esses reflexos inconsequentes, derramando-se sobre o tecido cortical, gestam
alucinações que podem variar do medo manifesto ao estado neurótico, situação em
que os obsessores nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas,
conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de descontrole psicoemocional.
O mais importante é não esquecermos, em tempo
algum, de que somente o amor cristão pode impulsionar o correto pensamento e
nos fazer libertos. Sem o amor de plenitude, adoecemos, espiritualmente, pela
insuficiência de equilíbrio íntimo, imprimindo no corpo físico as distonias e
as variadas patologias que lhe são consequentes.
Por isso, devemos ter muito cuidado com o que
pensamos.
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