POR
QUEM DEVEMOS ORAR?
Primeiramente por nós mesmos,
por nossos parentes, pelos nossos amigos e inimigos, deste e do outro mundo;
devemos orar pelos que sofrem e por aqueles por quem ninguém ora.
Prece para si mesmo
Um poderoso auxiliar do
espírito em esforço evolutivo é a prece, que terá que ser feita, conforme o
Evangelho, em recolhimento, sem exibição, e empregando apenas as palavras
necessárias, sem excesso verbal. Da mesma forma, Deus será adorado “em espírito
e verdade”, ou seja, no intimo da criatura e com sinceridade, não havendo
precisão de atos exteriores. (Evolução para o terceiro milênio, item 7)
A prece é sempre um atestado de boa vontade e compreensão, no testemunho da nossa condição de Espíritos devedores sem dúvida, não poderá modificar o curso das leis, diante das quais nos fazemos réus sujeitos a penas múltiplas, mas renova-nos o modo de ser, valendo não só como abençoada plantação de solidariedade em nosso beneficio, mas também como vacina contra a reincidência no mal. Além disso, a prece faculta-nos a aproximação com grandes benfeitores que nos presidem os passos, auxiliando-nos a organização de novo roteiro para caminhada segura. (Ação e reação, cap. 19)
A nossa prece deve ser clara, simples e concisa, sem frases inúteis que dão brilho falso. Cada palavra deve ter sua importância e revelar uma ideia, deve fazer-nos refletir, tocar nosso coração; só com essa condição, a prece pode alcançar o seu objetivo. Porque se não entendo o que significam as palavras, meu coração ora, mas minha inteligência está sem fruto; é impossível ligar um pensamento ao que não se compreende, porque o que não se compreende, não toca ao coração é apenas um conjunto de palavras que não dizem nada ao espírito, e não revela a minha vontade.
Deus lê no fundo dos corações,
vê o pensamento e a sinceridade, e por isso que os Espíritos nos diz que a
prece dos lábios é uma formula vã quando dela o coração não toma parte
Pela prece o homem chama para
si a ajuda dos bons Espíritos, que vem sustenta-lo nas sua boas resoluções, e
inspirar-lhe bons pensamentos: adquire a força moral necessária para vencer as
dificuldades e reentrar no caminho reto se dele se afastou, assim como, afastar
de si os males que atrai por sua própria falta, e a força para resistir os maus
pensamentos. Sendo assim não é o mal que se afasta, mas nós mesmos do
pensamento que pode causar o mal; eles não modificam os decretos de Deus, nem
suspendem o curso natural das leis da natureza, mas nos impedem de infringir
essas leis, dirigindo nosso livre arbítrio; mas o fazem sem sabermos, de
maneira oculta, para não acorrentar nossa vontade, pois com o nosso pensamento
melhor e renovado encontraremos, na posição daquele que solicita bons conselhos
e os coloca em pratica, mas está sempre livre de segui-los ou não, Deus quer
que seja assim para que tenhamos a responsabilidade dos nossos atos, e
deixa-nos o mérito da escolha entre o bem e o mal. Isso, sempre podemos obter,
se pedirmos com fervor, ai é que podemos aplicar estas palavras; “Pedi e
obtereis”. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 27, itens 17 e 17)
Quando as preces não são ouvidas
A prece não atendida constitui
indícios de que o pedido não se ajustava às reais necessidades de nosso
Espírito, segundo o ponto de vista e as observações dos instrutores
Espirituais. (Mediunidade e evolução, cap. 36)
Quando estamos aflitos,
desequilibrados emocionalmente ou enfermos, devemos orar a Deus, a Jesus e aos
bons espíritos, rogando a paz interior, o reequilíbrio e a cura. Sempre haverá
uma resposta à nossa súplica, pois todas as preces são ouvidas, selecionadas,
analisadas e atendidas, fraternalmente, da melhor maneira, pelos espíritos de
diversas esferas espirituais de acordo com os nossos merecimentos e
necessidades.
O poder de nossa prece está na
vontade, nos pensamentos sinceros e elevados e não nos gestos e formalidades
exteriores.
Se o nosso sofrimento decorre
de excessos, vícios, crimes e faltas cometidas, a prece propiciará coragem,
força moral, paciência e resignação, mas não dispensará o arrependimento
sincero, a reparação necessária e o retorno às sendas do amor, do bem e das
virtudes, que garantem o restabelecimento físico, moral e emocional duradouro.
A oração, por imunizar-nos
contra o mal pelo halo de proteção que forma; por atrair ajuda espiritual; por
evitar a irritação, a angustia, o ressentimento, a depressão e outras
desvirtudes da alma que nos levam a muitos males e enfermidades; por ser
valioso recurso no reequilíbrio interior, na mudança de um estado doentio da
consciência e na cura do corpo, deve estar, de modo permanente, incorporada em
nossos hábitos diários. (Doenças, cura e saúde à luz do espiritismo)
Dificuldade e oração
Em qualquer dificuldade, não
nos esqueçamos da oração.
Elevemos o pensamento a Deus,
procurando sintonia com os Espíritos Bons. No mínimo, a prece nos pacifica para
que encontremos, por nós mesmos, a saída para a dificuldade que estejamos
enfrentando… Às vezes, naquele minuto de oração deixamos de tomar uma decisão
precipitada, de proferir uma palavra agressiva, de permitir que a cólera nos
induza a qualquer atitude infeliz. (O evangelho de Chico Xavier, cap. 348).
Léon Denis analisa que a prece
deve ser um expansão íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma
meditação sempre útil, muitas vezes fecunda. É, por excelência, o refugio dos
aflitos, dos corações magoados. Nas horas de acabrunhamento, de pesar intimo e
de desespero, quem não achou na prece a calma, o reconforto e o alivio a seus
males? Um diálogo misterioso se estabelece entre a alma sofredora e a potencia
evocada. A alma expõe suas angustias, seus desânimos; implora socorro, apoio,
indulgência. E, então, no santuário da consciência uma voz secreta responde: É
a voz daquele donde dimana toda força para as lutas deste mundo, todo o balsamo
para as nossas feridas, toda a luz para nossas incertezas. E essa voz consola,
reanima, persuade; traz-nos a coragem, a submissão, a resignação estoica. E,
então, erguemo-nos menos tristes, menos atormentados; um raio de sol divino
luziu em nossa alma, fez despontar nela a esperança. (Depois da morte, cap. 5)
A água fluída
Quando Jesus se referiu à
benção do copo de água fria, em seu nome, não apenas se reportava à compaixão
rotineira que sacia a sede comum. Detinha-se o mestre no exame de valores
espirituais mais profundos.
A água é dos corpos mais
simples e receptivo da Terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu
pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à
alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.
A prece intercessória e o
pensamento de bondade representam irradiações de nossas melhores energias.
A criatura que ora ou medita
exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto, escapam á análise
da inteligência vulgar e a linfa potável recebe a influencia, de modo claro,
condensando linhas de força magnética e princípios elétricos, que aliviam e
sustentam, ajudam e curam.
A fonte que procede do coração
da Terra e a rogativa que flui no imo d’alma, quando se unem na difusão do bem,
operam milagres.
O Espírito que se eleva na
direção do Céu é antena viva, captando potencias da natureza superior, podendo
distribuí-las em beneficio de todos os que lhe seguem a marcha.
Ninguém existe órfão de
semelhante amparo. Para auxiliar a outrem ou a si mesmo, bastam a boa vontade e
a confiança positiva.
Reconheçamos, pois, que o
Mestre, quando se referiu à água simples, doada em nome da sua memória,
reportava-se ao valor real da providência, em beneficio da carne e do espírito,
sempre que estacionam através de zonas enfermiças. Se, desejas, portanto, o
concurso dos amigos espirituais, na solução de teus problemas orgânicos ou dos
problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de
água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do plano
divino magnetizará o liquido com raios de amor, em forma de benção, e estarás,
então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos
Céus.
Aos anjos guardiães e aos espíritos protetores
Todos temos um bom Espírito que
se ligou a nós desde o nosso nascimento, e nos tomou sob a sua proteção. Cumpre
junto de nós a missão de um pai junto ao filho: a de nos conduzir no caminho do
bem e do progresso através das provas da vida. Ele é feliz quando correspondemos
à sua solicitude; sofre quando nos vê sucumbir.
Seu nome nos importa pouco,
porque pode não ter nome conhecido na Terra; nós o evocamos, então, como nosso
anjo guardião, nosso bom gênio; podemos mesmo invocá-lo sob o nome de um
Espírito superior qualquer, pelo qual sentimos, mais particularmente, simpatia.
Além do nosso anjo guardião,
que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, por serem
menos elevados, não são piores e benevolentes; são ou parentes, ou amigos, ou
algumas vezes pessoas que não conhecemos em nossa existência atual. Eles nos
assistem com seus conselhos, e frequentemente pela sua intervenção nos atos da
nossa vida.
Os Espíritos simpáticos são
aqueles que se ligam a nós por certa semelhança de gostos e tendências: podem
ser bons ou maus, segundo a natureza das inclinações que os atraem para nós.
Os Espíritos sedutores se
esforçam por nos desviar do caminho do bem, nos sugerindo maus pensamentos.
Aproveitam de todas as nossas fraquezas como de tantas portas abertas que lhes
dão acesso à nossa alma. Há os que se obstinam contra nós como sobre uma presa,
mas se afastam quando reconhecem não poderem lutar contra a nossa vontade.
Deus nos deu um guia principal
e superior em nosso anjo guardião, e guias secundários em nossos Espíritos
protetores e familiares; mas é um erro crer que temos forçosamente um mau gênio
colocado perto de nós para contrabalançar as boas influências. Os maus
Espíritos vêm voluntariamente segundo encontrem acesso sobre a nossa fraqueza
ou nossa negligência em seguir as inspirações dos bons Espíritos ; portanto,
somos nós quem os atraímos. Disso resulta que ninguém está jamais privado da
assistência dos bons Espíritos, e que depende de nós afastar os maus. Por suas
imperfeições, o homem sendo a causa primeira das misérias que suporta é, o mais
frequentemente, seu próprio mau gênio.
A prece aos anjos guardiães e aos Espíritos
protetores deve ter por finalidade solicitar sua intervenção junto de Deus, de
lhes pedir a força de resistir às más sugestões, e a sua assistência nas
necessidades da vida
Para afastar os maus Espíritos
Ai de vós, escribas e fariseus
hipócritas, que limpais por fora o copo e o prato e estais, por dentro, cheios
de rapinas e impurezas. – Fariseus cegos, limpai primeiramente o interior do
copo e do prato, a fim de que também o exterior fique limpo. – Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas, que vos assemelhais a sepulcros branqueados,
que por fora parecem belos aos olhos dos homens, mas que, por dentro, estão
cheios de toda espécie de podridões. – Assim, pelo exterior, pareceis justos
aos olhos dos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de
iniquidades. (Mateus, 23:25 a 28) O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28, nº 15.
Os maus Espíritos somente
procuram os lugares onde encontrem possibilidades de dar expansão à sua
perversidade. Para afastá-los, não basta pedir-lhes, nem mesmo ordenar-lhes que
se vão; é preciso que o homem elimine de si o que os atrai. Os Espíritos maus
farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo. Assim
como se limpa o corpo, para evitar a bicheira, também se deve limpar de suas
impurezas a alma, para evitar os maus Espíritos. Vivendo num mundo onde estes
pululam, nem sempre as boas qualidades do coração nos põem a salvo de suas
tentativas; dão, entretanto, forças para que lhes resistamos. (O evangelho
segundo o espiritismo,cap. 28, nº 16)
Queres distancia do mal,
entretanto, para que o mal se afaste de nós será preciso esquecê-lo. Não
podemos ser ingênuos e implistas, a ponto de ignorá-lo. Urge, porém, não se
conferir a honra da atenção permanente, qual se fosse ornamento precioso que
devamos embutir na cabeça. O caminho da experiência nem sempre surge afastado
de segurança. É indispensável contar com perigos e desarranjos. À frente da
crise, o motorista suprime o defeito ou liquida o obstáculo, mas, não se detém
indefinidamente, medindo as dificuldades que atravessou. Certo, na maioria das
ocasiões, não afasta o veiculo dos empeços a ligeiro toque dos dedos, obrigado que
se vê, quase sempre, a socorrer-se dos instrumentos de que dispõe. De nossa
parte, muito dificilmente também, lograremos desvencilhar-nos, a breve esforço,
da influencia do mal. Todos possuímos, todavia, duas alavancas de força que, se
conjugadas e usadas devidamente, resolvem quaisquer problemas ou subtraem
obstáculos quaisquer; a oração e o trabalho.
A oração, além de clarear-nos
por dentro, granjeia, em nosso favor o amparo Divino sobre nossas fraquezas, e
o trabalho, além de burilar-nos as faculdades, atrai em nosso beneficio o
concurso do próximo, capaz de atenuar-nos as imperfeições. Em todos os
desgostos e empeços da estrada, oração e trabalho funcionam, eficientes. Sejam
eles doenças ou mágoas, frustrações ou contratempos, tentações ou desastres,
recorramos a essas chaves de socorro e os caminhos se nos abrirão, amplos e
claros, ao calor da paciência e á luz da esperança.
Perante quaisquer dissabores e
provações, empreguemos a oração com o apoio do trabalho e apliquemos o trabalho
com o auxilio da oração. Através do uso correto de semelhantes indicações,
seguiremos adiante de alma e coração renovado, entre a serenidade da
consciência e a benção de Deus. (Palavras da coragem, cap. 13)
Para pedir a corrigenda de um defeito
Os nossos maus instintos resultam
da imperfeição do nosso próprio Espírito e não da nossa organização física; a
não ser assim, o homem se acharia isento de toda espécie de responsabilidade.
De nós depende a nossa melhoria, pois todo aquele que se acha no gozo de suas
faculdades tem, com relação a todas as coisas, a liberdade de fazer ou de não
fazer. Para praticar o bem, de nada mais precisa senão do querer. (O evangelho
segundo o espiritismo, cap. 28, nº 18)
Para pedir a força de resistir a uma tentação
Duas origens pode ter qualquer
pensamento mau: a própria imperfeição de nossa alma, ou uma funesta influência
que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza
que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma
alma imperfeita. De sorte que aquele que venha a falir não poderá invocar por
escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o
teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução.
Quando surge em nós um mau
pensamento, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o
mal, mas a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se tratara das
solicitações de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu
lado, o nosso anjo guardião, ou Espírito protetor, combate em nós a influência
e espera com ansiedade a decisão que tomemos. A nossa hesitação em praticar o
mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência.
Reconhece-se que um pensamento
é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral,
quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua
realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a
fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem. (O evangelho segundo o
espiritismo, cap. 28, n° 20)
Ação de graças pela vitória alcançada sobre uma tentação
Aquele que resistiu a uma
tentação deve-o à assistência dos bons Espíritos, a cuja voz atendeu.
Cumpre-lhe agradecê-lo a Deus e ao seu anjo de guarda. (O evangelho segundo o
espiritismo, cap. 28, n° 22)
Para pedir um conselho
Quando estamos indecisos sobre
o fazer ou não fazer uma coisa, devemos antes de tudo propor-nos a nós mesmos
as questões seguintes:
1ª – Aquilo que eu hesito em
fazer pode acarretar qualquer prejuízo a outrem?
2ª – Pode ser proveitoso a
alguém?
3ª – Se agissem assim comigo,
ficaria eu satisfeito?
Se o que pensamos fazer,
somente a nós nos interessa, licito nos é pesar as vantagens e os
inconvenientes pessoais que nos possam advir. Interessa-se a outrem e se,
resultando em bem para um, redundará em mal para outro, cumpre, igualmente,
pesemos a soma de bem ou de mal que se produzirá, para nos decidirmos a agir,
ou a abster-nos.
Enfim, mesmo em se tratando das
melhores coisas, importa ainda consideremos a oportunidade e as circunstâncias
concomitantes, porquanto uma coisa boa, em si mesma, pode dar maus resultados
em mãos inábeis, se não for conduzida com prudência e circunspecção. Antes de
empreendê-la, convém consultemos as nossas forças e meios de execução.
Em todos os casos, sempre
podemos solicitar a assistência dos nossos Espíritos protetores, lembrados
desta sábia advertência: Na dúvida, abstém-te. (O evangelho segundo o
espiritismo, cap. 28, n° 24)
Nas aflições da vida
Podemos pedir a Deus favores
terrenos e Ele no-los pode conceder, quando tenham um fim útil e sério. Mas,
como a utilidade das coisas sempre a julgamos do nosso ponto de vista e como as
nossas vistas se circunscrevem ao presente, nem sempre vemos o lado mau do que
desejamos, Deus, que vê muito melhor do que nós e que só o nosso bem quer, pode
recusar o que peçamos, como um pai nega ao filho o que lhe seja prejudicial. Se
não nos é concedido o que pedimos, não devemos por isso entregar-nos ao
desânimo; devemos pensar, ao contrário, que a privação do que desejamos nos é
imposta como prova, ou como expiação, e que a nossa recompensa será
proporcionada à resignação com que a houvermos suportado. (O evangelho segundo
o espiritismo, cap. 28, n° 26)
Ao longo do caminho em que
jornadeias para adiante, encontrarás a treva a cercar-te em todos os flancos. Trevas
da ignorância em forma de incompreensão, nevoeiros de ódio em forma de desespero,
neblinas de impaciência em forma de lagrimas e sombras de loucura em forma de
tentação sinistras. Acende, porém, a luz da oração e caminha. A prece é
claridade que te auxiliará a ver a amargura das vitimas do mal, as feridas dos
que te ofendem sem perceber, as magoas dos que perseguem e a infelicidade dos
que te caluniam.
Ora e segue, adiante.
O horizonte é sempre mais nobre
e a estrada sempre mais sublime, desde que a oração permaneça em tua alma em
forma de confiança e de luz. (Servidores no além, cap. 6)
Ação de graças por um favor obtido
Não se devem considerar como
sucessos ditosos apenas o que seja de grande importância. Muitas vezes, coisas
aparentemente insignificantes são as que mais influem em nosso destino. O homem
facilmente esquece o bem, para, de preferência, lembrar-se do que o aflige. Se
registrássemos, dia a dia, os benéficos de que somos objeto, sem os havermos
pedido, ficaríamos, com frequência, espantados de termos recebido tantos e
tantos que se nos varreram da memória, e nos sentiríamos humilhados com a nossa
ingratidão.
Todas as noites, ao elevarmos a
Deus a nossa alma, devemos recordar em nosso íntimo os favores que Ele nos fez
durante o dia e agradecer-lhos. Sobretudo no momento mesmo em que
experimentamos o efeito da sua bondade e da sua proteção, é que nos cumpre, por
um movimento espontâneo, testemunhar-lhe a nossa gratidão. Basta, para isso,
que lhe dirijamos um pensamento, atribuindo-lhe o benefício, sem que se faça
mister interrompamos o nosso trabalho.
Não consistem os benefícios de
Deus unicamente em coisas materiais. Devemos também agradecer-lhe as boas
ideias, as felizes inspirações que recebemos. Ao passo que o egoísta atribui
tudo isso aos seus méritos pessoais e o incrédulo ao acaso, aquele que tem fé
rende graças a Deus e aos bons Espíritos. São desnecessárias, para esse efeito,
longas frases. “Obrigado, meu Deus, pelo bom pensamento que me foi inspirado”,
diz mais do que multas palavras. O impulso espontâneo, que nos faz atribuir a
Deus o que de bom nos sucede, dá testemunho de um ato de reconhecimento e de
humildade, que nos granjeia a simpatia dos bons Espíritos. (O evangelho segundo
o espiritismo, cap. 28, n° 28)
Ato de submissão e de resignação
Quando um motivo de aflição nos
advém, se lhe procurarmos a causa, amiúde reconheceremos estar numa imprudência
ou imprevidência nossa, ou, quando não, em um ato anterior. Em qualquer desses
casos, só de nós mesmos nos devemos queixar. Se a causa de um infortúnio
independe completamente de qualquer ação nossa, é ou uma prova para a
existência atual, ou expiação de falta de uma existência anterior, caso, este
último, em que, pela natureza da expiação, poderemos conhecer a natureza da
falta, visto que somos sempre punidos por aquilo em que pecamos.
No que nos aflige, só vemos, em
geral, o presente e não as ulteriores consequências favoráveis que possa ter a
nossa aflição. Muitas vezes, o bem é a consequência de um mal passageiro, como
a cura de uma enfermidade é o resultado dos meios dolorosos que se empregaram
para combatê-la. Em todos os casos devemos submeter-nos à vontade de Deus,
suportar com coragem as tribulações da vida, se queremos que elas nos sejam
levadas em conta e que se nos possam aplicar estas palavras do Cristo:
“Bem-aventurados os que sofrem.” (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28,
n° 30)
Bem-aventurados os aflitos
pode, ser traduzido assim: bem-aventurados aqueles que tem oportunidades de provarem
a sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus,
porque terão em cêntuplo a alegria que lhes falta na Terra, e depois do
trabalho virá o repouso. (Lacordaire, Havre,1863). O evangelho segundo o espiritismo,
cap. 5, item 18.
Num perigo iminente
Pelos perigos que corremos,
Deus nos adverte da nossa fraqueza e da fragilidade da nossa existência.
Mostra-nos que entre suas mãos está a nossa vida e que ela se acha presa por um
fio que Se pode romper no momento em que menos o esperamos. Sob esse aspecto,
não há privilégio para ninguém, pois que às mesmas alternativas se encontram
sujeitos assim o grande, como o pequeno.
Se examinarmos a natureza e as
consequências do perigo, veremos que estas, as mais das vezes, se se
verificassem, teriam sido a punição de uma falta cometida, ou da falta do
cumprimento de um dever. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28, nº 34)
Ação de graças por haver escapado a um perigo
Pelo perigo que tenhamos
corrido, mostra-nos Deus que, de um momento para outro, podemos ser chamados a
prestar contas do modo por que utilizamos a vida. Avisa-nos, assim, que devemos
tomar tento e emendar-nos. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28, n° 36)
À hora de dormir
O sono tem por fim dar repouso
ao corpo; o Espírito, porém, não precisa de repousar. Enquanto os sentidos
físicos se acham entorpecidos, a alma se desprende, em parte, da matéria e
entra no gozo das faculdades do Espírito. O sono foi dado ao homem para
reparação das forças orgânicas e também para a das forças morais. Enquanto o
corpo recupera os elementos que perdeu por efeito da atividade da vigília, o
Espírito vai retemperar-se entre os outros Espíritos. Haure, no que vê, no que
ouve e nos conselhos que lhe dão, ideias que, ao despertar, lhe surgem em
estado de intuição. É a volta temporária do exilado à sua verdadeira pátria. É
o prisioneiro restituído por momentos à liberdade.
Mas, como se dá com o
presidiário perverso, acontece que nem sempre o Espírito aproveita dessa hora
de liberdade para seu adiantamento. Conserva-se instintos maus, em vez de
procurar a companhia de Espíritos bons, busca a de seus iguais e vai visitar os
lugares onde possa dar livre curso aos seus pendores.
Eleve, pois, aquele que se ache
compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se
o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja
cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que
lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais
corajoso diante da adversidade. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28, nº
38)
Prevendo próxima a morte
A fé no futuro, a orientação do
pensamento, durante a vida, para os destinos vindouros, favorecem e aceleram o
desligamento do Espírito, por enfraquecerem os laços que o prendem ao corpo,
tanto que, frequentemente, a vida corpórea ainda se não extinguiu de todo, e a
alma, impaciente, já alçou o voo para a imensidade. Ao contrário, no homem que
concentra nas coisas materiais todos os seus cuidados, aqueles laços são mais
tenazes, penosa e dolorosa é a separação e cheio de perturbação e ansiedade o
despertar no além-túmulo. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28, nº 40)
Fonte:
Ação e reação. Francisco Cândido Xavier pelo
Espírito André Luiz.
Curso Básico do Espiritismo 1º e 2º ano FEESP. João
Batista Armani.
Depois da morte. Léon Denis.
Doenças, cura e saúde à luz do Espiritismo. Geziel
Andrade.
Encontro de paz- Autores Diversos. Francisco Cândido
Xavier pelo Espírito Emmanuel.
Mediunidade e evolução. Martins Peralva.
Missionários da luz. Francisco C. Xavier pelo
Espírito André Luiz.
O Consolador. Francisco Candido Xavier pelo Espírito
Emmanuel.
O Evangelho de Chico Xavier – O próprio Encarnado
O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
O passe espírita. Luiz Carlos M. Gurgel.
Os mensageiros. Francisco Cândido Xavier- pelo
Espírito André Luiz.
Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier pelo Espírito
Emmanuel.
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