A prece está dentro da lei de adoração, e também é uma lei natural, pois ela faz parte da humanidade é um dever do homem. (O Livro dos Espíritos, questão 659)
Poderíamos dizer que a prece é
uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente
fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto
reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai
para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por
que pensamentos? Porque é a origem da quase totalidade de nossas ações. (Primeiro
pensamos depois agimos).
O pensamento é criador, é a causa inicial de nossa elevação ou nosso rebaixamento. Podemos fazer à vontade em nós, a luz ou a sombra, o céu ou o inferno.
Não só emitimos como recebemos, mas quem determina a qualidade do retorno é o emissor. (O problema do ser, do destino e da dor, cap. 24)
A oração é divina voz do
espírito no grande silencio. Nem sempre se caracteriza por sons articulados na
conceituação verbal, mas, invariavelmente, é prodigioso poder espiritual
comunicando emoções e pensamentos, imagens e ideias, desfazendo empecilhos,
limpando estradas, reformando concepções e melhorando o quadro mental em que
nos cabe cumprir a tarefa a que o Pai nos convoca.
A prece é uma invocação; ou seja é uma transmissão de pensamento, é maneira de comunicarmos com Deus. Por ela um ser se coloca em comunicação pelo pensamento com outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objetivo um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode se orar por si mesmo ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus.
Pedir é recorrer ao Pai Todo-poderoso
em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para
lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de
amor que rege e sustenta a harmonia universal.
O
QUE PEDIR?
Em Mateus 26:39, há a passagem
amarga do Cristo, que antecedia as suas dores supremas no calvário, onde Ele
nos diz: “Pai, se quiserdes, afasta de mim este cálice, mas acima de tudo
faça-se a Tua vontade e não a minha”. Demonstrava-nos o Mestre que as leis naturais
são sábias e justas e que são aplicadas indistintamente. Assim, não peçamos
“milagres ou prodígios”, mas tão somente forças para suportar aquilo que não
está ao nosso alcance mudar, paciência, resignação, fé e coragem.
Questão 661. O livro dos Espíritos:
Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?
“Deus sabe discernir o bem e mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras”.
Vossa prece deve encerrar o
pedido das graças de que tendes necessidade real. Inútil, pois pedir ao Senhor
abreviar vossas provas, vos dar as alegrias e a riqueza; pedi-lhe para vos
conceder os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Não
digais, como ocorre a muitos entre vós: “Não vale a pena orar, uma vês que Deus
não me atende”. Que pedis a Deus na maioria das vezes? Frequentemente,
pensastes em lhe pedir vosso melhoramento moral? Oh! Não, muito pouco; mas
imaginais antes lhe pedir o sucesso nos vossos empreendimentos terrestres, e
exclamaste: “Deus não se ocupa conosco; se disso se ocupasse, não haveria
tantas injustiças”. Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa
consciência, encontraríeis quase sempre, em vós mesmos o ponto de partida dos
males dos quais vos lamentais. Pedi, pois, antes de todas as coisas, o vosso
progresso, e vereis que torrente de graças e de consolações se derramará sobre
vós (V. Monod. Bordéus, 1862). O evangelho segundo o espiritismo, cap. 27, item
22.
No livro “Os mensageiros” – em
uma reunião muitos encarnados estão ali os mais variados nomes. Muitas pessoas
pediam conselhos médicos, orientação, assistência e passes.
Aniceto, Vicente e André Luiz
que ali estavam, aproximando do grande número de papeis nominados, e, enquanto
curiosamente buscava examina-los, Aniceto explicou:
– Temos aqui a indicação das
pessoas que se afirmam necessitadas de amparo e socorro imediato.
– Mas recebem elas tudo quanto
pedem?- indagou Vicente, curioso.
O mentor sorriu e respondeu
– Recebem o que precisam.
Muitos solicitam a cura do corpo, mas somos forçados a estudar até que ponto
lhes podemos ser úteis, no particularismo dos seus desejos; outros reclamam
orientações várias, obrigando-nos a equilibrar nossa cooperação, de modo a lhes
não tolher a liberdade individual. A existência terrestre é um curso ativo de
preparação espiritual e, quase sempre, não faltam na escola os alunos ociosos,
que perdem o tempo ao invés de aproveitá-lo, ansiosos pelas realizações
mentirosas do menor esforço. Desse modo, no capitulo das orientações, a maior
parte dos pedidos são desassisados. A solicitação de terapêutica para a
manutenção da saúde física, pelos que de fato se interessem pelo concurso
espiritual, é sempre justa; todavia, no que concerne a conselhos para a vida
normal, é imprescindível muita cautela de nossa parte, diante das requisições
daqueles que se negam voluntariamente aos testemunhos de conduta cristã. O
evangelho está cheio de sagrados roteiros espirituais e o discípulo, pelo menos
diante da própria consciência, deve considerar-se obrigado a conhecê-los.
– Possivelmente, vocês
objetarão que toda pergunta exige resposta e todo pedido merece solução;
entretanto, nesse caso de esclarecer determinadas solicitações dos companheiros
encarnados, devemos recorrer, muitas vezes, ao silencio Como recomendar
humildade àqueles a pregam para os outros; como ensinar a paciência aos que a
aconselham aos semelhantes, e como indicar o balsamo do trabalho aos que já
sabem condenar a ociosidade alheia? Não seria contrassenso? Ler os regulamentos
da vida para os cegos e para os ignorantes é obra meritória, mas, repeti-los
aos que já se encontram plenamente informados, não será menosprezo ao valor do
tempo? Alma alguma, nas diversas confissões religiosas do Cristianismo, recebe
noticias de Jesus, sem razão de ser. Ora, se toda condição de trabalho
edificante traduz responsabilidade. Cada aprendiz do Mestre, portanto, está no
dever de observar a consciência, conferindo-lhe os alvitres profundos com as
disposições evangélicas.
Vicente, que escutava com
grande interesse, aventou;
– No entanto, ousaria lembrar
os que formulam semelhantes pedidos levianamente.
– Sim – elucidou Aniceto,
sorrindo -, mas nos não poderemos copiar-lhe o impulso. Os desencarnados e os
encarnados, que ainda abusam das possibilidades do intercambio entre as esferas
visíveis e invisíveis do homem comum, pagarão alto preço pela invigilância.
– Neste caso – perguntou André
Luiz – como corresponder aos pedidos de orientação?
– Alguns, raros – esclareceu
nosso orientador – merecem o concurso da nossa elucidação verbal, na hipótese
de se referirem aos interesses eternos do espírito, quando isso nos seja
possível; entretanto, quase sempre é indispensável nada responder de maneira
direta, auxiliando aos interessados na pauta de nossos recursos, em silencio,
mesmo porque, não temos grande tempo para relembrar a irmãos encarnados certas
obrigações que lhes não deviam escapar da memória, para felicidade de si
mesmos.
Calou-se por momentos o bondoso
instrutor, considerando em seguida, interessado em nos subtrair quaisquer
dúvidas;
– Muitas entidades
desencarnadas estimam o fornecimento de palpites para as diversas situações e
dificuldades terrestres, mas esses pobres amigos estacionam desastradamente em
questões subalternas, incapazes de uma visão mais alta, em face dos horizontes
infinitos da vida eterna, convertendo-se em meros escravos de mentalidades
inferiores, encarnados na Terra. Esquecem que o nosso interesse imediato,
agora, deve ser, acima de todos, àquele que se refira à espiritualidade
superior. Nossos irmãos inquietos, que forneçam palpites a preguiçosas mentes
encarnadas, sobre assuntos referentes á responsabilidade justa e necessária do
homem, deve fazê-lo de própria conta.
– Que acontece, então? –
perguntou Vicente, curioso.
O mentor, contudo, respondeu
com outra pergunta.
– Que acontece ao homem de responsabilidade que se põe a brincar? (Os mensageiros, cap. 46)
Deveis orar sem cessar, sem
para isso vos recolherdes em vosso aposento, ou ajoelhar nas praças publicas. A
prece diária é o cumprimento dos vossos deveres, dos vossos sem exceção, de
qualquer natureza que lhes sejam. Não é um ato de amor ao vosso Senhor,
assistir vossos irmãos numa necessidade qualquer, moral ou física? Não é fazer
um ato de recolhimento, elevar vosso pensamento até ele, quando uma alegria vos
chega, um acidente é evitado, mesmo quando uma contrariedade só vos aflora, se
dizeis pelo pensamento: Sede bendito, meu Pai! Não é um ato de contrição vos
humilhar diante do juiz supremo, quando sentis que haveis falhado, não fosse
senão por um pensamento fugido, e lhe dizer: Perdoai-me, meu Deus, porque
pequei (por orgulho, por egoísmo, ou por falta de caridade); dai-me a força de
não mais falhar a coragem de reparar?
Isso independe das preces regulares da manhã e da tarde, e dos dias consagrados; mas, como vedes, a prece pode ser de todos os instantes, sem ocasionar nenhuma interrupção aos vossos trabalhos; ao contrario, elas os santificam. E crede bem que um só desses pensamentos, partindo do coração, é mais ouvido por nosso Pai Celestial que as longas preces ditadas pelo habito, frequentemente, sem causa determinada, e às quais a hora convencionada vos lembra maquinalmente. (V. Monod. Bordéus, 1862).O evangelho segundo o espiritismo, cap. 27, item 22.
O primeiro dever de toda
criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar-lhe o retorno à vida ativa
de cada dia, é a prece.
A prece do cristão, do
espírita, de qualquer culto que seja, deve ser feita desde que o Espírito
retornou o jugo da carne. Deve se elevar aos pés da majestade divina com humildade,
com profundidade, num arrebatamento de gratidão por todos os benefícios
concedidos até esse dia; pela noite que se escoou e durante a qual vos foi
permitido, embora inconsciente, retornar junto de vossos amigos, de vossos
guias, para haurir, ao seu contato, mais força e perseverança. Ela deve se
elevar humilde aos pés do Senhor, para lhe recomendar vossa fraqueza, pedir seu
apoio, sua indulgência, sua misericórdia. Deve ser profunda, porque é vossa
alma quem deve se elevar até o Criador, que deve se transfigurar como Jesus no
Tabor, e tornar-se alva irradiante de esperança e de amor. (V. Monod. Bordéus,
1862).O evangelho segundo o espiritismo, cap. 27, item 22.
Para melhor entendermos a ação
do nosso pensamento ou seja a ação da prece, podemos imaginar que todos nós os
seres encarnados e desencarnados estamos mergulhados no fluido universal que
ocupa o espaço, como somos neste mundo, na atmosfera. Esse fluido recebe um
impulso da vontade, que é o veiculo do pensamento como o ar é o veiculo do som,
com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto que as do
fluido universal se estendem ao infinito. Portanto, quando o pensamento é
dirigido a um ser qualquer, sobre a Terra ou no espaço, de encarnado a
desencarnado, ou de desencarnado a encarnado, estabelece-se uma corrente fluídica
de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
Lembrando que toda prece fica
subordinada a vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único que pode
tornar sua ação efetiva.
Pela prece o homem chama para
si o concurso dos bons Espíritos, que vem sustenta-lo nas suas boas resoluções,
e inspirar-lhe bons pensamentos; adquire, assim, a força moral necessária para
vencer as dificuldades e reentrar no caminho reto se dele se afastou, assim
como afastar de si os males que atrai por sua própria falta. Um homem, por
exemplo, vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta, até o
fim de seus dias, uma vida de sofrimentos; ele tem o direito de se lamentar, se
não obtém a cura? Não, porque poderia encontrar na prece e a força para
resistir às tentações. O evangelho segundo o espiritismo, cap. 27, Itens: 10
e 11.
O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no circulo dos encarnados. Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas suplica. É comunhão entre o criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos. Acresce notar, porém, que a rogativa maléfica conta, igualmente, com enorme potencial de influenciação. Toda vez que o Espírito se coloca nessa atitude mental, estabelece um laço de correspondência entre ele e o além. Se a oração traduz atividade no bem divino, venha da onde vier, encaminhar-se-á para o Além em sentido vertical. Buscando as bênçãos da vida superior, cumprindo-nos advertir que os maus respondem aos maus nos planos inferiores, entrelaçando-se mentalmente uns com os outros. É razoável, porém, destacar que toda prece impessoal dirigida às forças supremas do bem, delas recebe respostas imediata, em nome de Deus. Sobre os que oram nessas tarefas benditas, fluem, das esferas mais altas, os elementos-força que vitalizam nosso mundo interior, edificando-nos esperanças divinas, e se exteriorizam, em seguida, contagiados de nosso magnetismo pessoal, no intenso desejo de servir com o Senhor. (Os mensageiros, cap. 25).
A
IMPORTÂNCIA DA PRECE
Lembremo-nos de um exemplo
prático. Se não limparmos periodicamente o nosso quintal, a sujeira se acumula,
o mato cresce, e há a proliferação de bichos. No campo espiritual, se não
limparmos o nosso psiquismo, os espíritos luminosos se afastam (mesmo que
temporariamente), as trevas tomam conta favorecendo a ação de espíritos
endurecidos
A importância da prece é
facilmente evidenciada quando aprendemos fazer distinções entre rezar e orar.
Rezar é repetir palavras segundo formulas determinadas. É produzir eco que a
brisa dissipa, como sucede à voz do sino que o espaço se espraia e morre. Orar é
sentir. O sentimento é intraduzível. Não há palavra que o defina com absoluta
precisão. O mais rico vocabulário do mundo é pobre para traduzir a grandeza de
um sentimento. Não há fórmula que o contenha, não há molde que o guarde, não há
modelo que o plasme. Orar é irradiar para Deus, firmando desse modo nossa
comunhão com Ele. A oração é o poder dos fiéis. Os crentes oram a Deus. Os
hipócritas, quando rezam, dirigem-se à sociedade em cujo meio vivem. Difícil é
compreender se o crente em seus colóquios com a Divindade. Os fariseus rezavam
em publico para serem vistos, admirados, louvados.
André Luiz, no livro
Missionários da luz, nos da um exemplo da força da oração como é importante o lar
que ora. Ao seguir um rapaz vitima de vampirismo, ao chegar perto de sua casa,
André Luiz já percebe que as entidades que vampirizavam este rapaz mostravam-se
contrariamente contrafeitos, alguma coisa os impedia-lhe de acompanharem a
vitima ao interior do lar.
Alexandre lembra; você já sabe
que a prece traça fronteiras vibratórias. Aqui mora uma irmã que tem a
felicidade de cultivar a oração fervorosa e reta. O lar não é somente a morada
de corpos, mas, acima de tudo, a residência das almas. O santuário doméstico
que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados,
converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais.
Esse nosso irmão ainda não se equilibrou nas bases legitimas da vida, no
entanto sua esposa, mulher cristã, garante-lhe a casa tranquila, com a sua
presença, pela abundante e permanente emissão de força purificadoras e
luminosas de que seu espírito nutre.
Concluiu Alexandre. A oração é
o mais eficiente antídoto do vampirismo. A prece não é movimento mecânico de
lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia,
poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de
inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças
ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes
superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir
raios de espantoso poder.
E você não pode ignorar que as
próprias formas inferiores da Terra se alimentam quase que integralmente de
raios. Descem sobre a fronte humana, em cada minuto, bilhões de raios cósmicos,
oriundos de estrelas e planetas amplamente distanciados da Terra, sem nos
referirmos aos raios solares, caloríferos e luminosos, que a ciência terrestre
mal começa a conhecer. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e
vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do
sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energia da
Divindade.
O socorro da prece de Cecília ao nosso irmão é valioso, mas o potencial de emissão divina pertence a ela, como fruto incorruptível dos seus esforços individuais. Significa para ele o “acréscimo de misericórdia” que deverá anexar em definitivo, ao patrimônio de sua personalidade, através do trabalho próprio. Receber o auxilio do bem não quer dizer que o beneficiado seja bom. Nosso irmão precisa devotar-se com fervor, ao aproveitamento das bênçãos que recebe, porque inegavelmente, toda cooperação exterior pode ser interrompida e cada filho de Deus é herdeiro de possibilidades sublimes e deve funcionar como médico vigilante de si mesmo. (Missionários da luz, cap. 6)
Reuni-vos para orar, disse o apóstolo (Atos, 12:12). A prece feita em comum é um feixe de vontades, de pensamentos, raios, harmonias e perfumes que se dirige mais poderosamente ao seu alvo. Pode adquirir um força irresistível, uma força capaz de agitar, de abalar as massas fluídicas. Que alavanca poderosa para a alma entusiasta, que dá seu impulso tudo quanto há grandioso, de puro e de elevado em si! Nesse estado, seus pensamentos irrompem como corrente impetuosa, de abundantes e potentes eflúvios. Tem-se visto, algumas vezes, a alma em prece desprender-se do corpo e, inebriada pelo êxtase, seguir o pensamento fervoroso que projetou como seu percussor através do infinito. O homem traz de si um motor incomparável, de que apenas sabe tirar medíocre proveito. Entretanto, para fazê-lo agir bastam duas coisas: a fé e a vontade. (Depois da morte, cap. 51)
Estar reunidos em nome de Jesus
não quer dizer que basta estar reunidos materialmente, mas de o de estar
espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos para o bem; então
Jesus se encontra no meio da assembleia, Ele ou os Espíritos puros que o
representam. O Espiritismo nos faz compreender como os Espíritos podem estar
entre nós. Eles ai estão com seu corpo fluídico ou espiritual e com a aparência
que no-los faria conhecer se se tornas em visíveis. Quanto mais elevados na
hierarquia, maior é o seu poder de irradiação; é assim que possuem o dom da
ubiquidade e podem se achar sobre vários pontos simultaneamente: basta-lhes
para isso um raio do seu pensamento.
Por essas palavras, Jesus quis
mostrar o efeito da união e da fraternidade; não é o maior ou o menor numero
que o atrai, uma vez que, em lugar de duas ou três pessoa, ele poderia ter dito
dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que as anime, umas em relação às
outras; ora, para isso bastam duas. Mas se essas duas pessoas oram cada uma do
seu lado, sem que se dirijam a Jesus, não há entre elas comunhão de
pensamentos, se, sobretudo, não estão movidas por um sentimento de benevolência
mutua; se elas mesmas se veem mal, com ódio, inveja ou ciúme, as correntes
fluídicas dos seus pensamentos se repelem, em lugar de se unirem por um comum
impulso de simpatia, e então elas não estão reunidas em nome de Jesus; Jesus
não é senão o pretexto da reunião, e não o verdadeiro motivo.
Isso não implica que esteja
surdo à voz de uma pessoa só; se ele nos disse: “Eu virei para todo aquele que
me chamar”, é porque exige, antes de tudo, o amor ao próximo, do qual se pode
dar mais provas quando se está acompanhado do que no isolamento, e porque todo
sentimento pessoal afasta; segue-se que se, numa assembleia numerosa, duas ou
três pessoas somente se unam de coração pelo sentimento de uma verdadeira caridade,
enquanto que as, outras se isolam e se concentram as ideias egoístas ou
mundanas, Ele estará com as primeiras e não com as outras. Não é, pois, a
simultaneidade de palavras, dos cânticos ou dos atos exteriores que constituem
a reunião em nome de Jesus, mas a comunhão de pensamentos conforme o espírito
de caridade personificado em Jesus. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 28,
item 5)
AÇÃO
E ORAÇÃO
Sempre muito importante a
oração por luz interior, no campo intimo, clareando passos e decisões sem nos
despreocuparmos, porém, da ação que lhe complemente o valor, nos domínios da
realidade objetiva.
Pedirás a proteção de Deus para
o doente; no entanto não te esquecerás de estender-lhe os recursos com que Deus
já enriqueceu a assistência humana, a fim de socorrê-lo.
Solicitaras o amparo da
providencia Divina, a beneficio do ente amado que se tresmalhou em
desequilíbrio; todavia, não olvidarás apoiá-lo com segurança e bondade, na
recuperação necessária, segundo os preceitos das ciências espirituais que a
Divina providencia já te colocou ao dispor nos conhecimentos da Terra.
Rogaras ao Céu te liberte dos
que te perseguem ou dos que ainda não harmonizam contigo; entretanto, não lhes
sonegarás tolerância e perdão, diante de quaisquer ofensas, conforme os ensinamentos
de paz e restauração que o Céu já te deu, por intermédio de múltiplos
instrutores da Espiritualidade Maior, em serviço no mundo.
Suplicarás a intercessão dos
mensageiros da vida superior para que te desvencilhes de certas dificuldades
materiais, diligenciando, porém, desenvolver todas as possibilidades ao teu
alcance, pela obtenção de trabalho digno, que te assegure a superação dos
obstáculos, na pauta das habilitações que os mensageiros da vida superior já te
ajudaram a adquirir.
Oração é força.
Fonte:
Ação e reação. Francisco Cândido
Xavier pelo Espírito André Luiz.
Curso Básico do Espiritismo 1º
e 2º ano FEESP. João Batista Armani.
Depois da morte. Léon Denis.
Doenças, cura e saúde à luz do
Espiritismo. Geziel Andrade.
Encontro de paz- Autores
Diversos. Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel.
Mediunidade e evolução. Martins
Peralva.
Missionários da luz. Francisco
C. Xavier pelo Espírito André Luiz.
O Consolador. Francisco Cândido
Xavier pelo Espírito Emmanuel.
O Evangelho de Chico Xavier – O
próprio Encarnado
O Livro dos Espíritos. Allan
Kardec.
O passe espírita. Luiz Carlos
M. Gurgel.
Os mensageiros. Francisco
Cândido Xavier- pelo Espírito André Luiz.
Vinha de Luz. Francisco Cândido
Xavier pelo Espírito Emmanuel.
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