Muitas vezes nos referimos a morte de uma
pessoa como “tendo chegado a hora”, ou ainda “ninguém morre antes da hora”.
Daí a pergunta que
muitos fazem: temos pré-determinada a hora de nossa morte? Ninguém morre antes
da hora determinada?
Dentro da visão
espírita, temos que analisar dois aspectos importantes quando do nascimento (reencarnação)
de um ser humano.
O primeiro aspecto é o potencial genético do corpo formado, resultante da fusão de óvulo e espermatozoide, que determinam a formação de um corpo com determinados potenciais e determinadas limitações.
O segundo aspecto é o
potencial energético do perispírito, pois este último promove a ligação do
espírito com o corpo físico, arrastando para esse corpo energias positivas e/ou
negativas, de acordo com as suas características evolutivas específicas. Essas
energias provocam alterações nos potenciais genéticos e de funcionamento do
corpo físico.
Da interação entre
esses dois aspectos no complexo humano (corpo+perispírito+espírito), temos,
teoricamente, estabelecido um potencial de vitalidade ou de energia vital que,
em tese, determina um potencial máximo de vida para aquele organismo, ou se
quiser simplificar, um tempo máximo de vida orgânica.
Colocamos e destacamos “em tese”, pois o exercício do livre arbítrio leva ao perispírito possibilidades de alterar suas características energéticas, com energias positivas ou negativas, o que, por sua vez, altera o potencial de energia vital do complexo humano. Essa alteração pode melhorar ou piorar o potencial de energias vitais.
Da mesma forma, o nosso
livre arbítrio também nos leva a utilizar o nosso patrimônio físico, com maior
ou menor cuidado com suas necessidades específicas, o que pode gerar um “gasto
correto” (econômico) ou um “gasto excessivo” de nossa vitalidade orgânica ou
energia vital.
Para melhor explicar
isso, vamos exemplificar com o tabagismo (vício de fumar). Estudos e pesquisas
internacionais, já muito conhecidas (e reconhecidas), provaram que o consumo de
um único cigarro “custa” ao organismo físico o desgaste orgânico equivalente a
cerca de 12 a 14 minutos de vida. Isso significa que cada 5 cigarros fumados
equivalem a “diminuição” de 1 (uma) hora de vida. O que falar então do uso de
drogas (tóxicos) e do alcoolismo? Ou ainda da alimentação inadequada,
excessiva? Quanto desgaste isso tudo gera ao potencial orgânico?
Fica fácil de entender
que a pessoa pode “danificar” seu corpo físico, encurtando seu tempo de vida
orgânica em relação ao seu “potencial de vitalidade”. Só isso já poria por
terra a teoria de que “ninguém morre antes da hora”. Quem não cuidar das suas
energias no perispírito ( o que está ligado ao equilíbrio espiritual) e do seu
corpo físico, diminui seu tempo de vida orgânica, ou seja, “morre antes da
hora”. Com isso, adquire débito energético, ou seja, necessidade de “resgate”
desse “débito” em outra(s) encanação(ões).
Analisando de um ângulo
externo ao próprio complexo humano, temos que nos lembrar que todos estamos
numa vida de relação, com outros indivíduos e com a natureza. E sofremos as consequências
disso.
Vamos exemplificar de
forma bem direta: uma determinada pessoa resolve ir a uma festa, ingere muita
bebida alcoólica, embriaga-se. De forma imprudente, vai voltar para casa
dirigindo seu veículo. Em excesso de velocidade, perde o controle do carro,
atingindo um ponto de ônibus, onde atropela e mata 3 pessoas, sendo uma
criança, um jovem e um adulto.
Essas três pessoas
atropeladas estavam na “sua hora de morrer”? Suas mortes estavam “programadas”?
Estava escrito? Estava “previsto” na reencarnação de cada um?
É evidente que não,
pois em caso contrário não existiria o livre arbítrio, e tudo no mundo seria
determinístico, nos tornando meros “robôs” na passagem terrena.
Aquele motorista
embriagado ceifou a vida de pessoas que tinham diferentes potenciais de vida,
de alguns anos (o adulto) a várias décadas (criança e jovem), e que ainda
poderiam viver muito com seu corpo orgânico. As três pessoas “morreram antes da
hora”.
Não existe uma
“programação de morte”. Existe um potencial de vida, que pode mesmo ser
“estendido” pelo equilíbrio espiritual e respeito e cuidado com o corpo físico,
ou ainda, encurtado pelo próprio indivíduo ou por terceiros, que responderão
por isso nesta e em outras vidas.
Se as mortes estivessem
programadas, cada movimento em todo o mundo estaria programado. Se uma pessoa
morre atropelada numa rua, na hora do “pico” do movimento, em São Paulo, por
exemplo, e isso estivesse “programado”, o atropelador já nasceria com essa
“missão”, e para ajustar a sincronia entre atropelador e atropelado, todo o trânsito
de São Paulo deveria estar “programado”, para que todos os envolvidos se
encontrassem naquele exato instante.
Cremos que com esses
argumentos, evidencia-se que não existe “hora de morte programada”.
O que os espíritas
devem cuidar é para não se tornarem crentes do determinismo, acreditando numa
“programação absoluta da reencarnação”, pois isso fere uma verdade basilar – a
do livre arbítrio – , sob a qual reside grande parte da filosofia e doutrina
espírita.
É preciso estudar um
pouco mais a Lei de Causa e Efeito, relacionando isso com o estudo do registro
energético do perispírito, de modo a entendermos o correto mecanismo do
“resgate e expiação.
Centro Espírita Luz Eterna – CELE
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