Perguntas/Respostas:
Vamos
responder a esta questão com o conteúdo da questão 851 de “O Livro dos
Espíritos”, que nos diz assim: “A fatalidade existe unicamente pela escolha que
o espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. (…) Falo das
provas físicas, pois pelo que toca as provas morais e as tentações o espírito,
conservando o livre arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder
ou resistir.”
Os
desencarnes coletivos são resgates?
É
certo que a Providência Divina reúne, por força das necessidades das criaturas,
estas mesmas criaturas em torno de circunstâncias que promovem o desencarne coletivo.
Lembrando que o acaso não existe, nos reportemos à questão 737 de “O Livro dos
Espíritos”, onde os espíritos nos dizem que Deus fere a humanidade por meio de
flagelos destruidores para fazê-la progredir mais depressa.
Qual a situação do espírito no caso da morte súbita. O desligamento do corpo físico também é súbito?
Para
responder essa questão temos que entender que a condição evolutiva do espírito
desencarnante faz com que este tenha um entendimento mais amplo ou não, que
possa avaliar as suas condições no momento do passamento. Existem inúmeros
relatos de espíritos que, diante da morte súbita, sequer se dão conta do
acontecer e de outros tantos que tomam conhecimento do fato por si mesmos e com
o auxílio de amigos espirituais que o antecederam ao fenômeno da morte e o
recebem no plano espiritual. Quanto ao desligamento do perispírito, estes laços
também serão cortados de forma súbita e para alguns mesmo de forma dolorosa. É
como se o próprio corpo físico expulsasse o corpo espiritual e, consequentemente,
o espírito.
A maior dificuldade para os que ficam e para quem desencarna no caso de morte súbita, é a falta do “acerto de contas”, ou seja, o perdão das ofensas, os últimos pedidos e a preparação para uma despedida?
Tudo
isso influi no momento da separação dos entes queridos que ocorre com a morte
súbita. Além do choque, uma das questões que mais aflige a quem fica, ou até
mesmo para quem parte, é a sensação de deixar coisas mal resolvidas.
Conheço
uma pessoa que nunca viajava de avião porque sonhava com acidentes horríveis.
No entanto, morreu quando um avião caiu sobre o seu carro. Existem casos em que
a criatura nunca poderá fugir do seu “destino traçado”?
É
como nos reportamos inicialmente à questão 851 de “O Livro dos Espíritos” onde
se diz que a fatalidade existe unicamente pelas escolha que o espíritos fez ao
encarnar desta ou daquela prova. E prosseguem os espíritos dizendo:
“Escolhendo-a (a prova), institui para si uma espécie de destino.
“O
Livro dos Espíritos” nos coloca que o momento da morte é a única fatalidade.
Como entender isto relacionando com mortes súbitas, principalmente em caso de
acidentes?
Continuamos
a afirmar que a morte súbita é um meio pelo qual o espírito escolhe vivenciar
suas provas. Talvez ainda o que nos falta entender é ver a morte não como um
castigo, mas como um fenômeno que faz parte da natureza humana, ou seja, de
espíritos que estão na condição de encarnados, tanto quanto faz parte desta
mesma natureza o nascimento.
A
fase de perturbação espiritual é mais complicada no caso da morte súbita?
Depende.
Sempre vai concorrer nestes casos o conteúdo que o espírito traz ao longo de
suas experiências. Não esqueçamos que, ao analisar a morte de um ente querido,
estaremos falando também daquilo que ele, como espírito, já conseguiu
incorporar no seu ser ao longo dos séculos de existência. Portanto, a fase de
perturbação espiritual poderá variar de breves instantes a meses ou anos,
dependendo de sua condição evolutiva.
Os
que desencarnam de morte súbita sofrem mais do que aqueles que já tem a morte
esperada?
Não
necessariamente. Reafirmo que o sofrimento do espírito em relação a morte
dependerá das conquistas já realizadas. É claro que, em geral, os que têm a
morte esperada têm maior tempo para se preparar para o passamento, o que não
quer dizer que eles o façam efetivamente.
Tenho
lido, principalmente no que tange aos chamados “suicídios indiretos”, que há a
possibilidade de o espírito desencarnar “antes do tempo”. Essa possibilidade se
aplica também nos casos de acidentes? Se a resposta for positiva, gostaria de
saber também se isso não contraria a máxima evangélica do “nem um fio de cabelo
cai sem que Deus tome disso ciência”?
De
uma forma geral, o espírito ao encarnar faz uma programação das provas pelas
quais irá passar, contribuindo para o seu progresso, ao mesmo tempo que também
programa a realização dessas provas num determinado período de existência aqui
na Terra.
Esse
período de tempo poderá ser reduzido ou estendido de acordo com o bom
aproveitamento ou não da sua estada aqui na Terra. Portanto, um espírito
invigilante poderá, sim, antecipar o seu retorno ao plano espiritual sem que
tenha conseguido realizar aquilo que havia programado.
Nos
casos de acidentes, é também possível de acontecer este retorno antecipado;
imaginemos uma pessoa que goste de esportes perigosos: mesmo que ele não tenha
a intenção de morrer, você não acha que, ao praticar um esporte perigoso, ou
como gostam de falar, radical, pura adrenalina, não estaria ele valorizando
pouco uma dádiva de Deus, que é o direito de viver?
Qual
a relação entre aborto e morte súbita? Para a criatura que é assassinada a
perturbação é a mesma?
A
questão do aborto, para quem o pratica, fica a critério do julgamento de si
mesmo pela sua própria consciência, a medida em que a criatura compreende que o
homem não tem o direito sobre a vida alheia.
Do
ponto de vista de quem sofre o aborto, ou seja, do espírito reencarnante, e
que, com o conhecimento que a Doutrina Espírita nos traz, podemos considerar,
para este espírito, como morte súbita. A condição espiritual deste ser também
dependerá daquilo que ele já conquistou como espírito imortal.
É
comum, nestes casos, ouvirmos de espíritos que foram rejeitados, o sentimento
de mágoa pronunciado pela falta de aceitação por parte daqueles que deveriam
recebê-lo e assim não o fizeram.
Pode
haver casos em que o desligamento rápido do corpo físico, possa manter a vida
ainda neste corpo, existindo apenas a morte cerebral?
Se
considerarmos a questão do desligamento, a única coisa que poderá prender o
espírito, revestido do corpo espiritual ou perispírito, ao corpo físico, será a
sua condição mental, o que não quer dizer que o rompimento dos laços fluídicos
já não tenham sido feitos. A morte cerebral é um outro estado de situação;
neste casos, ainda existe vida vegetativa e, portanto, os laços fluídicos ainda
não foram cortados.
Aquela
famosa cena do filme “Ghost”, em que o perispírito do protagonista continua
correndo atrás do seu assassino e age como se ainda estivesse encarnado, logo
após o desligamento, é possível ou pura ilusão?
É
perfeitamente possível a ocorrência deste fato. é como dissemos inicialmente:
tudo dependerá do conhecimento que o espírito tem acerca da vida espiritual. É
comum o relato de espíritos que estão, por exemplo, em situação de perigo, de
guerra, ou estados semelhantes, que desencarnam e continuam “lutando pela sua
sobrevivência”.
Então
é possível, mesmo, desencarnar sem antes cumprir a “missão”? Isso segue algum
critério ou é uma opção? O espírito pode evoluir com isso?
No
dizer dos espíritos a Kardec, relatado no livro “Obras Póstumas”, a missão
somente pode justificar-se pela obra realizada. Portanto é possível que nós
desencarnemos sem cumprir aquilo que nos coube realizar na obra da criação
enquanto espíritos residentes aqui na Terra.
Não
diria que para isso exista algum critério, mas fica sempre a liberdade de
escolha do espírito de ceder ou de resistir diante das provas que lhe cabem
cumprir. Para o espírito isto será sempre uma forma de experiência, mesmo que
tenha uma colheita “amarga”.
Qual
a relação entre suicídio e morte súbita?
Podemos
encarar que o suicídio é uma forma de morte súbita. Ao perdermos um ente
querido através de suicídio, geralmente não esperamos que ele possa escolher
este gênero de morte, e o que mais incomoda naqueles que ficam é o sentimento
de culpa gerado pelo ato do suicídio em que se faz a pergunta: ”Onde foi que
errei?”
Além
disso, a mágoa gerada no coração daqueles que permanecem encarnados, muitas
vezes é fonte de sofrimento para aqueles que optam pelo suicídio.
Considerações Finais
A
questão da morte súbita para nós ainda é, dado o nosso nível de compreensão das
questões espirituais, um motivo de dor para os nossos corações, tanto de quem
fica, como de quem parte. Dor esta, principalmente, causada pela ausência física
daqueles a quem amamos.
Importa
neste momento ressaltarmos o valor da Doutrina Espírita em nossas vidas que nos
permite conhecer de formas tão amplas a vida no mundo espiritual permitindo,
assim, que nos preparemos mais diante de situações como estas relatadas no
estudo de hoje. Ressaltemos também a consolação que a Doutrina nos proporciona,
principalmente através das comunicações mediúnicas, onde podemos ouvir os
relatos tanto dos espíritos superiores
quanto
de espíritos que desencarnaram de forma súbita; e tenhamos a certeza de que em
qualquer circunstância teremos o amparo de Deus através de espíritos familiares
e amigos que recebem os desencarnantes e auxiliam aos que ficam.
Temos
também a noção da continuidade da vida, da imortalidade e individualidade da
alma, a certeza absoluta da realização da justiça de Deus; o exercício
constante da nossa fé em Deus; e acima de tudo, nos momentos mais difíceis, o
recurso da prece como forma de buscar o contato com fontes superiores e
prosseguirmos na luta que nos cabe realizar num mundo de provas e expiações
como ainda é a nossa casa Terrena.
Fonte: Portal do Espírito.
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