Capítulo
12 – Excursão de adestramento
Neste capítulo, o grupo do
qual André Luiz participa usa o orfanato de Adelaide, uma das pessoas que vai
desencarnar, como ponto de referência para as atividades na crosta terrestre.
Este local foi escolhido por ser um ambiente onde a Espiritualidade já tinha um
extenso trabalho de assistência.
"Aqui nos sentiremos à
vontade. A organização é campo propício às melhores semeaduras do espírito e
oferecemos tranquilidade e segurança. Permaneceremos em comunicação contínua
com o abrigo de Fabiano, para onde conduziremos os recém-desencarnados e
condensaremos todas as atividades possíveis, concernentes aos outros amigos,
nesta amorosa fundação."
Acompanhado por alguns amigos, André visita o prédio e verifica que "em todos os compartimentos havia luz de nosso plano, indicando a abundância dos pensamentos salutares e construtivos de todas as mentes que ali se entrelaçavam na mesma comunhão de ideal".
Na sala onde ocorrem as reuniões públicas, uma colaboradora da casa explica o cuidado que a equipe espiritual tem com o ambiente.
"Esta é a região do
abrigo que nos força a serviço mais árduo. Receptáculo das emanações mentais e
dos pedidos silenciosos de toda gente que nos visita, em assembleias públicas,
somos obrigados, depois de cada sessão, a minuciosas atividades de limpeza.
Como sabem, os pensamentos exercem vigoroso contágio e faz-se imprescindível
isolar os prestimosos colaboradores de nossa tarefa, livrando-os de certos
princípios destruidores ou dissolventes."
Mais tarde, o amigo de André
explica a missão que irão cumprir junto aos irmãos prestes a desencarnar.
"Os que se aproximam da
desencarnação, nas moléstias prolongadas, comumente se ausentam do corpo, em
ação quase mecânica. Os familiares terrestres, por sua vez, cansados de
vigílias, tudo fazem por rodear os enfermos de silêncio e cuidado. Desse modo,
não é difícil afastá-los para a tarefa de preparação. Geralmente, estão
hesitantes, enfraquecidos. semi-inconscientes, mas nosso auxílio magnético
resolverá o problema. Conservar-nos-emos nas extremidades, segurando-lhes as
mãos e, impulsionados por nossa energia, volitarão conosco, sem maiores
impedimentos."
Como estes irmãos, pelo
muito que fizeram, são merecedores da atenção da Espiritualidade maior, eles
são levados durante um desdobramento até à Casa Transitória de Fabiano para receberem esclarecimentos sobre o
desencarne próximo.
- Amigos, o concurso desta
noite não se destina à cura do corpo grosseiro, posto agora à distância pelas
necessidades do momento. Tentamos revigorar-vos o organismo espiritual,
preparando-vos o desligamento definitivo, sem alarmes de dor alucinatória. Devo
confessar-vos que, retomando o vaso físico, experimentareis natural piora de
vossas sensações, agravando-se-vos a tortura, porque os remédios para a alma,
na presente situação, intensificam os males da carne. Certificai-vos, portanto,
de que as providências desta hora constituem ajuda efetiva à libertação. De
retorno ao antigo ninho doméstico, encerrada esta primeira excursão de
adestramento, encontrareis mais tristeza no terreno da Crosta, mais angústia
nas células físicas, mais inquietude no coração, porque a vossa mente, no
processo das recordações instintivas, terá fixado, com maior ou menor
intensidade, o contentamento sublime deste instante. Preparai-vos, pois, para
vir até nós; solucionai os derradeiros problemas terrestres e confiai na
Proteção Divina!
É interessante notar que, ao
despertar, cada um interpreta o sonho de acordo com os ensinamentos religiosos
que teve durante a vida na Terra.
Somente os irmãos Espíritas conseguem compreender o que realmente aconteceu.
Entretanto, a assistência é dada, independentemente de religião.
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