A dor - parte 1

O ser humano, espírito reencarnado na Terra, enfrenta terrível inimigo conhecido como dor, mas por necessidade evolutiva, destaquemos. Para os Espíritos Superiores a dor é mecanismo de progresso espiritual, constituindo-se, pois, como instrutora.

A dor pode apresentar-se em três aspectos: física, espiritual e moral. Estas recebem denominações várias: angústias, amarguras, aflições, tristezas, solidão, despeito, mágoa, ciúme, inveja, ingratidão, insegurança, irritação, indiferença, egoísmo, orgulho e todo um rosário de outras manifestações do espírito que se expressam na sua estruturação interna, com repercussões externas, incomodando-o profundamente.

Muito simples entender o que pretendemos mostrar. Não existisse a dor, o que aconteceria com a mão esquecida sobre uma chapa incandescente? Como ficariam nossos pés se caminhássemos sobre espinhos? Se fôssemos insensíveis ao choque elétrico, que consequências adviriam?

Para a medicina da terra a dor física é um sintoma de alarme, apresentado pelo organismo, dizendo que algo não vai bem com o seu funcionamento. Vista desta forma, a dor física deixa de ser uma inimiga e passa a ser uma grande aliada do nosso organismo ou do nosso corpo, pois este autêntico alarme revela que devemos parar e nos cuidar, de forma a atenuar ou aliviar por completo a sua presença desagradável. A forma mais eficaz para evitar a recidiva de qualquer sofrimento é descobrir a sua causa. Quando descoberta, a criatura inicia toda uma vigilância a fim de não o provocar, agindo de forma a neutralizar a sua fonte geradora.

O mesmo devemos fazer com as nossas dores da alma, isto é, a dor moral, aquela que atinge diretamente o espírito, acima referidas, que se mostram, na maioria, de difícil erradicação, tendo em vista que também existe a necessidade de descobrir-se a causa, a sua origem, muitas delas não encontradas nesta vida, mas no passado reencarnatório, dificultando muito a sua descoberta para quem não for um médico ou um psicoterapeuta reencarnacionista.

Depois de encontrar os analgésicos para alívio da dor física, a medicina terrena moderna chegou à conclusão de que o sistema que dispara a dor física tem seu fulcro central na alma, no processo emocional que funciona em seu interior. Evidencia-se para a medicina dos homens que a dor física tem a sua origem no desajuste da alma, é uma enfermidade espiritual que Jesus, o Médico Excelente, veio tratar através de um medicamento chamado amor. Amar, eis o grande antídoto contra a dor do espírito, o medicamento que deve ser “ingerido” para neutralizar o seu surgimento. .

Fugir da dor, portanto, libertar-se do sofrimento são anseios buscados pelo espírito reencarnado, ou na erraticidade, ligados à Terra e ainda estigmatizados pela necessidade de incorporar ao seu conviver com o próximo, consigo mesmo e consequentemente com Deus os verdadeiros valores da vida. Com o advento da Doutrina Espírita, sabemos que tais valores se acham em estado embrionário em nosso íntimo mais profundo, carecendo de serem encontrados e trabalhados, porque temos, os espíritas, a melhor noção de que somos espíritos imortais, com um destino fatal - a perfeição. Este é um determinismo divino.

Vejamos, inicialmente, que a dor, seja física ou espiritual, é sofrida por quem a provoca e que nunca bate em porta errada. Não há por quê, em hipótese alguma, atribuir a terceiros a culpa de nossas dores, pois que elas resultam das atitudes, dos procedimentos, das ações praticadas contra a vida, ou, como queiram, contra Deus. Estivesse a dor fora de nossa realidade, estaríamos reencarnados em outro mundo.

Importa termos a consciência de que não é com o próximo que o ofensor contrai uma dívida, compromete-se, porque caso seja perdoado pelo ofendido, como ficaria a dívida contraída pelo ofensor? Sem resgate, sem pagamento? Assim sendo, saindo o ofendido com o seu perdão do ciclo energético negativo criado pelo ofensor, este será trazido às instâncias da Lei, de onde estiver, para aprender, através do mecanismo da dor, a não reincidir no mesmo erro. Desta forma, aqui na Terra, estamos aprendendo, em essência, a não errar mais.

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