AGRUPAMENTOS ESPÍRITAS
Emmanuel
Os agrupamentos espiritistas
necessitam entender que o seu aparelhamento não pode ser análogo ao das
associações propriamente humanas.
Um grêmio espírita cristão
deve ter, mais que tudo, a característica familiar, onde o amor e a
simplicidade figurem na manifestação de todos os sentimentos.
Em uma entidade doutrinária,
quando surgem as dissensões e lutas internas, revelando partidarismos e
hostilidades, é sinal de ausência do Evangelho nos corações, demonstrando-se
pelo excesso de material humano e pressagiando o naufrágio das intenções mais
generosas.
Nesses núcleos de estudo nenhuma realização se fará sem fraternidade e humildade legítimas, sendo imprescindível que todos os companheiros, entre si, vigiem na boa vontade e na sinceridade, a fim de não transformarem a excelência de seu patrimônio espiritual numa reprodução dos conventículos católicos, inutilizados pela intriga e pelo fingimento.
O GRUPO REAJUSTADO
Irmão
X
Instalara-se o grupo de
aprendizes do Evangelho, rogando trabalho.
Alfredo Saraiva, o
farmacêutico do bairro, foi aclamado dirigente. Olímpico Caramuru e Otávio
Mafra, dois comerciários prestigiosos, prometiam cooperar. Dona Ofélia e Adão
Cunha, velho casal da esquina, suspiravam pelas sessões. Dona Amanda e Dona
Gertrudes ofereciam serviços mediúnicos. Dona Generosa, viúva desde muito tempo,
alegava a necessidade de oração. João Pires, o dono da casa, não cabia em si de
contente.
Nove pessoas ao todo.
Depois da prece inaugural,
manifesta-se Irmã Clara, através das faculdades de Dona Amanda. Afirma-se
confortada, feliz. A formação do conjunto repercutira no Além.
Instrutores amigos haviam
registrado os votos da pequena comunidade. Os companheiros haviam pedido
trabalho e o trabalho não faltaria. Em nome de vários mentores espirituais, ali
se achava igualmente interessada em servir. O grupo bem afinado funcionaria
como valiosa instrumentação para o socorro celeste. Ninguém receasse. Bastariam
a boa vontade, a fé, o amor. Esperava, assim, a harmonização de todos num só
objetivo: o objetivo de espalhar o bem. Em torno deles, surgiam a ignorância e
a miséria, gerando o sofrimento. Poderiam fazer muito. Distribuiriam consolação,
esclarecimento, esperança.
As reuniões começaram
animadamente. Depois da prece, a leitura evangelizante. Textos preciosos,
aconselhando esforço e diligência no bem.
Entretanto, o pessoal
parecia não ouvir. Tão logo se incorporava Irmã Clara, principiavam as queixas
e petições. Dona Gertrudes pedia assistência para o marido, gozador do mundo,
que estimava na descrença e no sarcasmo a sua razão de ser.
Saraiva pedia passes contra
o reumatismo. Caramuru insistia por alguma proteção ao estabelecimento em que
se mantinha empregado. Iniciada outra reunião, Dona Ofélia queria um remédio
para a renitente dor de cabeça. Cunha solicitava ajuda para a sua loja de
armarinho. Precisava de fregueses. Os tempos andavam bicudos. E os impostos subiam,
constringentes. Dona Generosa perseverava implorando uma comunicação direta com
o filho desencarnado.
Irmã Clara, espírito afável
e benevolente, amparava a todos como podia.
Valorosa e otimista, voltava
ao intercâmbio, de semana a semana; todavia, o ambiente era o mesmo. Mafra
lembrava a necessidade de receber uma indicação eficaz para a perna direita.
Desde que fora abalroado por um automóvel, vivia capengando. Pires rogava
passes para dois tios que se achavam em desalento. Quando a mensageira ocupava
o aparelho mediúnico de Dona Gertrudes, Dona Amanda reclamava:
-Eu também sou filha de
Deus.
E descontava as noites em
que não podia incomodar a benfeitora. Pedia recursos contra a sua antiga doença
do estômago, deprecava proteção para dois netos endiabrados na escola, rogava
concurso para a filha, obrigada a suportar um esposo rixento e infiel.
Irmã Clara recorria à lei
das provas. Asseverava o impositivo da luta, indispensável ao aperfeiçoamento.
Reportava-se ao próprio Cristo que não pudera furtar-se à cruz. Os circunstantes
comoviam-se. Dona Ofélia e Dona Gertrudes enxugavam lágrimas de emoção.
Reconstituída porém a
assembleia, continuava o petitório. Caramuru dizia-se fatigado! Não se
aguentava sobre as pernas. Dona Amanda lamentava-se da gastrite.
Mafra declarava-se cada vez
mais coxo.
Quando o grupo completou o
décimo aniversário de existência, a orientadora espiritual notificou que
tentaria começar a obra da caridade do círculo. Reuniria os pensamentos dos
amigos numa só vibração de otimismo e confiança, em favor da velha irmã
enferma. Deviam estar habilitados à prestação do auxílio. Que todos orassem e
se fortalecessem, mentalmente, cooperando.
Chegada a noite do serviço,
Clara compareceu, esperançosa. Pela primeira vez, a protetora pediu. Rogou a
todos a necessária concentração espiritual de energias, em benefício da doente.
Ela, Clara, seria a portadora das forças curativas para a pobrezinha.
Quando, porém, se preparava
para a tarefa, eis que Dona Ofélia solicitou um passe para a dor de cabeça.
Dona Generosa reclamou a mensagem que aguardava.
Saraiva perguntou se poderia
usar o iodo em doses mais altas. Dona Amanda asseverou que o genro se fizera
insuportável, implorando, por isso, algum trabalho de desobsessão.
Antes da prece final, o
dirigente indagou:
-O benefício à nossa enferma
ausente foi realizado, irmã?
Clara, gentil, explicou que
não. Não conseguira. O grupo estava cheio de necessidades e dores. Alguma peça,
ali, funcionava mal. Traria, por essa razão, um inspetor.
Realmente, na sessão
seguinte, o inspetor apareceu. O Irmão Cláudio incorporou-se em Dona Gertrudes
e falou, firme:
-Meus amigos, o Espiritismo
é Doutrina de progresso. Durante dez anos consecutivos, vocês foram auxiliados
para aprenderem a auxiliar.
-Sim, sim... - comentou
Saraiva, desapontado.
-Irmã Clara está conosco.
-Reconheço – ajuntou o
visitante, sem agressividade – reconheço que nossa amiga é um raro exemplar de
carinho e paciência; entretanto, segundo me parece, a Lei que extinguiu o
cativeiro no Brasil é de 13 de maio de 1888. Clara é nossa irmã. Não é escrava.
Esqueçamo-nos um pouco. Arejemos a cabeça para que o coração consiga trabalhar.
Quem realmente pratica o dom da caridade, encontra caridade para si.
O silêncio pesou por
minutos.
-Que mais nos aconselha,
amigo?
-Tudo está dito – esclareceu
Cláudio, sem afetação.
-Que Deus esteja conosco! -
falou Saraiva, solene.
O instrutor fixou um gesto
de despedida e rematou:
-Que Deus permanece conosco
não há dúvida. É preciso saber, porém, se estamos, de nossa parte, com Deus.
Cláudio retirou-se e Irmã
Clara voltou a entender-se com os amigos. Mas, naquela noite, o quadro surgia
outro. Dona Generosa silenciou sobre a vinda do filho.
Mafra resignou-se com o
defeito físico. Dona Amanda não se referiu à úlcera gástrica.
Saraiva conformou-se com o
reumatismo. Caramuru nada pediu para a casa em que trabalhava. Cunha esqueceu a
loja. Dona Ofélia aliviara a cabeça. Pires, calado, parecia enfim satisfeito
com a sorte dos familiares.
Terminada a reunião, o
diretor perguntou com humildade à mentora da casa se tudo estava bem.
Irmã Clara, paciente,
informou:
-Creio que o nosso inspetor
resolveu o problema. Graças a Deus!
E todos os companheiros,
preocupados, repetiram a uma voz:
– Graças a Deus!
GRUPO NO GRUPO
Albino
Teixeira
A família espírita, em cuja
intimidade cooperas na seara da Verdade e do Bem,
aguarda sejas para ela:
o concurso no trabalho e o
alívio na provação;
o equilíbrio nos instantes
alegres e a escora nos tempos difíceis;
a mensagem de estímulo, na
obra em realização, e a palavra de bênção, na travessia dos obstáculos;
o refúgio de paz e o apoio
fraterno;
a observação compreensiva e
a amizade real.
Assim é, porque se um Grupo
Espírita é um templo aberto à necessidade e à indagação de todas as criaturas,
o grupo de trabalho que persevera dentro dele é diferente; essa equipe de
corações, aos quais nos agregamos para servir, é comumente o grupo de nossas
afinidades, afetos e desafetos que trazemos de existências passadas, que nem
sempre estão associados a nós pelos laços consanguíneos, mas até agora jungidos
ao nosso espírito por vínculos magnéticos. É nesse grupo íntimo que encontramos
grandes alegrias e grandes dores, consolações e desafios, facilidades e empeços,
tesouros de amor e testes de burilamento moral, entre os quais ser-nos-á possível
aproveitar o tempo, com mais segurança, ressarcindo erros e aprimorando qualidades
que nos facilitem acesso às vanguardas de luz.
CONJUNTO
Emmanuel
“Pai, aqueles que me deste
quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo...”. Jesus – João,
(17:24).
“Arme-se a vossa falange de
decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!”. - Cap.
XX, 40.
Num templo espírita-cristão,
é razoável anotar que todo trabalho é ação de conjunto.
Cada companheiro é indicado
à tarefa precisa; cada qual assume a feição de peça particular na engrenagem do
serviço, sem cuja cooperação os mecanismos do bem não funcionam em harmonia.
Indispensável apagar-nos
pelo brilho da obra.
Na aplicação da
eletricidade, congregam-se implementos diversos, mas interessa, acima de tudo,
a produção da força, e, no aproveitamento da força, a grande usina é um
espetáculo de grandeza, mas não desenvolve todo o concurso de que é suscetível,
sem a tomada simples.
Necessário, assim, saibamos
reconhecer por nós mesmos o que seja essencial a fazer pelo rendimento digno da
atividade geral.
Orientando ou colaborando,
em determinadas ocasiões, a realização mais importante que se nos pede é o
esclarecimento temperado de gentileza ou a indicação paciente e clara da
verdade ao ânimo do obreiro menos acordado, na edificação espiritual. Noutros
instantes, a obrigação mais valiosa que as circunstâncias nos solicitam é o
entendimento com uma criança, a conversa fraternal com um doente, a limpeza de um
móvel ou a condução de um fardo pequenino.
Imprescindível, porém,
desempenhar semelhantes incumbências, sem derramar o ácido da queixa e sem
azedar o sentimento na aversão sistemática. Irritar-se alguém, no exercício das
boas obras, é o mesmo que rechear o pão com cinzas.
Administrar amparando e obedecer,
efetuando o melhor!...
Em tudo, compreender que o
modo mais eficiente de pedir é trabalhar e que o processo mais justo de
recomendar é fazer, mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta,
entendendo que benfeitorias e providências são recursos preciosos para nós mesmos.
Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais uns dos outros.
O Universo é sustentado na
base da equipe. Uma constelação é família de sóis. Um átomo é agregado de
partículas.
Nenhum de nós procure
destaque injustificável.
Na direção ou na
subalternidade, baste-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos
assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre. O coração,
motor da vida orgânica, trabalha oculto e Deus, que é para nós o Anônimo Divino,
palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.
SEARA ESPIRITA
Emmanuel
“Porque cada árvore se
conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos no espinheiro, nem
uvas nos abrolhos”. – Jesus (Lucas 6:44).
“É assim, meus irmãos, que deveis
julgar examinando as obras. Se os que se dizem investidos de poder divino
revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais
alto grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a
bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras apresentam os atos,
podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus”. – Cap. XXI, 8.
Penetrando a seara espírita,
rememora o Cristianismo Redivivo, que se lhe configura nas menores atividades,
e não te circunscrevas à expectação.
Em semelhante campo de fé,
sem rituais e sem símbolos, sem convenções e sem exigências, descobrirás
facilmente os recomendados do Senhor, a surgirem naqueles companheiros cujas
dificuldades ultrapassam as nossas.
Pleiteias a mensagem dos
entes queridos que te antecederam na viagem do túmulo, entretanto, basta
procures e divisarás amigos diversos que não somente perderam a presença de
seres inesquecíveis, mas também as possibilidades primárias da intimidade
doméstica.
Solicitas proteção para os
filhos educados nos primores de tua bênção, agora em obstáculos inquietantes no
estudo ou na profissão, contudo distinguirás ao teu lado, pais valorosos e
incapazes de aliviar as necessidades singelas dos rebentos da própria carne,
sem a assistência do amparo público.
Diligencias a cura da
enfermidade ligeira que te apoquenta e contemplarás muitos daqueles que trazem
moléstias irreversíveis, para os quais chega uma frase de esperança, a fim de
louvarem as dores da própria vida.
Pedes, mentalmente, arrimo à
solução de negócios materiais que te propiciem finanças mais dilatadas, no
entanto, surpreenderás os pés desnudos de irmãos que vieram de longe, à busca
de um simples pensamento confortador, vencendo, passo a passo, largas
distâncias, por lhes faltar qualquer recurso para o custeio da condução.
Rogas conselho em assunto
determinado, não obstante o arsenal dos conhecimentos de que dispões, todavia,
reconhecerás, frente a frente, amigos diversos que nunca tiveram, em toda a
existência física, a bendita oportunidade de um livro às mãos.
Se o Plano Superior já te
permite pisar na seara espírita não te limites à prece.
Todos os tipos de rogativa
que se voltem para o Bem Infinito são respeitáveis, no entanto, pensa em nosso
Divino Mestre que orou auxiliando e realiza algo de bom, em favor dos irmãos em
Humanidade, que Ele mesmo nos apresenta.
Espiritismo é Cristianismo e
Cristianismo quer dizer Cristo em nós para estender o Reino de Deus e servir em
seu nome.
ESPIRITUAIS
Eugênio
S. Brito
Examinando os variados
setores de nossas atividades e encarecendo o valor da contribuição dos diversos
amigos que colaboram conosco, é preciso salientar o esforço dos Espíritos
Arquitetos em nossa equipe de trabalhos habituais.
Em cada reunião espírita,
orientada com segurança, temo-los prestativos e operantes, eficientes e unidos,
manipulando a matéria mental necessária à formação de quadros educativos.
Simplifiquemos o assunto,
quanto seja possível, para compreender a necessidade de nosso auxílio a esses
obreiros silenciosos.
Aqui, como em toda parte
onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins determinados, existe na
atmosfera-ambiente um centro mental definido, para o qual convergem todos os
pensamentos, não somente nossos, mas também daqueles que nos comungam as tarefas
gerais.
Esse centro abrange vasto
reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem os trabalhadores a que nos
referimos, na extração dos recursos imprescindíveis à criação de
formas-pensamentos, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas semi-inteligentes,
com vistas à transformação dos companheiros dementados que intentamos socorrer.
Uma casa como a nossa será,
inevitavelmente, um pouso acolhedor, abrigando, em nossos objetivos de
confraternização, os amigos desencarnados, enfermos e sofredores, a se
desvairarem na sombra.
Para que se recuperem, é
indispensável recebam o concurso de imagens vivas sobre as impressões vagas e
descontínuas a que se recolhem. E para esse gênero de colaboração especializada
são trazidos os arquitetos de Vida Espiritual, que operam com precedência em
nosso programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes
que devem ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos
psicológicos, a fim de que em nosso santuário sejam criados, temporariamente embora,
os painéis movimentados e vivos, capazes de conduzi-los à metamorfose mental,
imprescindível à vitória do bem.
É assim que, aqui dentro, em
nossos horários de ação, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais,
escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros
desencarnados se sintam como que tornando à realidade pregressa, através da
qual se põem mais facilmente ao encontro de nossas palavras, sensibilizando- se
nas fibras mais íntimas e favorecendo-nos, assim, a interferência que deve ser
eficaz e proveitosa.
Delitos, dificuldades,
problemas e tragédias que ficaram à distância, requisitam dos nossos
companheiros da ilustração espiritual muito trabalho para que sejam devidamente
revisionados, objetivando-se o amparo a todos aqueles que nos visitam, em obediência
aos planos traçados de mais alto.
É assim que as forças
mento-neuro-psíquicas de nosso agrupamento são manipuladas por nossos
desenhistas, na organização de fenômenos que possam revitalizar a visão, a
memória, a audição e o tato dos Espíritos sofredores, ainda em trevas mentais.
Espelhos ectoplásmicos e
recursos diversos são também por eles improvisados, ajudando a mente dos nossos
amigos encarnados, que operam na fraseologia assistencial, dentro do Evangelho
de Jesus, a fim de que se estabeleça perfeito serviço de sintonia, entre o
necessitado e nós outros.
Para isso, porém, para que a
nossa ação se caracterize pela eficiência, é necessário oferecer-lhes o melhor
material de nossos pensamentos, palavras, atitudes e concepções.
Toda a cautela é
recomendável no esforço preparatório da reunião de intercâmbio com os
desencarnados menos felizes, porque a ela comparecemos, na condição de
enfermeiros e instrutores, ainda mesmo quando não tenhamos, em nosso campo de
possibilidades individuais, o remédio ou o esclarecimento indispensáveis.
Em verdade, contudo, através
da oração, convertemo-nos em canais do socorro divino, apesar da precariedade
de nossos recursos, e, em vista disso, é preciso haja de nossa parte muita
tranquilidade, carinho, compreensão e amor, a fim de que a colaboração dos
nossos companheiros arquitetos encontre em nós base segura para a formação dos
quadros de que nos utilizamos na obra assistencial.
Nossa palavra é simplesmente
a palavra de um aprendiz. Achamo-nos entre os mais humildes recém-vindos à lide
espiritual, mas, aproveitando as nossas experiências do passado, tomamos a
liberdade de palestrar, comentando alguns dos aspectos de nossa sementeira e de
nossa colheita, que funcionam todos os dias, conforme o ensinamento imortal do
Senhor:
-”A cada um por suas obras”.
PRÁTICA
Emmanuel
Pergunta 372. - Como
deveremos entender a sessão espírita?
Resposta – A sessão espírita
deveria ser, em toda parte, uma cópia fiel do cenáculo fraterno, simples e
humilde do Tiberíades, onde o Evangelho do Senhor fosse refletido em espírito e
verdade, sem qualquer convenção do mundo, de modo que, entrelaçados todos os
pensamentos na mesma finalidade amorosa e sincera, pudesse a assembleia
constituir aquela reunião de dois os mais corações, em nome do Cristo, onde o
esforço dos discípulos será sempre santificado pela presença do seu amor.
Pergunta 373. - Como deve
ser conduzida uma sessão espírita, de sua abertura ao encerramento?
Resposta – Nesse sentido, há
que considerar a excelência da codificação Kardequiana; contudo, será sempre
útil a lembrança de que as reuniões doutrinárias devem observar o máximo de
simplicidade, como as assembleias humildes e sinceras do Cristianismo
primitivo, abstendo-se de qualquer expressão que apele mais para os sentidos
materiais que para a alma profunda, a grande esquecida de todos os tempos da Humanidade.
MÃOS À OBRA
Emmanuel
“Que fareis, pois, irmãos?
Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem
língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Paulo. (I Cor.,
14:26).
A igreja de Corínto lutava
com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação
aqui transcrita.
O conteúdo da carta
apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas
podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos
cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.
Quase sempre notamos intensa
preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.
Alguns núcleos costumam
paralisar atividades quando não dispõem de médiuns adestrados.
Por quê?
Médium algum solucionará, em
definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros.
Nossa tarefa espiritual
seria absurda se estivesse circunscrita a frequência mecânica de muitos, a um
centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.
Convençam-se os discípulos
de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se
movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete.
Ninguém alegue ausência de
novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme
decisão do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.
Quando vos reunirdes,
lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já
sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento
indispensável.
LUTAS NA EQUIPE
Emmanuel
Qual ocorre na turma de
escola, o atormentado momento da auscultação de valores chega sempre para a
equipe de ação espiritual.
No estabelecimento de
ensino, é o exame periódico das matérias professadas.
No grupo de realizações da
alma é o tempo de provação a se definir por expressões diversas.
Perplexidade é desequilíbrio
nos setores mais altos do ideal.
Laboriosa travessia de
atoleiros do sentimento.
Verificação de pontos
fracos.
Contagem de perdas e danos
depois dos acidentes de natureza moral.
Chegada a ocasião perigosa,
ouvem-se escapatórias apressadas:
-Não tenho culpa.
-Não é comigo.
-Estou fora.
-Nada sei.
A organização se converte
para logo em viveiro de farpas magnéticas, conturbando e ferindo os próprios
componentes.
Entretanto, é preciso contar
com isso.
Construção exige marteladas.
Aprendizado pede
demonstrações.
Obstáculo é o metro da
resistência.
Tribulação é cadinho da fé.
Nem azedume, nem irritação.
No instante do testemunho,
saibamos simplesmente reparar o caminho estragado e seguir adiante.
Hora de mais luz é também
hora de mais trabalho para que a paz se estabeleça.
Imunizemos o grupo contra a
perturbação, acusando a nós mesmos, acentuando a nossa responsabilidade e
aprendendo com o fracasso.
Somos ainda no mundo
Espíritos imperfeitos e, sem a dificuldade, de nenhum modo conseguiríamos
segurança e autossuperação.
Convençamo-nos de que a
crise é a mestra da experiência e sem experiência, em qualquer empresa
edificante da Terra, é impossível melhorar e compreender, servir e perseverar
EVANGELIZAÇÃO
Emmanuel
Todos os estudiosos que
solicitam de amigos do Além um roteiro de orientação não devem esquecer o
Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada coração deve beber o divino
ensinamento para a marcha evolutiva.
Habitualmente, invoca-se a
velhice de sua letra e a repetição de seus enunciados. O Espírito do Evangelho
de Cristo, porém, é sempre a luz da vida.
Determinados companheiros
buscam justificar o cansaço das fórmulas, alegando que em Espiritismo, temos
obras definitivas da revelação, com o sabor de novidade preciosa, em matéria de
esclarecimento geral e esforço educativo. O Evangelho, todavia, é como um Sol
de espiritualidade. Todas essas obras notáveis dos missionários humanos, na sua
tarefa de interpretação, funcionam como telescópios, aclarando-lhe a grandeza.
É que a sua luz se dirige à atmosfera interior da criatura, intensificando-se
no clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.
A missão do Espiritismo é a
do Consolador, que permanecerá entre os homens de sentimento e de razão
equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma esfera superior.
Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos tempos modernos, as
penosas desarmonias do homem físico do planeta, estabelece o Consolador a
renovação dos valores mais íntimos da criatura e não poderá executar a sua
tarefa sagrada, na hipótese de seus trabalhadores abandonarem o esforço
próprio, no sentido de operar-se o reajustamento das energias morais de cada
indivíduo.
A capacidade intelectual do
homem é restrita ao seu aparelhamento sensorial; todavia, a iluminação de seu
mundo intuitivo o conduz aos mais elevados planos de inspiração, onde a
inteligência se prepara, em face das generosas realizações que lhe compete
atingir no imenso futuro espiritual.
A grande necessidade, ainda
e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários da causa da
verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades regeneradoras,
aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na redenção humana, não se
efetua sem a cooperação legítima, cuja base é o esclarecimento sincero, mas também
é a abnegação, em que o discípulo sabe ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.
Para a generalidade dessa
orientação moral faz-se indispensável que todos os centros de estudo
doutrinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico, a fim de que a
mentalidade geral se aplique à luta da edificação própria, sem fetichismos e
sem o apoio temporal de forças exteriores, mesmo porque se Jesus convocou ao
seu coração magnânimo todos os que choram com o “vinde a mim, vós os que
sofreis”, também asseverou “tomai a vossa cruz e segui-me!...”, esclarecendo a
necessidade de experiências edificantes no círculo individual.
Resumindo, somos compelidos
a concluir que, em Espiritismo, não basta crer. É preciso renovar-se. Não basta
aprender as filosofias e as ciências do mundo, mas sentir e aplicar com o
Cristo.
NA LEIRA DIVINA
Emmanuel
No templo do Evangelho,
surgem obreiros de variada expressão...
Os oportunistas que se fazem
negociantes.
Os ociosos que se fazem
discutidores.
Os revoltados que se fazem
azedos.
Os tristes que se fazem
inoperantes.
Os maledicentes que se fazem
inúteis.
Os orgulhosos que se fazem
negativistas.
Os desanimados que se fazem
estéreis.
Os rebeldes que se fazem
doentes.
Os críticos que se fazem
inquisidores.
Os vaidosos que se fazem
ingratos.
Todavia, o Celeste Semeador,
no santuário de sua bênção, conta com os servos infatigáveis do amor puro que,
à distância da discórdia e da sombra, se consagram à construção da mente melhor
para a Vida Melhor.
São esses os obreiros que
não se fazem isso ou aquilo, mas que fazem a Vontade Divina, para que o Senhor
se faça em todos, plasmando a verdadeira felicidade de cada um.
TENTATIVA E APRENDIZADO
Irmão
Jacob
Depois de variadas
experiências, vim a Pedro Leopoldo pela primeira vez, após a libertação.
Como se me afigurou
diferente o grupo que eu visitara, em agosto de 1937, em companhia do meu
prezado Watson!
A casa humilde estava
repleta de gente desencarnada.
Os companheiros, ao redor da
mesa, eram poucos. Não excedia de vinte o número de pessoas no recinto. As
paredes como que se desmaterializavam, dando lugar a vasto ajuntamento de almas
necessitadas, que o orientador da casa, com a colaboração de muitos
trabalhadores, procurava socorrer com a palavra evangélica.
Entrei, ladeando três
irmãos, recebendo abraços acolhedores.
Notando os cuidados do
dirigente, prevendo as particularidades da reunião, recordei os Espíritos
controladores a que se referem comumente nossos companheiros da Inglaterra.
Estávamos perante equilibrado
diretor espiritual.
Todas as experiências e
realizações da noite permaneciam programadas.
Incontáveis fios de
substância escura partiam, como riscos móveis, das entidades perturbadas e
sofredoras, tentando atingir os componentes da pequena assembleia de
encarnados, mas, sob a supervisão do mentor do grupo, fez-se belo traço de luz,
em torno do quadrado a que vocês se acolhiam, traço esse que atraía as emanações
de plúmbea cor, extinguindo-as.
Explicou-me um amigo que as
pessoas angustiadas, sem o corpo físico, projetam escuros apelos, filhos da
tristeza e da revolta, nas casas de fraternidade cristã em que se improvisam
tarefas de auxílio.
Enquanto vocês oravam e
atendiam a solicitações entre os dois mundos, observei que trabalhadores
espirituais extraíam de alguns elementos da reunião grande cópia de energias
fluídicas, aproveitando-as na materialização de benefícios para os desencarnados
em condições dolorosas.
Não pude analisar toda a
extensão do serviço que aí se processava, mas esclareceu-me dedicado
companheiro que em todas as sessões de fé religiosas, consagradas ao bem do
próximo, os cooperadores dispostos a auxiliar com alegria são aproveitados
pelos mensageiros dos planos superiores, que retiram deles os recursos magnéticos
que Reichenbach batizou por “forças ódicas”, convertendo-os em utilidades preciosas
para as entidades dementes e suplicantes. Minha mente, contudo, interessava- se
na aproximação com o médium, fixa na ideia de valer-se dele para contato menos ligeiro
com o mundo que eu havia deixado.
NA TAREFA DE EQUIPE
André
Luiz
Meu amigo:
Não tema, nem receie.
O timoneiro do barco é o
Senhor. Coloquemos sobre o leme as nossas mãos e esperemos, nele.
O trabalho é delicado na
administração, mas se a glória humana pertence àqueles que a procuram, a
humildade divina é dos corações que a buscam.
Despreocupados do império do
“eu”, alcançaremos o Reino de Deus.
O discípulo fiel não pede,
nem rejeita. Aceita as determinações do Senhor, com deliberação ardente de
obedecer para maior exaltação de quem tudo nos deu.
Continuemos, assim, de
esperanças entrelaçadas.
O amor do amigo verdadeiro
desce abaixo das raízes ou se eleva acima das estrelas. Por isso, o Mestre
chamou “amigo” aos aprendizes da hora primeira.
Nossa união tem imperativos
a que não poderemos fugir. Subiremos com a graça celeste. Não descansaremos,
até que todos respirem no cimo do monte.
O cascalho do personalismo
excessivo ainda é o grande impedimento da jornada. Demora-se nas bases da senda
e por isso mesmo nos dilacera. Contudo, ainda que nossos pés sangrem na
estrada, recordar-nos-emos de que Jesus lavou os pés dos discípulos e
purificou-os.
Haja mais amor nos corações
para que o rio das dádivas transite no santuário, sem prejuízo do bem coletivo.
Até mesmo para receber a felicidade é preciso preparação.
Sem vaso adequado, os bens
do Alto se contaminam com as perturbações do campo inferior, qual acontece à
gota diamantina que se converte em lama quando cai na poeira da Terra.
Grande é a missão do templo
do bem; e os irmãos que oficiam em seus altares não lhe podem esquecer as
finalidades sublimes.
“Muito se pedirá àquele que
muito recebeu”.
E o nosso grupo não se
constitui ao acaso.
Trabalhemos servindo ao bem,
com esquecimento de todo mal.
Atendamos, ainda e sempre,
aos nossos deveres do primeiro instante, com lágrimas de alegria. Não nos
arrependeremos de haver renunciado. E possuiremos conosco, mais tarde, o
supremo júbilo de reconhecer quão doce é o jugo do Senhor, porquanto, em
companhia d ́Ele, muito leve e sublime é o peso de nossos pequeninos trabalhos
na Causa da Humanidade.
CONCENTRAÇÃO MENTAL
André
Luiz
Amigos, muito se fala em
concentração mental.
Círculos de fé concentram-se
em apelos intempestivos ao Cristo.
Concentram-se companheiros
de ideal com impecável silêncio exterior, sustentando inadequado alarido
interno.
No entanto, é forçoso
indagar de nós mesmos que recursos estaremos reunindo.
Simplesmente palavras ou
simplesmente súplicas?
Sabemos que o justo requerimento
deve apoiar-se no direito justo.
Situando a cabeça entre as
mãos, é imprescindível não esquecer que nos cabe centralizar em semelhante
atitude os resultados de nossa vida cotidiana, os pequeninos prêmios adquiridos
na regeneração de nós mesmos e as vibrações que estamos espalhando ao longo de
nosso caminho.
É por isso que oferecemos,
despretensiosamente, aos companheiros alguns lembretes, que consideramos de
importância na garantia de nossa concentração espiritual.
1o – Não olvide, fora do
santuário de sua fé, o concurso respeitável que compete a você dentro dele.
2o – Preserve seus ouvidos
contra as tubas da calúnia ou da maledicência, sabendo que você deve escutar
par a construção do bem.
3o – Não empreste seu verbo
a palavras indignas, a fim de que as sugestões da Esfera Superior lhe encontre
a boca limpa.
4o – Não ceda seus olhos à
fixação das faltas alheias, entendendo que você foi chamado a ver para
auxiliar.
5o – Cumpra o seu dever cada
dia, por mais desagradável ou constrangedor lhe pareça, reconhecendo que a
educação não surge sem disciplina.
6o – Aprenda a encontrar
tempo para conviver com os bons livros, melhorando os próprios conhecimentos.
7o – Não se entregue à
cólera ou ao desânimo, à leviandade ou aos desejos infelizes, para que a sua
alma não se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da oração.
8o – Caminhe no clima do
otimismo e da boa vontade para com todos.
9o – Não dependure sua
imaginação no cinzento cabide da queixa e nem mentalize o mal de ninguém.
10o – Cultive o auxílio
constante e desinteressado aos outros, porque, no esquecimento do próprio “eu”,
você poderá então concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que,
desse modo, o seu pensamento erguer-se-á, vitorioso, para servir em nome de
Deus.
O ESPÍRITA NA EQUIPE
Emmanuel
Numerosos companheiros
estarão convencidos de que integrar uma equipe de ação espírita se resume em
presenciar os atos rotineiros da instituição a que se vinculam e resgatar
singelas obrigações de feição econômica. Mas não é assim. O espírita, no conjunto
de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar
em sintonia com os elevados objetivos da máquina.
Um templo espírita não é
simples construção de natureza material.
É um ponto do Planeta onde a
fé raciocinada estuda as leis universais, mormente no que se reporta à
consciência e à justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser.
Lar de esclarecimento e
consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração que lhe
compõe a estrutura moral se assemelha a peça viva de amor na sustentação da
obra em si.
Não bastará freqüentar-lhe
as reuniões.
É preciso auscultar as
necessidades dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução.
Respeitar a orientação da
casa, mas também contribuir, de maneira espontânea, com os dirigentes, na
extinção de censuras e rixas, perturbações e dificuldades, tanto quanto
possível no nascedouro, a fim de que não se convertam em motivos de escândalo.
Falar e ouvir
construtivamente.
Efetuar tarefas consideradas
pequeninas, como sejam: sossegar uma criança, amparar um doente, remover um
perigo ou fornecer uma explicação, sem que, para isso, haja necessidade de
pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o espírita é chamado a
colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos,
estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno da exigência individual.
Todos nós, encarnados e
desencarnados, comparecemos no templo espírita no intuito de receber o concurso
dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor esperam
igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperação com
eles será sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.
GRUPO EM CRISE
Emmanuel
“Se permanecerdes em mim e
as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será
feito”. Jesus – (João, 15:7).
Habitualmente, quando as
tarefas de uma equipe consagrada ao serviço do bem parecem devidamente
estabilizadas, a crise explode.
Desequilibra-se o clima das
boas obras e a tempestade ruge.
Desentendem-se irmãos na
sombra da discórdia, quando mais necessária se faz a luz da harmonia.
Edificações que se figuravam
consolidadas apresentam brechas arrasadoras.
Todo o esquema das
realizações em andamento se mostra superficialmente comprometido.
Afastam-se companheiros de
posições importantes, deixando claros difíceis de preencher.
Esses são os dias de exame,
em que a ventania da crítica esbraveja em torno de nós, experimentando-nos a
segurança da construção. E esses são igualmente os dias para a serenidade
maior. Diante deles, nada de irritação, nem de desânimo.
Reunirmo-nos, mais
estreitamente uns aos outros na fidelidade ao trabalho, a fim de conjurar
perigos maiores, é o nosso dever.
Urge consertar a máquina de
ação, como pudermos, dentro de todos os recursos lícitos, à maneira dos
ferroviários que restauram a locomotiva descarrilada e, depois de colocá-la em
condições de serviços nos trilhos justos, seguir para a frente.
Nem acusações, nem lamentos.
Trabalhar com mais ardor,
esquecendo o mal e lembrando o bem.
Restabelecer a união e
avançar adiante.
Compreender que as horas
para a fé não são aquelas do Sol rutilando no firmamento azul, mas precisamente
aquelas outras em que as nuvens despejam ameaças de algum lugar do Céu.
Todos encontramos
dificuldades no caminho em que transitamos.
Sempre que chamados a
servir, é forçoso recordar que estamos carregando encargos que a Divina
Providência nos confiou, no bem de todos.
E, cuidando de satisfazer
aos Desígnios de Deus, sejam quais forem os riscos e tropeços com que sejamos
defrontados, estejamos convencidos de que Deus cuidará de nós.
NO GRUPO ESPIRITA
Emmanuel
“Porque, onde estiverem dois
ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Jesus (Mateus, 18:20).
Compreendendo-se que cada
obreiro da seara espírita cristã se incube de tarefa específica, é forçoso
indagar, de quando em quando, a nós mesmos, o que somos, no grupo de trabalho a
que pertencemos:
Uma chave de solução nos
obstáculos ou um elemento que os agrava?
Um companheiro assíduo às
lições ou um assistente que, por desfastio, aparece de vez em vez?
Um amigo que compreende e
ajuda ou um crítico inveterado que tudo complica ou desaprova?
Um bálsamo que restaura ou
um cáustico que envenena?
Um enfermeiro consagrado ao
bem da comunidade ou um doente que deva ser tolerado e tratado pelos demais?
Um manancial de auxílio ou
uma charneca deserta sem benefícios para ninguém?
Um apoio nas boas obras ou
uma brecha para a influência do mal?
Uma planta frutífera ou um
parasito destruidor?
Um esteio da paz ou um
veículo da discórdia?
Uma bênção ou um problema?
Façamos semelhante
observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamos simplesmente na
Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.
PRECE
Emmanuel
Senhor:
Esta é uma das casas que nos
deste à oração para que a tua bênção nos clareie o caminho.
Ensina-nos a construir
dentro dela o lar de nossos corações, em cuja doce intimidade aprendamos de ti
a bondade e a renúncia, o devotamento e a compaixão.
Que dela faças um lugar
consagrado ao teu serviço, onde estejamos contigo, de alma descerrada aos
sofrimentos e necessidades do próximo, a fim de que os nossos irmãos de
humanidade aqui te encontrem a Celeste Presença.
Ajuda-nos a exaltá-la,
através do respeito à nossa própria consciência para que ela seja dignificada
na veneração dos outros.
Discípulos do Espiritismo
que te restauram na Terra a Doutrina da Luz, faze-nos compreender que o Centro
Espírita é um templo de trabalho educativo e de solidariedade humana, onde a
honra do teu nome está empenhada em nossas mãos.
Induze-nos à concórdia e à
simplicidade, para que a separação e o orgulho não nos arrojem às trevas.
Desperta-nos o sentimento e
o raciocínio em tuas lições, para que tenhamos o coração e o cérebro
sintonizados no verdadeiro bem, escalando os degraus da caridade e da cultura
no rumo da Sabedoria e do Amor que nos aguardam na imortalidade vitoriosa.
Senhor, não desconhecemos
que os nossos próprios enganos podem obscurecer-nos o entendimento,
imobilizando-nos os passos nos labirintos da sombra.
Auxilia-nos, assim, a
cultivar o caráter acima da convicção e o exemplo acima das palavras.
Mergulha as raízes da nossa
existência nas águas de tua misericórdia, para que a fraternidade frutifique em
nossos dias e inspira-nos a humildade para que não vivamos distraídos na
ilusão.
Concede-nos a alegria
incessante do serviço, a fim de que sejamos agradecidos ao suor e às lágrimas
dos companheiros que lutaram e sofreram, antes de nós, para que este santuário
se erga em teu nome e compadece-te de nossas mãos no arado de nossos deveres,
para que sejamos fiéis à tua confiança, hoje e sempre.
Assim seja.
INSTRUÇÃO ESPÍRITA
Emmanuel
Escola benemérita, o templo
espírita é um lar de luz, aberto à instrução geral para o entendimento das leis
que regem os fenômenos da evolução e do destino.
Cada irmão de ideal, entre
as paredes que lhe demarcam o recinto, quando se pronuncia no grau do
conhecimento que já conquistou, é comparável ao professor que fala da cátedra
que lhe pertence para a edificação dos alunos.
E não se diga que um
instituto terrestre de ensino usual, onde sejam pagas as explicações
professadas em aula, seja mais importante.
A matemática é instrumento
inseparável da ciência para que se meça a propriedade das grandezas, mas, sem a
educação do caráter, é possível de transformar- se em delírio de cálculos para
a destruição.
A lingüística descerra a
estrutura dos idiomas, no entanto, sem espírito de fraternidade, o poliglota
mais hábil pode não passar de um dicionário pensante.
A psicologia investiga as
ocorrências da vida mental, a desdobrar-se nos meandros da análise psíquica,
entretanto, sem o estudo da reencarnação, reduz-se a frio holofote que desvenda
males e chagas sem oferecer-lhes consolo.
A história esclarece o
passado, todavia, não guarda o objetivo de consertar a história presente de
quantos lhe acolhem apontamentos e informações.
Um título acadêmico atribui
honrosa competência cerebral, contudo, apesar de todos os roteiros da
deontologia, não determina, de modo positivo, em renovações do sentimento.
Amemos no templo espírita a
escola das diretrizes que nos orientem escolha e conduta.
Dentro dele, abramos a alma
com sinceridade aos que nos escutam e ouçamos com respeito os que nos dirigem a
palavra, permutando experiências que nos corrijam as preferências e as
atitudes.
O Evangelho, que
consubstancia as mais altas normas para a sublimação do espírito, acima de
todas as técnicas que aformoseiam a inteligência, não nasceu nem de ritos, nem
de imposições, nem de etiquetas e nem de culto externo.
A maior mensagem descida dos
Céus à Terra, para dignificar a vida e iluminar o coração, surgiu das palavras
inesquecíveis de Jesus que procurava o povo e do povo que procurava Jesus.
MISSÃO DO TEMPLO ESPÍRITA
Emmanuel
Um templo espírita é, na
essência, um educandário em que as leis do Ser, do Destino, da Evolução e do
Universo são examinadas claramente, fazendo luz e articulando orientação, mas,
por isso, não deve converter-se num instituto de mera preocupação academicista.
Manterá o simpósio dos
seareiros experientes, sempre que necessário, mas não o situará por cima da
obra de evangelização popular.
Alentará a tribuna em que o
verbo primoroso lhe honorificará os princípios, diante de assembléias cultas e
atentas; contudo, não se esquecerá do entendimento fraternal, de coração para
coração, em que os companheiros mais sábios se disponham, pacientemente, a
responder às perguntas e a sossegar as inquietações dos menos instruídos.
Fornecerá informações
preciosas aos pesquisadores da Verdade, na esfera dos conhecimentos superiores
que veicula; no entanto, trabalhará com maior devotamento em favor dos caídos
em provação e necessidade que lhe batem à porta, esmagados de sofrimento.
Prestigiará a ciência do
mundo que suprime as enfermidades e valorizará o benefício da prece e do
magnetismo curativo, no socorro aos doentes.
Divulgará o ensino,
multiplicando o pão.
Um templo espírita,
revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana, em que os irmãos
mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao
amparo dos que gemem sob infortúnio.
Nesse sentido, é lícito
recordar os apelos endereçados pelo Mundo Espiritual aos espíritas, através da
Codificação Kardequiana, no item 4, do capítulo XX, de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, que nos apontam o rumo certo:
“Ide, pois, e levai a
palavra divina aos grandes que a desprezarão; aos eruditos que exigirão provas;
aos pequenos e simples que a aceitarão, porque principalmente entre os mártires
do trabalho, na provação terrena, encontrareis fervor e fé.
Ide! Esses receberão, com
hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e
baixarão a fronte, rendendo-lhes graças pelas aflições que a Terra lhes
destina”.
Espíritas, reflitamos!
Estudemos, sentindo,
compreendendo, construindo e ajudando sempre.
Auxiliemos o próximo,
sustentando, ainda, todos aqueles que procuram auxiliar.
Jesus chamou a equipe dos
apóstolos que lhe asseguraram cobertura à obra redentora, não para incensar-se
e nem para encerrá-los em torre de marfim, mas para erguê-los à condição de
amigos fiéis, capazes de abençoar, confortar, instruir e servir ao povo que, em
todas as latitudes da Terra, lhe constitui a amorosa família do coração.
ORAÇÃO A JESUS
Auta
de Souza
Abençoa, Senhor, a casa que
nos deste,
No campo de trabalho e
anseio que bendigo...
Neste pouso de paz, temos o
doce abrigo
Que nos revela o Amor por
Luz do Lar Celeste.
A caridade aqui é a força
que nos veste
De júbilo ao saber que
marchamos contigo...
Dá-nos, Senhor, o dom de
ver-te o braço amigo
Onde o brilho do Bem aqui se
manifeste.
Conserva-nos a porta aberta
a quem procura
Conforto à solidão, socorro
à desventura,
Resposta, auxílio e fé,
padecendo ao buscar-te!...
Que a nossa casa em Ti, no
Amor que não se cansa
Seja um lar consagrado à
bondade e à esperança
Que te louve a Presença e o
Nome, em toda parte.
PRECE NO TEMPLO ESPÍRITA
Emmanuel
Cap. XXVIII – Item 4
Senhor Jesus, abençoa, por
misericórdia, o lar que nos deste ao serviço da oração.
Reúne-nos aqui em teu amor e
ensina-nos a procurar-te para que não nos percamos à margem do caminho.
Nos instantes felizes, sê
nossa força, para que a alegria não nos torne ingratos e insensíveis.
Nos momentos amargos, sê
nosso arrimo, para que a tristeza não nos faça abatidos e inúteis.
Nos dias claros, concede-nos
a bênção do suor no trabalho digno.
Nas noites tempestuosas,
esclarece-nos o espírito para que te entendamos a advertência.
Inclina-nos a pensar
sentindo, para que não guardemos gelo no cérebro, e induze-nos a sentir
pensando para que não tenhamos fogo no coração.
Ajuda-nos para que a
caridade em nossa existência não seja vaidade que dilacere os outros e para que
a humildade em nossos dias não seja orgulho rastejante!...
Auxilia-nos para que a nossa
fé não se converta em fanatismo e para que o nosso destemor não se transforme
em petulância.
Amorável Benfeitor, perdoa
as nossas faltas.
Mestre Sublime, reergue-nos
para a lição.
E, sobretudo, Senhor, faze
que entendamos a Divina Vontade, a fim de que, aprendendo a servir contigo,
saibamos dissolver a sombra de nossa presença na glória de Tua luz!
TEMPLO VIVO
Agar
É uma felicidade encontrar o
reduto dos trabalhadores operantes do Espiritismo.
Que dizer duma comunidade de
abelhas consagradas a perene descanso na colméia? De árvores que florescessem
verdejantes, mas sem frutos? De fontes abertas, todavia sem água que traduza
socorro ativo aos sedentos? Não suponham que nós, os desencarnados, estejamos
repousando em calmaria destruidora. O nosso esforço é ingente, o trabalho é
incessante.
Temos, também, em todas as
direções de nossa luta, os centros espirituais de serviço aos semelhantes.
Nossos agrupamentos, contudo, não se restringem aos incensos da adoração e,
sim, se estendem a tarefas eficientes e seguras, nas quais, qual acontece num
conjunto musical, cada companheiro é um instrumento adequado à harmonia do todo
e cada coração é ferramenta bendita para que a vontade de Jesus se manifeste.
Aqui temos, pois, uma
demonstração dos templos de fé viva no futuro mundo.
Cada crente é colaborador
vivo na obra do Mestre Divino. Este usa a palavra para a edificação coletiva,
outro emprega as mãos fraternas no auxílio curativo, enquanto outros se
utilizam de forças benéficas e salutares para a transmissão dos valores espirituais
de planos mais altos.
Trabalhemos, assim, meus
amigos, conscientes de que o Espiritismo Cristão é processo renovado com Jesus,
escola para ensinar, casa de produção incessante do bem e sementeira viva de
bênçãos e luzes, em que todos nós, individualmente, podemos contribuir com a
nossa parte na construção do Reino de Deus na Terra. O porvir acena- nos à
frente, induzindo-nos para o Alto.
A fé sem obras congela o
pensamento e determina a anestesia temporária do espírito.
O serviço é a alma de nossas
organizações que se dirigem para o mundo regenerado, com vistas à vida eterna.
Jesus é o Senhor da Verdade
e do Bem, é o Príncipe da Paz e o Salvador dos Homens. Entretanto, é também o
Trabalhador Divino de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
E se não sabemos, ainda,
dentro de nossa insignificância, ligar-nos ao Supremo Orientador do Planeta,
através da Verdade que ainda não conquistamos inteiramente, do Bem que ainda
não sabemos praticar com a perfeição desejada e da Paz que ainda não sabemos
preservar em nós mesmos, busquemo-lo por intermédio do trabalho no bem, porque
o serviço é o caminho aberto a todas as criaturas, desde o verme até o anjo, na
direção de Deus.
NA BOA LUTA
Emmanuel
A seara do bem que Jesus nos
descortina se revela por trabalho árduo, com alicerces no espírito de equipe.
Serviço de confraternização e apoio mútuo em que os tarefeiros, de corações
interligados e mãos unidas, são convocados a duro labor, começando no
burilamento de si mesmos.
À face disso, cada núcleo de
atividade espírita evidenciando-se na condição de posto avançado do
Cristianismo redivivo, há de ser, por força de suas próprias finalidades, um
campo de peleja moral, onde os lidadores atuam, armados com recursos da alma,
quais sejam o entendimento e a tolerância, a bondade e a paciência, a humildade
e a abnegação, baseados no amor que o Cristo nos legou.
Ponderemos, quanto a isso, e
reconheçamos a nossa obrigação de trabalhar pelo bem para que se faça, em toda
parte, o bem de todos. Lavrar o solo do espírito com os instrumentos do estudo,
semear a compreensão, difundir os valores humanos, exemplificar lealdade aos
compromissos esposados na oficina de elevação, espalhar para os outros, tanto
quanto possível, as bênçãos do Senhor.
Justo que nessas linhas de
batalha espiritual apareçam ocorrências menos felizes. De quando em quando,
companheiros caem alvejados por inimigos da luz, através das brechas que eles
mesmos formaram, requisitando amparo urgente na retaguarda; muitos recuam
assustados, ao observarem a extensão da obra a fazer; outros exigem férias ou
licenças indefinidas, receando obstáculos; e outros, ainda, fogem amedrontados,
ante os riscos da luta.
Em favor de todos, Jesus
Cristo, o Supremo Comandante das Hostes do Bem, promove e promoverá sempre o
socorro adequado, nas condições precisas; entretanto, a fim de compreendermos
nossas próprias dificuldades, recordemos que, no grupo constituído por ele
mesmo, Jesus, nos primeiros dias do Evangelho, conquanto a equipe se erigisse
tão somente com doze companheiros, não faltaram problemas e desarmonias, negações
e deserções.
Reflitamos nisso e,
aceitando as nossas responsabilidades de trabalhar e servir, estejamos com o
Divino Mestre, nas provas e aflições da frente, seguindo para a frente.
SIGAMOS COM JESUS
João
de Deus
Meus filhos, a nova era
É divina primavera
Nascente, clara, louça...
Ao sol do evangelho vivo,
Busquemos trabalho ativo,
Enquanto raia a manhã.
Partamos ao dia lindo,
Colhendo e distribuindo
As flores do amor cristão.
Convertamos nossa lida
Na bênção indefinida
De paz e de redenção.
Onde a mente enferma e pobre
De ignorância se cobre
Na treva em que se conduz
Passemos servindo, em bando,
Felizes, despetalando
Os lírios alvos da luz.
Onde a dor exibe chagas,
Angústias, misérias, pragas,
Desânimo e solidão,
Espalhemos com bondade
As rosas da caridade
Que nunca fenecerão.
Onde o frio é rijo açoite
Aos que choram sob a noite,
Sem a ternura de alguém,
Trazendo incentivo e lume,
Libertemos o perfume
Das açucenas do bem.
Onde a revolta se exprime,
Na mágoa, no horror, no
crime,
Nas hecatombes até
Plantemos com segurança
Verdes palmas de esperança
Para a vitória da fé.
Comecemos desde agora,
Ao doce calor da aurora,
Servindo sem descansar.
Quem no Evangelho não dorme
Encontra colheita enorme
Nas bênçãos do Eterno Lar!...
E se alguém amaldiçoa
Nossa oferta humilde e boa,
Digamos sem aflição:-
-“Por amor fazemos isto!...”
Sigamos com Jesus Cristo,
Filhos do meu coração!
EM ORAÇÃO
Emmanuel
Senhor Jesus!
Esta é a casa em que nos
honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no serviço aos
semelhantes, em favor de nós mesmos.
Faze-nos sentir que nos
concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso próprio burilamento
para a imortalidade vitoriosa.
Ilumina-nos o entendimento,
a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos desejos.
Ensina-nos a receber todos
aqueles que nos batam às portas, na condição de mensageiros da tua bondade,
capazes de instruir-nos no amor que nos legaste.
Ajuda-nos, para que venhamos
a ser bálsamo aos que sofrem, escora aos que esmorecem, coragem aos abatidos e
paz aos que jazem no desespero.
Nos dias obscuros ou
intranquilos, quando as nossas imperfeições não nos consintam perceber-te as
diretrizes, sê, por misericórdia, a luz que nos oriente em rumo certo.
Nas horas de incerteza ou
perturbação, sê o equilíbrio que nos reajuste sentimentos e raciocínios.
Induze-nos a reconhecer que
os mais fortes de nós, somos o apoio dos mais fracos; os mais cultos, o auxílio
dos menos cultos; os sãos, o socorro devido aos doentes e que todos quantos já
puderam entesourar as luzes do caráter cristão devem ser, diante de Ti, o
amparo de quantos ainda não conseguem apresentar o padrão de vida espiritual elevado
e nobre tanto quanto desejam.
Senhor!
Abençoa-nos e que, junto ao
benemérito patrono deste lar da paz e da bênção, possamos nós também aprender a
servir-te, servindo o próximo, hoje e sempre.
Assim seja.
NOSSA PRECE
Maria
Dolores
Ampara-nos, Senhor,
Este repouso de amor
Em que a paz nos descansa.
Porto, refúgio, lar,
Em que podemos cultivar
As bênçãos da esperança.
Perante a caridade por
dever,
Faze-nos perceber
Que nesta casa em que nos
aconchegas,
A todos nos entregas
A bendita oficina
Que nos renove a fé na
Bondade Divina.
De rotina em rotina
E surpresa em surpresa,
Deixa-nos discernir
Que, em contemplando a
própria Natureza,
Da rocha mais hostil ao solo
mais fecundo,
Tudo é auxílio na lei
Se te atende na estrada ao
lema de servir.
Tudo é auxílio na lei
Do firmamento ao chão...
Serve o Sol, serve o mar sem
derramar-se em vão,
O tronco não devora os
frutos que oferece,
A fonte ajuda e passa em
sussurros de prece,
O vento ampara a flor, a
flor perfuma a vida,
Faz-se pão e celeiro a
semente esquecida...
Ajuda-nos, Senhor, a
repartir o bem
Sem traçar condições, sem
perguntar a quem...
Aspiramos a ser contigo, dia
a dia,
Bálsamo, reconforto, união,
alegria,
Agasalho do templo e coração
da escola,
O prato que alimenta e o
verbo que consola...
Concede-nos o dom de
cooperar contigo,
Trabalhar e seguir pelo teu
braço amigo.
Tanto à luz do porvir quanto
na luz de agora,
Faze, por fim, Senhor,
Que a nossa casa seja, hora
por hora,
Um caminho de fé para o
Reino do Amor.
INDAGAÇÕES A NÓS MESMO
Maria
Dolores
Que seremos na casa de nossa
fé, em companhia daqueles que comungam conosco o mesmo ideal e a mesma
esperança?
Uma fonte cristalina ou um
charco pestilento?
Um sorriso que ampara ou um
soluço que desanima?
Uma abelha laboriosa ou um
verme roedor?
Um raio de luz ou uma nuvem
de preocupações?
Um ramo de flores ou um
galho de espinhos?
Um manancial de bênçãos ou
um poço de águas estagnadas?
Um amigo que compreende e
perdoa ou um inquisidor que condena e destrói?
Um auxiliar devotado ou um
espectador inoperante?
Um companheiro que estimula
as particularidades elogiáveis do serviço ou um censor contumaz que somente
repara imperfeições e defeitos?
Um pessimista inveterado ou
um irmão da alegria?
Um cooperador sincero e
abnegado ou um doente espiritual, entrevado no catre dos preconceitos humanos,
que deva ser transportado em alheios ombros, à feição de problema insolúvel?
Indaguemos de nós mesmos,
quanto à nossa atitude na comunidade a que nos ajustamos, e roguemos ao Senhor
para que o vaso de nossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.
DIRETRIZES INDIVIDUAIS NOS GRUPOS
André
Luiz
Se você foi chamado a cooperar
num grupo de atividade cristã, agradeça as oportunidades de servir e esqueça
seus direitos imaginários para que a luz do dever resplandeça em seu caminho.
Pagar mensalidade do estilo
e colaborar com o dinheiro não é difícil; dê o concurso direto de suas forças
na obra a realizar.
Guarde para seus
companheiros a gentileza de que se sente credor diante deles; a cordialidade é
alicerce da paz.
Antes de exigir novas
manifestações dos amigos espirituais, não deixe de manifestar, por sua vez,
através de atos, palavras e pensamentos, os sublimes valores que já recebeu; se
o intercâmbio com o plano invisível é agradável, o trabalho da experiência
humana é eminentemente importante.
Aplique os ensinamentos
evangélicos no serviço diário a que consagra o coração; se você não está
interessado em espiritualizar-se, é inútil que as entidades superiores se
sacrifiquem por sua causa.
Não use a crítica, nem a
reprovação; faça o bem que estiver ao seu alcance, porque o problema não é o de
repetir - “se fosse comigo faria assim” - mas de imprimirmos nossas obrigações
pessoais à frente do Cristo.
Não perca tempo reclamando
contra a ingratidão, procurando o espinho ou medindo as pedras da estrada;
lembre-se de que o seu grupo é também uma orquestra convocada a executar o
serviço de Jesus para a Harmonia Divina da vida e, se você não usar o
instrumento que lhe compete com a eficiência devida, a música viverá sempre desafinada.
NOSSO GRUPO
André
Luiz
Nosso grupo de trabalho
espírita-cristão, em verdade, assemelha-se ao campo consagrado à lavoura comum.
Almas em pranto que o
procuram simbolizam terrenos alagadiços que nos cabe drenar proveitosamente.
Observadores agressivos e
rudes são espinheiros magnéticos que devemos remover sem alarde.
Frequentadores enquistados
na ociosidade mental constituem gleba seca que nos compete irrigar com carinho.
Criaturas de boa índole, mas
vacilantes na fé, expressam erva frágil que nos pede socorro até que o tempo as
favoreça.
Confrades irritadiços,
padecendo melindres pessoais infindáveis, são os arbustos carcomidos por vermes
de feio aspecto.
Irmãos sonhadores,
eficientes nas ideias e negativos na ação, representam flores improdutivas.
Pedinchões inveterados, que
nunca movem os braços nas boas obras, afiguram-se-nos folhagem estéril que
precisamos suportar com paciência.
Amigos dedicados ao mexerico
e ao sarcasmo são pássaros arrasadores que prejudicam a sementeira.
O companheiro, porém, que
traz consigo o coração, para servir, é o semeador que sai com Jesus a semear,
ajudando incessantemente a execução do Plano Divino e preparando a Seara do
Amor e da Sabedoria, em favor da Humanidade, no Futuro Melhor.
HISTORIA LIGEIRA
André
Luiz
O candidato ao ministério
cristão penetrou o templo do serviço e proclamou-se transformado.
Na primeira semana, afirmou-se
favorecido pela divina Luz e, depois de solene profissão de fé, assinalou
fronteiras entre ele e o pecado, entre a sua perfeição e o mundo envilecido.
Na segunda semana,
discursou, ardentemente, conclamando o povo à salvação com o Cristo.
Na terceira, traçou
programas e promessas, na esfera da beneficência, mostrando-se inclinado a
socorrer infelizes, curar doentes e asilar criancinhas abandonadas.
Na quarta, declarou-se
vítima da incompreensão e da discórdia, entre pesadas nuvens de tristeza e
insubmissão.
Na quinta, apareceu cansado
e desiludido, indicando os males do mundo e os defeitos dos irmãos.
Na sexta, rogou ao Senhor
licença para descansar.
Na sétima, deitou-se e
dormiu por duzentos anos.
Nesse candidato às bênçãos
do Evangelho, temos a história de milhões.
“Muitos chamados, poucos
escolhidos.”
Oportunidades para todos e
serviço de raros.
Em verdade, o Divino Amigo
continua curando, levantando, consolando, reanimando e convidando almas para o
banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discípulos começam a tarefa no
calor fervente do entusiasmo, elevado à tensão mais alta...
Pronunciam votos
comovedores, gesticulam e ensinam; entretanto, em poucos dias, antes mesmo de
marcharem dez passos, na senda da elevação, reclamam férias espirituais para o
repouso de vários séculos
TEMPLOS ESPIRITAS
Albino
Teixeira
Assegurando o progresso, o
trabalho educativo estende-se no mundo, em todas as direções.
Escolas primárias...
Colégios de instrução
complementar...
Faculdades superiores...
Cursos de formação técnica...
Corporações de ensino
profissional...
Academias de arte...
Estabelecimentos para
divulgação de Ciências sociais e econômicas...
Aulas de boas maneiras...
Institutos de eugenia...
Círculos de cultura, ligados
aos diversos departamentos da atividade humana...
Entretanto, organizemos o
templo espírita, levantemos o templo espírita, sustentemos o templo espírita e
prestigiemos o templo espírita, porque se as religiões tradicionais, muito
louvavelmente, administram esperança e consolo, somente a Doutrina Espírita
estudando a reencarnação e a sobrevivência individual além da morte, a mediunidade
e a comunicação dos espíritos, a necessidade da prestação de serviço espontâneo
ao próximo e a fatalidade da evolução, a responsabilidade de viver e a divina justiça
na consciência de cada um, é, em si, e por si, a religião natural de Jesus, traçando
rumo certo e ensinando a viver.
VISÃO ESPIRITUAL DE UM CENTRO ESPIRITA
Eugênio
S. Vitor
...Satisfazendo, porém, ao
nosso objetivo essencial, aproveitaremos os minutos de que dispomos para
falar-lhes, de algum modo, acerca da tela de nossas atividades.
Qual ocorre aos demais
santuários de nossa fé, orientados pelo devotamento ao bem, junto aos quais o
Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência, nossa casa,
consagrada à Espiritualidade, é hoje um pequeno mas expressivo porto de
auxílio, erigido à feição de pronto socorro.
Com a supervisão e
cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram, médicos e
religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns
espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros,
temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente.
Nossa reunião está garantida
por três faixas magnéticas protetoras.
A primeira guarda a
assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da
noite.
A segunda faixa encerra um
círculo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui ainda
em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento.
A terceira, mais vasta,
circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque além
dela temos uma turba compacta – a turba dos irmãos que ainda não podem
partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico.
Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos
católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de
participação no culto da fé.
Bem junto à direção de
nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários
espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas.
À frente da mesa
orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos.
E em contraposição com a
porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de
socorro nos quais se alonga o serviço assistencial.
Entre os dois, instala-se
grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos
desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das
muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento
pelo eletro choque.
E assim organiza-se nossa
casa para desenvolver a obra fraterna em que se empenha, em favor dos
companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as suas próprias perturbações.
Assinalando, de maneira
fugacíssima, o setor de nossa movimentação, devemos recordar que, acima da
crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por
“cinta densa”, com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela,
possuímos a “cinta leve”, com a profundidade aproximada de 950 quilômetros,
somando mil quilômetros acima da esfera em que vocês presentemente respiram.
Nesse grande mundo aéreo,
encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas
espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da
Humanidade.
Milhões de Espíritos
alimentam-se da atmosfera terrestre, demorando-se, por vezes, muito tempo, na
contemplação íntima de suas próprias visões e criações, nas quais habitualmente
se imobilizam, à maneira da alga marinha que nutre a si mesma, absorvendo os
princípios do mar.
EM DESOBSESSÃO
Emmanuel
Imagina-te perdido, longe de
casa, em noite de temporal.
Por fora, a sombra espessa
se te afigura povoada de monstros, enquanto as vozes da natureza se assemelham
a clamor desarticulado de aflição e loucura...
De instante a instante,
cambaleias nos charcos, golpeado pelo chicote da ventania...
E, por dentro, assinalas o
pavor do desconhecido e o temor de retroceder.
Gritas e choras, acabando
identificado por viajantes do desespero no quadro estarrecedor...
No entanto, de improviso,
surge doce refúgio que a luz banha, sublime...
E nesse lar de amor
encontras agasalho, conforto, lume e pão.
Então compreenderás que um
Templo de Socorro, aberto aos corações que a morte conturbou é uma porta do Céu
e uma bênção de Deus.
CARIDADE E JESUS
Emmanuel
A história do Bom
Samaritano, ainda hoje, compele-nos a reconhecer na caridade o caminho aberto
por Jesus à união e à paz, entre as criaturas, e não antes dele.
Os papiros do Egito ancião
não se reportam a qualquer sentimento, qual o da Parábola, capaz de reunir
corações estranhos uns aos outros.
Os documentários de Roma
Imperial não evidenciam qualquer vestígio de semelhante demonstração de calor
humano.
As páginas da Grécia antiga,
conquanto se definam, até agora, por ápices da cultura filosófica de todos os
tempos, não nos revelam indícios desse amor ao próximo, desacompanhado de
indagações.
Arquivos de povos outros que
passaram na Terra, antes do Cristo, não revelam qualquer sinal desse imperativo
de amparo imediato a necessitados que se desconheça.
Jesus, porém, com a história
do Samaritano generoso, inaugura um mundo novo no campo emotivo da Humanidade,
com base na assistência a qualquer irmão do caminho terrestre, que se veja em
calamidade e penúria, sem distinção de credo e raça.
Caridade, onde esteja, é a
presença de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sempre que te detenhas a
contemplar um hospital ou um lar consagrado aos desprotegidos, uma instituição
de auxílio social ou de socorro fraterno, eleva o pensamento à Bondade Divina
em sinal de louvor e colabora, quanto puderes, em benefício dos outros.
Através do ensinamento do
Senhor, todas as criaturas válidas são naturalmente chamadas pelas Leis de
Deus, à sustentação possível daquelas outras que estejam caídas em provação.
E sempre que te observes, à
frente de quaisquer dessas obras dedicadas à compreensão e ao amor, recorda que
te achas, perante a irradiação da Luz Divina, ou mais propriamente, ante a
Caridade e Jesus.
ENTRE IRMÃOS
Emmanuel
Um tipo de beneficência
indispensável ao êxito nas tarefas de grupo: o entendimento entre os
companheiros.
Não nos referimos ao
entendimento de superfície, mas à compreensão de base, através da paciência
recíproca, que se apresente, na esfera do trabalho, para a superação de todos
os empeços.
Acostumamo-nos a subestimar
as exigências pequeninas, como sejam a supressão de um equívoco, a reformulação
de um pedido, uma frase calmante em hora difícil, o afastamento de uma
queixa... E a tisna de sombra passa a enovelar-se com outras tisnas de sombra;
a breve espaço, ei-las transformadas em bola de trevas, intoxicando o ânimo da
equipe com a obra ameaçada de colapso ou desequilíbrio.
Não ignoramos que um
parafuso desarranjado numa roda em movimento compromete a segurança do carro,
que o curto-circuito em recanto esquecido é suscetível de incendiar e destruir
edifícios inteiros... Mesmo assim, não sanamos, comumente, o mal-entendido,
capaz de converter-se em agente de perturbação ou desordem, arrasando largas
somas de serviço, no qual se garante a paz da comunidade.
Estabelecido o descontrole
no mecanismo de nossas relações uns com os outros, pausemos um minuto de
meditação e prece, para observar com serenidade o desajuste em causa ou o hiato
havido. Em seguida, aceitemos a mais elevada função da palavra: a da construção
do bem e saibamos esclarecer-nos, mutuamente, esculpindo o verbo em tolerância
e fraternidade, a fim de que a marcha eficiente do grupo não se interrompa.
Certifiquemo-nos de que
muito coração do caminho espera unicamente um toque de gentileza para se
descerrar à alegria e ao trabalho, ao apaziguamento e à renovação, lembrando
certas portas de nobre e sólida estrutura que agüentam golpes e murros de
violência, sem se alterarem, mas que se abrem, de imediato, sob a doce pressão
de uma chave.
EM EQUIPE ESPIRITA
Emmanuel
“Em verdade vos digo que se
dois dentre vós, sobre a Terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que
porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus.” Jesus
(Mateus, 18:19).
Aceitar-nos na condição de
obreiros, chamados por Jesus a servir e servir.
Compreendermo-nos em lide
como sendo uma só família na intimidade do lar, esquecendo-nos pelo rendimento
da obra.
Acreditar – mas acreditar
mesmo – que nada conseguiremos de bom, perante o Senhor, sem humildade e
paciência, tolerância e compreensão, uns diante dos outros.
Situar a mente e o coração,
na lavoura do bem comum. Fazer o que se deve, mas prestar apoio discreto e desinteressado
aos companheiros, na desincumbência das responsabilidades que lhes competem.
Associarmo-nos ao esforço
geral do grupo, no cumprimento do programa de ação, traçado em benefício do
próximo, sem esperar pedidos ou requisições de concurso fraterno.
Observarmos, todos nós, que
nos achamos na Seara de Jesus, não porque aí estejam laços queridos, ou almas
abençoadas de nosso tesouro afetivo, a quem desejamos agradar e a quem
realmente devemos ajudar, quanto nos seja possível, mas, acima de tudo, para trabalhar
por nós e para nós mesmos, aproveitando as novas concessões que o Senhor nos
fez, por acréscimo de misericórdia, a fim de que se nos melhore o gabarito
espiritual, nos empreendimentos de resgate e elevação.
Caminhar para a frente,
desculpando-nos com entendimento mútuo, quanto às próprias fraquezas, sem
melindres e sem queixas que apenas redundam em complicações e perda de tempo.
Agir e servir, sem
menosprezar as tarefas aparentemente pequeninas, com sejam: colaborar na
limpeza, transmitir um recado, ouvir atenciosamente os irmãos mais necessitados
que nós mesmos, ou socorrer uma criança.
Cada um de nós, na equipe de
ação espírita, é peça importante nos mecanismos do bem.
Jamais esquecer-nos de que o
maior gênio não consegue realizar-se sozinho e que, por isso mesmo, Jesus nos
trouxe à edificação do Reino de Deus, valorizando o princípio da
interdependência e a lei da cooperação.
O CENTRO ESPIRITA
Emmanuel
O Centro de Espiritismo
Evangélico, por mais humilde, é sempre santuário de renovação mental na direção
da vida superior.
Nenhum de nós que serve,
embora com a simples presença, a uma instituição dessa natureza, deve esquecer
a dignidade do encargo recebido e a elevação do sacerdócio que nos cabe.
Nesse sentido, é sempre
lastimável duvidar da essência divina da nossa tarefa.
O ensejo de conhecer,
iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que uma organização nesses moldes nos
faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira de
simpatia que nosso Espírito, ainda não burilado, deixou à distância, no pretérito
escuro que até agora não resgatamos de todo.
Um Centro Espírita é uma
escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças,
aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna.
Quando se abrem as portas de
um templo espírita cristão ou de um santuário doméstico, dedicado ao culto do
Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorância humana e através
dos raios benfazejos desse astro de fraternidade e conhecimento, que brilha
para o bem da comunidade, os homens que dele se avizinham, ainda que não
desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor.
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