Conservarão ressentimento um do outro, no mundo dos Espíritos, dois seres que foram inimigos na Terra?
“Não; compreenderão que era estúpido o ódio que se
votavam e pueril o motivo que o inspirava. Apenas os Espíritos imperfeitos
conservam uma espécie de animosidade, enquanto se não purificam. Se foi
unicamente um interesse material o que os inimizou, nisso não pensarão mais,
por pouco desmaterializados que estejam. Não havendo entre eles antipatia e
tendo deixado de existir a causa de suas desavenças, aproximam-se uns dos
outros com prazer.”
A.K.: Sucede como entre dois colegiais que, chegando à idade da ponderação reconhecem a puerilidade de suas dissensões infantis e deixam de se malquerer.
Os Espíritos inferiores conservam todos os ressentimentos gerados quando na Terra. Ao retornarem ao mundo dos Espíritos, levam para lá todas as suas inferioridades, desde quando não se purificaram.
Conforme o
grau de ignorância do Espírito, o ódio que nasceu na Terra, entre duas criaturas
ou mais, aumenta como Espírito livre, e se não encontraram os antagonistas,
saem à procura deles para desforras e perseguições.
A
necessidade que a luz tem de pregar o Evangelho, no mundo, existe igualmente
nos planos inferiores do mundo espiritual. É preciso fazer os Espíritos
infelizes conhecerem o Evangelho, porque somente vivendo os ensinamentos de
Jesus eles se libertarão dessas animosidades que somente trazem sofrimento.
Quando eles,
entretanto, compreendem o tempo que perderam em ressentimentos desnecessários,
abraçam-se, fazendo-se amigos do coração e muitos deles se dispõem a trabalhar
juntos, porque a solução dos problemas está dentro deles próprios.
Os
ressentimentos e o ódio prevalecem na Terra e é o que faz as criaturas sofrerem.
É necessário mudar de vida, seguirmos os conselhos do divino mestre para
amarmos os nossos inimigos e fazer o bem aos que nos perseguem e caluniam.
Fora desse
ambiente, não teremos paz nos corações. Deus está sempre nos dando exemplos
valorosos sobre o amor e o desprendimento. Vejamos o sol: ele não recolhe seus
raios ao encontrar os verdugos da humanidade; a água não deixa de saciar a sede
dos homens que semeiam a peste e a fome no mundo, e o ar sempre dá vida, sem
escolher o beneficiário.
Sejamos como
filhos de Deus, como o sol, a água e o ar: não escolhamos a quem ajudar, a quem
ensinar com amor. Amemos a todos e a tudo, porque é Deus quem está nos usando
para o bem de todos. Podemos asseverar que, copiando as leis naturais, os caminhos
para a nossa libertação ficarão cada vez mais fáceis de serem trilhados,
conduzindo-nos para a paz de Jesus.
Não
guardemos ressentimentos e nem repudiemos companheiros que andam conosco a caminho;
ajudemo-los no que estiver ao nosso alcance, afiançando-lhes que o bem é sempre
luz, e que o mal nos leva para as trevas.
Se o homem odeia alguém na Terra, não deve deixar para depois da desencarnação a reconciliação. Não deve guardar inferioridade para sobrecarregar mais o seu fardo. A subida requer leveza de sentimentos. Procuremos reconciliar enquanto estamos com nosso adversário em caminho, mostrando a Jesus que compreendemos os seus ensinamentos. Todos os ressentimentos são espinhos, que somente ferem a quem os tem.
O Livro dos Espíritos, questão 293.
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